sábado, julho 30, 2016

CHAVES PARA O AUTOCONHECIMENTO E A CURA-O Processo de Auto-iluminação-Final

Lidando com nossos problemas-(continuação da parte 1)
Crise financeira
Diante de uma crise financeira não há outra alternativa senão buscar ampliar a capacidade de trabalho. Deve-se perguntar também, qual o motivo da crise, isto é, se ela é decorrente da incompetência em administrar a própria vida financeira, gastando mais do que tem ou do que pode conseguir ter. Nem sempre dever a alguém ou a alguma instituição é um problema, desde que se tenha capacidade de pagar no prazo combinado. Problema é permitir que vire uma bola de neve o acúmulo de dívidas. Esse comportamento pode ser repetitivo, não só na encarnação como algo que se arraste pelas várias vidas do espírito. Dever também pode ter como causa problemas macroeconômicos alheios à vontade do devedor e, por esse motivo, constitui-se em prova pela qual deva passar. Nesse caso o devedor procurará seus credores a fim de renegociar suas dívidas, tranqüilizando-os quanto à sua disposição em honrar sua dívida real, no tempo possível, além de continuar, pelo trabalho, tentando vencer as dificuldades que afetam sua subsistência. Muitas vezes o surgimento de dívidas decorre da necessidade de atender à vaidade de ter, em detrimento do ser. Os objetos de desejo tomam o lugar do vazio existente na própria personalidade. Diante da compulsão em comprar é adequado manterse consciente dos prejuízos decorrentes do vazio interior por falta de objetivos superiores na Vida. A falta em relação ao compromisso de pagar a alguém pode gerar carma negativo para encarnações futuras.
Alcoolismo
É um estado patológico que retira o indivíduo do contato com as agruras que percebe em torno de si mesmo. O álcool é colocado com o intuito de preencher alguma falta consciente ou inconsciente que o indivíduo não consegue suprir por outros meios. É em geral uma síndrome para a qual concorrem vários fatores psicológicos, dentre eles a carência afetiva, a impotência diante da Vida, a incapacidade de aceitar seus próprios limites, etc. Suas raízes também se encontram na relação paterna, visto que é o pai quem provê os filhos do discernimento necessário na solução de conflitos. É, em geral, ele quem prepara e impulsiona o filho para vencer as dificuldades externas. A ausência do pai na relação com os filhos pode provocar essa dificuldade em lidar com o mundo e tudo que ele representa para o espírito, com sua complexidade cada vez mais crescente. Diante do alcoolista deve-se ter muita paciência e tolerância face ao embotamento afetivo provocado pelas doses cada vez mais altas que se permite tomar. É um doente como todos aqueles que se tornam usuários de drogas. O álcool se torna sua válvula de escape e fuga da realidade, tendo em vista sua forma de encará-la, como extremamente agressiva e implacável diante de um ego frágil e perdido. Falta-lhe alguém que lhe possa fortalecer e tornar-se momentaneamente seu referencial para que saia da confusão em que se encontra. Sua ocorrência promove um imprint psíquico, além da dependência física, que condiciona o espírito à sua recorrência. Por esse motivo, deve o indivíduo precaver-se contra as possibilidades de admitir para si aquilo que possa concorrer para que se inicie o processo de atração ao álcool. Ao alcoólatra será sempre um risco pôr qualquer gole de bebida alcóolica na boca, face ao padrão psíquico de dependência. É fundamental recorrer sempre ao bom senso antes de fazer uso do álcool para que a pessoa não se esconda atrás de justificativas sociais como meio de não perceber sua real dependência. As pessoas que convivem com ele devem buscar ajuda nos campos espiritual, psicológico e médico, para conviverem com o doente, principalmente durante as fases agudas e crises de agressividade ou de alheamento da Vida. A família deve recorrer à necessidade de conhecer e compreender qual o problema causador da busca pela fuga do álcool e tentar auxiliar o doente na solução daquele problema, que sozinho ele não tem conseguido resolver. Qualquer que seja o problema gerador, a afetividade para com o doente é o principal fator que propicia o início da cura, cujo processo, muitas vezes, é lento e difícil. Às vezes, ao doente, aliam-se espíritos também alcoólatras que dificultam as tentativas de ajuda. Nesse sentido deve-se recorrer a tratamento especializado tendo em vista a gravidade do problema.  O alcoólatra, nas fases de sobriedade deve se conscientizar de seu estado patológico e recorrer a ajuda especializada nos vários campos citados, pois, muito provavelmente, sozinho terá extrema dificuldade em sair do processo de dependência. Deve, também, voltar-se para dentro de si mesmo, tentando identificar qual é efetivamente seu vazio, isto é, o que está faltando em si mesmo e que está sendo suprido pelo álcool. Questionar-se a quem recorrer para se fazer entender, visto que, seu problema pode ser mais simples do que imagina e, certamente, alguém pode já ter passado por ele e possa lhe trazer alguma solução.
