segunda-feira, novembro 26, 2007

Parte pratica do Xamanismo

O primeiro exercício para obter bons resultados na sua viagem xamânica é muito simples, mas exige cuidado e muita concentração. Antes de iniciar a viagem propriamente dita, prepare-se.

Tenha um propósito e peça ajuda ao mundo espiritual.
Visualize seu animal do poder, aquele que lhe vier à mente de forma poderosa.
Coma muito pouco no dia de sua viagem.
Não consuma bebidas alcoólicas, não coma carne de espécie alguma e, se possível, tome um banho de ervas antes para relaxar e purificar-se. As ervas do banho podem ser: alecrim, cedro, erva-cidreira ou outras do seu agrado.
Acenda um incenso se desejar.
No fundo do ambiente, se estiver escuro, acenda uma vela ou alguma lamparina.
É necessário uma música de fundo com rufar de tambores.
Suas vestimentas devem ser largas e soltas para que não impeçam quaiquer movimento do corpo.
Procure deixar a mente livre, sem pertubações.
De preferência, escolha a natureza para a realização deste exercício, mas se não for possível, o ambiente deve ser arejado, tranquilo e sem móveis, limpo e com pouca luz para facilitar a concentração.
Feche os olhos, sinta o chão deitando-se sobre uma esteira de junco ou palha.
Use, se lhe agradar, uma venda sobre os olhos, para evitar a claridade. O único ponto de luz permitido no ambiente é aquele reservado à vela.
Descontraia-se respirando profundamente. Solte suave e lentamente a respiração...
Depois de respirar por demasiado tempo em posição de relaxamento, vá saindo do corpo lentamente e visualize-se caminhando na natureza, os pés descalços, na terra e com muita natureza ao seu redor.
Seja criativo, vá vencendo os obstáculos que eventualmente surjam em seu caminho.
Agora, ao som da música e do rufar dos tambores e de outros instrumentos de percussão, visualize uma passagem, uma gruta ou uma abertura na terra, algo que você já tenha visto um dia, ou então crie este local .
A partir deste momento, preocupe-se em ouvir o som dos tambores, o compasso entre os 200 e 220 batidas por minuto. O ritmo deve ser constante de início por aproximadamente 10 minuots, para que você possa, pouco a pouco, entrar em transe, sentindo a energia poderosa da música xamânica.
Num rito constante e profundo, inicie a sua viagem da alma xamânica.
Pela paisagem escolhida são muitos os obstáculos que surgem á sua frente. Supere-os, sobrevoe cada um deles. Nunca desista, não tenha medo.
Se escolher um túnel, uma estrada deserta ou o tronco de uma árvore, ou alguma outra paisagem no cerrado ou na mata, o viajante xamã vai encontar, quase sempre, lugares que lhe proporcionarão sentimento de segurança.
Por vezes, o viajante xamânico encontrará uma grande parede natural de uma paisagem agreste, que lhe parecerá de difícil superação. Caso sinta-se inseguro e nào consiga superar, retorne lentamente e respire suavemente.
Relaxe e, assim que se sentir seguro, invista novamente, inclusive por novos caminhos. A persistência e a determinação serão o seu diferencial. O sucesso da viagem e do viajante se deve ao desejo de tentar cada vez que fracassar.
Ao tentar novamente, escolha uma outra paisagem. A natureza deve ser presença marcante em sua viagem. É alí que sentirá em manifestação todas as forças que regem seu ser, as forças telúricas.
Ao encontrar seu xamã lembre-se: ele é muito IMPORTANTE.Tenha gestos de gratidão e agradeça-lhe por tudo. Tudo que receber dele, deixe mentalmente em sue espaço sagrado.
As viagens mais profundas requerem muita determinação e coragem. Os mundos por onde viajamos xamãs são muitos, mas dois deles são fundamentais:
- O mundo inferior
- E o mundo superior.

O MUNDO INFERIOR - O mundo inferior é o reduto do viajante. Não é um lugar sinistro, mas por vezes, tem a aparência do umbral, um lugar de sofrimento, isolamneto e além dos desafios. O xamã entra neste mundo inferior para buscar soluções, ajudar a si próprio e aos outros. Ao confrontá-los, percebe claramente que é uma viagem dentro de si próprio.
O mundo inferior é representado sempre por uam fenda de um lado do rochedo, ou uma abertura.
Que lhe permita a passagem para o outro lado. Uma queda d’água permitirá o seu conduzir a uma passagem para algum lugar no interior da terra, ou para um lugar paradisíaco, ou mesmo para o inferno. Porém, descobrir e explorar estes ambientes é o dever do viajante xamã que se empreendeu por esta viagem e paragens.
" O mundo inferior é representado sempre por uma fenda de um lado do rochedo, ou uma abertura que lhe permita a passagem para o outro lado."