Drogas
Por mais comum que possa parecer e mais legal que seja ou venha a ser, como o é em alguns países, o uso de substâncias alucinógenas para fins que não sejam psicoterapêuticos e por indicação médica, será sempre uma fuga e um alienante para o indivíduo. O problema das drogas, mais afeito à adolescência e à idade adulta jovem, é um mal que se assemelha ao do álcool, que também pertence à mesma categoria dos estupefacientes. Com dificuldade para enfrentar a realidade, o ego busca, através das drogas, um meio de ausentar-se da responsabilidade de enfrentar suas próprias dificuldades, exteriorizadas nos embates da Vida. Toda droga, lícita ou não, retira o indivíduo da obrigatoriedade de ser consciente de seus processos. Por vezes, motivados pela imitação e pela necessidade de auto-afirmação, além do trabalho insidioso de pessoas inescrupulosas que tentam levar ao outro sua própria fuga e seu delírio, indivíduos inseguros e indecisos iniciam sua 127 entrada pelo submundo da droga a caminho da alienação da própria realidade. É um caminho de difícil retorno devido à sensação de entrada num paraíso de prazer e de realização momentânea. Nesse caminho se encontram não só encarnados como desencarnados com desequilíbrios mentais, promovendo a proliferação de uma indústria de ilusões patológicas. Não é difícil entrar por ele, porém quando se consegue sair, nunca se é o mesmo do início, pois a dor, a sombra, os complexos e toda a gama de perturbações dos alienados, acompanham o indivíduo por muito tempo. Diante do indivíduo viciado não é difícil perceber alguém insatisfeito consigo mesmo e com a própria Vida que leva, independente de seu bem estar material. É sempre alguém que não conseguiu realizar-se em algum campo, daí sua frustração levá-lo ao prazer passageiro, sempre à espera de uma dose mais forte. Quando queremos auxiliar alguma pessoa que se viciou em drogas, mesmo àquelas que nos pareçam mais fracas ou socialmente aceitas, devemos adotar a compreensão e a tolerância, desde que não existam situações em que se deva tomar outras atitudes mais sérias. O viciado é uma pessoa dividida, incompleta e carente em vários níveis. Requer atenção e deseja ser ouvido sem a crítica social costumeira. Para ele o diálogo é a chave, porém não pode ser no tom que normalmente a sociedade emprega. Deve ser revestido de amorosidade e compreensão. No fundo ele não quer ser discriminado e deseja ser reconhecido nas suas capacidades, isto é, impulsionado à realização pessoal. Suas habilidades devem ser reconhecidas e estimuladas para que as utilize a serviço da própria Vida.  Muitas vezes o viciado é um adolescente com pais cujo esforço não funcionou adequadamente, isto é, não houve estímulo suficiente para que resolvesse os conflitos naturais da idade. Quando ele precisou da compreensão, encontrou dificuldades para que o diálogo ocorresse. Quando o indivíduo deseja sair do submundo da droga é mais fácil a cura, pois a descoberta do motivo de seu uso será um grande passo para o restabelecimento da personalidade. Há que se chegar ao cerne da questão. Deve o indivíduo perguntar-se: o que pretendo compensar com esse mal que me aflige? Descoberto o objeto de compensação deve-se buscar resolvê-lo sem a necessidade da auto-agressão provocada pelas drogas. Da mesma forma que com o álcool, junto aos usuários de drogas vamos encontrar um sem número de viciados desencarnados que se comprazem absorvendo os fluidos dos encarnados durante suas “viagens” para a “terra do nunca”.