O MUNDO SUPERIOR - Já a entrada para o mundo superior é um caminho de terra vermelha com muito verde à beira da estrada e por sobre as montanhas encimadas por um céu azul e ladeadas por vales e talvegues.
Num rochedo no mundo superior, é permitido encontrar-se com outro viajante xamã, até trazer-lhe um objeto que lhe agrade. Aí é permitido receber conhecimento.
O mundo superior é um lugar belo, de paisagens tranqüilas. Uma viagem da busca infinita no lapidar de seu próprio espírito em companhia de espíritos elevadíssimos e do seu mais íntimo ser. Aí se compartilha o conhecimento adquirido.
A viagem xamânica permitirá conhecer os dois lados, os dois mundos. No ínício, eles poderão misturar-se entre si (significados e paisagens dos mundos inferior e superior). No entanto, com a perseverança, o domínio e o equilíbrio de si, essas experiências lhe proporcionarão segurança e confiança diante dos anseios da alma.
O movimento para cima, para o ar ou para o céu – o alto – a viagem da alma em busca de algo maior que transcende a si mesmo, no encontro de outro xamã.


ANIMAIS DE PODER


Cada pessoa pode descobrir qual é o seu Animal de Poder, ou seja, um animal que simbolizará uma força interior especial, disponível ao praticante para que ele se sinta mais preparado em suas experiências. Este animal poderá ser invocado em todas as viagens.

O animal mais buscado nas viagens xamânicas em todo o mundo é a águia, associada à grande capacidade de voar a grandes altitudes, livremente . Simboliza poder e energia assim como o falcão e o condor.
O urso, entre as tribos siberianas e no norte da América do Norte simboliza a ligação com a terra, representa a energia receptiva da Fêmea. É a busca de respostas.
O lobo, leal, feroz e verdadeiro, representa independência.
O coiote representa a confiança, a inocência e a juventude, a criança que existe em cada um de nós. Também pode representar um lado negativo: o velhaco trapaceiro e pretensioso.
O golfinho representa compreensão e advertência. É uma energia nobre da natureza.
O cavalo representa resistência, distância, velocidade, mas também liberdade e lealdade.
A coruja simboliza capacidade de ver aquilo que está confuso, de penetrar na máscara da realidade das pessoas. Desvenda o oculto e está ligada à noite e ao silêncio.
O bisonte, preponderante entre os indígenas norte-americanos, representa a força e a sabedoria dos mais velhos. É provedor e protetor. É a sensatez.
O touro, a rena e a baleia orca têm representações semelhantes.

VIAGEM XAMÂNICA PARA ENCONTRAR O SEU EU INTERIOR



No início desta viagem, siga sempre os rituais anteriores, mas desta vez busque o seu eu interior. Invoque as forças da natureza, mentalizando um animal de poder, aquele em que mais a precia a visualização.
Observe mentalmente tudo ao seu redor. O seu animal de poder a ajudará a proseguir em seu caminho e, pouco a pouco, você sentirá a presença de sua própria alma e a busca de seu eu inteior estará completa.
É hora de retomar da viagem xamânica, sempre agradecendo a tudo o que você viu, sentiu e viveu. Não esqueça de agradecer a presená de seu animal de poder e regresse tranqüilamente, sem pressas, à sua consciência e ao seu corpo físico.
Antes de levantar-se, mexa suavemente os músculos, abra lentamente os olhos e
espriguice-se.

Os rituais xamânicos, quando bem administrados e aplicados com persistência, possibilitam o contato com outros mundos e as experiências adquiridas servem como fonte de autoconhecimento, trazendo ao praticante benefícios imensos. O xamã, ao desenvolver-se, difere-se de outras pessoas que possuem um espírito guardião, porque o espírito guardião de um xamã é freqüentemente consultado, possibilitando o recebimento de instruções que o ajudam e permitem, assim, auxiliar seus semelhantes. O xamanismo trata do corpo, da alma e da mente do ser humano (como um todo).
Pesquisas arqueológicas indicam que, provavelmente, o xamanismo existe há mais de 30 mil anos.

CANTOS XAMÂNICOS

Os cantos xamânicos são de poder incrível. A melodia pode variar entre as tribos devido às suas carcterísticas culturais e históricas próprias, mas todos os cantos são poderosos.
O xamanismo demostra e reverencia a natureza em sua totalidade.
Não se esqueça de que, durante todos os rituais xamânicos, a música com sons de maracá, tambores e outros instrumentos usados pelos xamãs e pajés são de vital importância a este processo de meditação.
Se prosseguir com suas experiências xamânicas, o ideal é ter ao seu alcance instrumentos empregados nos rituais xamânicos para cantar o Randé (canto entoado por algumas tribos do Amazonas) e cantigas de poder, sons sagrados evocados pelos xamãs de várias regiões, pois o desenvolvimento xamânico é feito com rituais e sons especiais.


O ESPÍRITO GUARDIÃO

Para desenvolver-se através do xamanismo é preciso aprender a buscar o espírito guardião. Sem ele, é impossível tornar-se um xamã.
A iniciação xamânica é gradativa e lenta e requer muita paciência. O sucesso está em persistir e aprender tudo sobre o estado xamânico de consciência. Existem experiências xamânicas muito profundas, mas estas terão que ser realizadas com um xamã, ou por uma pessoa desenvolvida no xamanismo, que tenha ao seu lado um xamã já desenvolvido para poder ajudá- lo nesta tarefa e missão.
O estado alterado de consciência (ou transe), permite ao xamã entrar em contato com energias poderosas e com o despertar profundo das forças telúricas (força da terra).
As danças xamânicas são realizadas por várias tribos indígenas desde a costa noroeste da América do Norte até o centro-sul da América do Sul. Também as tribos da Sibéria evocam a dança em todos os seus rituais.

extraido do site de Luy Vieira

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