Raiva
A raiva é um sentimento carregado de energia ativa que exige saída para um ato. Não raro decorre de uma reação à agressão de alguém, quando acreditamos que a pessoa nos atingiu em valores que consideramos importantes. Advém da insegurança e da falta de equilíbrio pessoal. Pode ser direcionada para a ação de maneira positiva sem que se agrida o outro que, supostamente nos 129 atingiu. Às vezes, manifesta-se como o chamado nervosismo ou mal humor, deixando a pessoa à mercê de pensamentos e idéias confusas. Geralmente a raiva leva o indivíduo ao desejo de vingança, promovendo a ampliação do mal que o atinge, alcançando terceiros. É uma energia poderosa que altera o estado psíquico, fazendo com que aflore a sombra do indivíduo, levando-o a cometer desatinos, dos quais se arrependerá mais tarde. Nasce dos complexos inconscientes que circulam no psiquismo humano de forma autônoma, face ao desconhecimento de si mesmo. Requer cuidado para que não se instale como um comportamento arquetípico de defesa que pode gerar a agressividade. Geralmente, a raiva não requer muito esforço para que nos domine, face a nossa natureza animal, pois permitimos que o instinto prevaleça tomando a dianteira de nossas ações. Ela, quando se instala, constitui-se na permissão que damos ao outro para comandar nossa vontade interior. A pessoa, à qual dirigimos nossa raiva, passa a determinar nossas atitudes, caso prevaleça o impulso inicial de agredir para se defender. A raiva consegue destruir os propósitos mais nobres da consciência, que se volta para o lado sombrio da personalidade. Possibilita a execução de mecanismos de defesa, que nos afastam da percepção sobre nós mesmos, pondo-nos contra o outro. Quem se enraivece sai de si e projeta sua sombra sobre os outros. Para evitar que ela se instale e cause prejuízos a longo prazo na personalidade, é mister que o indivíduo se conheça e coloque em si, imediatamente quando a sentir, a causa da mobilização da energia da raiva. Nem sempre conseguimos controlar o impulso de revidar, mas podemos sempre pensar antes, durante ou depois que a colocarmos em prática, que aquilo que nos aflige está em nós. O outro apenas serviu de instrumento para mobilizar em nós o que estava latente e autônomo. Quando nos encontramos num processo de transformação interior, saímos do desejo de agressão para o agradecimento ao outro por nos ter alertado quanto à existência do complexo que foi por ele ativado. Quando um complexo é ativado podemos conhecê-lo e dissolvê-lo.
Mágoa
A mágoa é uma mancha na consciência que nos impede de crescer para onde queremos, pois ela aponta para um evento passado. É o não esquecimento da atitude de alguém a quem outorgamos inconscientemente a responsabilidade sobre nosso destino. É o ressentimento que se tem de alguém por se considerar ofendido pela pessoa. Sentir-se magoado, e não procurar resolver a situação com o outro, é adiar a possibilidade de avançar na Vida. Só cresce e se liberta de seu passado quem compreende e perdoa o outro, esquecendo a mágoa sem humilhá-lo. O remédio para a mágoa é a compreensão da atitude do outro considerando-se que também seria capaz de cometer o mesmo equívoco. Essa compreensão é o primeiro passo para o perdão. Perdoar e esquecer o equívoco do outro só é possível quando se percebe que o erro cometido só prejudica a seu agente. Permitir-se abrigar a mágoa na consciência, ou mesmo deixá-la livre no inconsciente, são formas de não olhar para a própria sombra, e de ampliar o complexo de  superioridade. Não olhamos para a própria sombra quando preferimos manter o sentimento de mágoa sem nos perguntar o que em nossa personalidade foi atingido e que necessita ser trabalhado. Por detrás da mágoa há o sentimento de orgulho ferido. A instalação desse sentimento permite a sedimentação da raiva e do desejo de desforra, que, muitas vezes, atinge pessoas que em nada contribuíram para o problema que gerou a mágoa. O sentimento de raiva aumenta o nosso desejo inconsciente de ser melhor do que somos, pois ele alimenta o ego em sua inflação. Devemos aprender a separar a pessoa de sua própria atitude; a atitude é o momento, a pessoa contém um conjunto de emoções, idéias e experiências. O caminho para a dissolução da mágoa é o diálogo maduro com o outro sem o desejo do reconhecimento obrigatório de seu equívoco. Deve-se considerar que, às vezes, não houve a intencionalidade, ou as circunstâncias em que se deram o fato não permitiam outra forma de atuação por parte da pessoa, além da possibilidade de, nós próprios, darmos uma dimensão superlativa a algo que pode não ter ocorrido. Muitas mágoas que guardamos se transformam em núcleos psíquicos de difícil erradicação e que contribuem para petrificar nossa maneira de ser no mundo. Quanto mais deixamos de resolver nossas mágoas, elas se acumulam vida após vida, tornando-nos pessoas anti-sociais e superficiais. O espírito acumula a cada encarnação os aspectos da personalidade experimentados nas anteriores, pois ninguém se liberta de si mesmo sem um trabalho efetivo de transformação. Sair da mágoa, deixando o coração disponível para o amor em plenitude é libertar-se das amarras do orgulho e da  insegurança. O equilíbrio psíquico do espírito requer liberdade para sentir, sem os vínculos negativos proporcionados pela mágoa. Cada sentimento negativo que não resolvemos transforma-se em carma a ser experimentado. A morte não resolve nossos problemas, pois apenas nos transporta de uma realidade a outra. Levamos para o outro lado da Vida, o que somos, que resume o que sentimos, o que pensamos e o que fazemos. Cada sentimento se constitui numa forma de percepção de uma experiência, da qual extraímos as leis de Deus.
Filhos
São responsabilidades inerentes ao processo evolutivo do viver em família. A forma como lidamos com eles pode se tornar um problema para nós, pois é uma arte a convivência com espíritos recém-vindos com seus conflitos e provas a vencer. Muitas vezes os filhos se constituem em problemas para seus pais, seja pelo mau comportamento deles ou pela falta de atitudes perante a Vida, exigindo ação e discernimento quanto à melhor maneira de educá-los. Mesmo que os pais não saibam o que fazer em face dos problemas dos filhos e com eles, é fundamental que não deixem a afetividade de lado, pois ela consegue suprir as deficiências porventura existentes na educação deles. A culpa que normalmente os pais sentem diante da dificuldade em resolver os conflitos que os filhos enfrentam, bem como a deficiência na comunicação com eles, deve ser motivo para que cada um faça uma autoanálise. Devem os pais transformar a energia da culpa em motivação para um processo de autotransformação. Quando  os pais não se sentem em condições de resolver os conflitos dos filhos e os decorrentes da relação com eles, devem buscar ajuda especializada. Os filhos devem ser vistos em seus processos, considerando que passam por problemas diferentes dos adultos, de acordo com as idades. Não se deve exigir da criança comportamentos típicos de adultos. Basta que os pais se lembrem dos conflitos e da mentalidade que tinham na idade que os filhos têm hoje. Perceberão que é necessário penetrar no mundo deles sem lhes exigir comportamentos padronizados. Os filhos devem ser enxergados como espíritos, pessoas que são, e que carecem de ser entendidos. Na adolescência, os conflitos parecem ser maiores, pois as mudanças físicas e sociais exigem respostas imediatas e constantes. Na fase adolescencial a presença dos pais deve ser maior do que nas fases anteriores. É importante que a crítica não seja utilizada como instrumento de diálogo, pois a suscetibilidade do jovem é muito maior que a dos adultos. Muitas vezes os pais exigem respostas dos filhos de acordo com suas expectativas e anseios não satisfeitos durante suas vidas. Os filhos não devem ser obrigados a atender os anseios paternos, porém é responsabilidade deles, dos pais, o encaminhamento para a Vida. Os pais devem conhecer e respeitar as habilidades de seus filhos e orientá- los à utilização adequada na vida. Quando os filhos se mostram arredios e, até mesmo, quando adquirem vícios, devem os pais se colocar ao lado deles para ajudá-los na recuperação. O diálogo, o carinho e a sinceridade amorosa, são fundamentais para a recuperação deles. O espírito traz características na personalidade cuja profundidade não podemos ajuizar, constituindo-se um dever dos pais tentar fazer com que ele descubra suas marcas do passado, a fim de permitir-lhe o crescimento espiritual na nova jornada no corpo físico. Somos espíritos tanto quanto nossos filhos e, por esse motivo, devemos nos tratar como irmãos, considerando que, noutra oportunidade, certamente estaremos novamente na condição de filhos, exigindo atenção, afeto e respeito.
Velhice
A condição de estar no corpo nos coloca diante do fato de que ele envelhece, não sendo possível sua manutenção no mesmo estado físico indefinidamente. É uma utopia querer a juventude eterna, até porque, ela impossibilitaria a percepção das mudanças pessoais, visto que o desenvolvimento do corpo, não só nos condiciona a poder projetá-las, como também nos obriga a que as façamos. É uma arte envelhecer, aprendendo-se a passar pelas mudanças corporais com equilíbrio e maturidade. O corpo, quando visto como instrumento de ação e de recepção do espírito, possibilita que seja aceito independente das transformações do tempo. Seja ele jovem, seja adulto, seja velho ou doente, será sempre um instrumento para a aquisição de experiências e de projeção do espírito. É importante que todas as pessoas, independente da idade, se imaginem mais velhas físicamente do que já são. Essa perspectiva futura deve ser útil para que possibilite à pessoa a tranqüilidade de encarar o processo de envelhecimento. É claro que devemos buscar uma aparência mais agradável, o que não deve ser confundido com querer ser sempre jovem. Este comportamento advém de um complexo relacionado ao narcisismo, que nos coloca sempre no desejo de nos parecer exteriormente com o Self interior. Muitas vezes, inconscientemente, queremos apresentar físicamente o que somos internamente, numa crescente necessidade de ser espelhado o tempo inteiro, por incapacidade de desviar o olhar de si mesmo e olhar o outro. Trata-se do apego excessivo à auto-imagem. É um problema psicológico que nos impede de crescer, pois gastamos energia na preocupação estética, desviando-a do trabalho de transformação interna. As pessoas tornam-se, dessa forma, superficiais e egocêntricas em suas relações. Somos seres espirituais que utilizamos um corpo perecível, como atesta a realidade material. O que deve ser conservado é o desejo de se transformar e não de cristalizar uma forma. A psiquê humana é extremamente plástica; amolda-se às situações visando o equilíbrio da totalidade. Querer conservar o corpo sempre jovem é não perceber aquela flexibilidade, a serviço do aperfeiçoamento do espírito. Há até quem afirme que é mais importante ter e conservar a alma jovem. De certo que tem sentido a afirmação, porém deve ser levada sempre para a motivação, isto é, deve-se sempre conservar-se determinado e otimista quanto ao futuro. Ser jovem em espírito é confiar em si mesmo e em Deus. Diante das dificuldades inerentes à idade avançada, principalmente a sensação de se acreditar desprezado ou rejeitado, deve-se pensar em realizações que não exijam o vigor físico característico da juventude, nem querer estar no centro das atenções dos mais jovens. Os motivos dos que nos são filhos ou parentes, quando chegamos à velhice, diferem dos nossos e devemos respeitar-lhes os interesses, por mais distantes que sejam. As pessoas que já passaram da fase adulta e que entraram na chamada terceira idade, ou ‘melhor idade’, devem evitar permanecer alimentando-se de experiências passadas, que tiveram seu valor à época em que ocorreram; de viverem relembrando o passado como se o presente e o futuro não existissem. O idoso não deve esquecer que tem um presente e um futuro eternos, os quais devem ser o palco de seus constantes atos cotidianos. O ideal é que, o espírito que alcance a velhice, considere a continuidade da vida e pense no que poderia fazer após a morte caso chegue noutro plano com a energia que tinha cinqüenta anos atrás. Não que a morte do corpo promova tal mudança repentina, mas, ao longo do tempo, sob amparo e assistência adequada, o espírito vai recobrando as disposições para ação. Cada fase da vida tem sua importância e colabora para o aprimoramento do espírito. Na juventude, as motivações para viver são principalmente externas: construir a profissão, estruturar uma família, encontrar um lugar na sociedade, afirmar sua própria identidade, resolver a situação financeira, etc., e é importante obter êxito nesses compromissos para o desenvolvimento de uma personalidade segura. A partir da meia idade e com a chegada da velhice, as buscas devem ser outras. A juventude estimula a expansão; a velhice reclama o recolhimento, a necessidade de investir no mundo interior. A maturidade e a velhice vêm comumente acompanhadas pela necessidade de rever os valores que nortearam a vida até então. Estes não podem continuar a usar o exterior como referência, o que é característica da juventude, mas fundamentar-se na percepção da realidade essencial de si mesmo, o espírito. Se não existissem aprendizados diretamente associados à velhice, não precisaríamos passar por ela. As limitações biológicas e físicas que lhe constituem são chamadas para a relativização dos valores materiais e o abandono das ilusões do passado, convidando o ser humano à realização de sua totalidade.
Doenças
São componentes de redes psíquicas que se convertem em sintomas físicos, buscando estabelecer o equilíbrio energético do sistema corpo-mente. Não são elementos isolados dos processos psicológicos, nem influências de agentes externos estranhos a nós mesmos. São fatores de mudanças psíquicas que ocorrem como determinantes que obrigam a novas formas de sentir, pensar e a novas atitudes. Não são elementos patológicos em si, mas sinais de uma patologia psíquica em curso. Trazem respostas e indagações à própria psiquê. Merecem, a princípio reflexão para se procurar qual a mensagem que se encontra por detrás do sintoma, visto que não foi possível, por si só, o ego intuir quanto à correção de rumo a ser feita, vinda do Self. A doença, qualquer que seja, coloca, principalmente durante a dúvida sobre seu diagnóstico, o ego num estado de receptividade e fragilidade, tornando-o suscetível à percepção e assimilação de complexos que jazem autônomos no inconsciente. Excetuando-se aquelas cuja origem está associada à fadiga natural dos órgãos e tecidos, decorrente do ciclo natural de cada existência, elas trazem informações preciosas sobre o funcionamento da psiquê, pois se prestam  às projeções da sombra e às manifestações dos complexos inconscientes. Diante de qualquer doença, independente de buscarmos os recursos médicos ao alcance, devemos nos perguntar:
1. Em que sentido esse sintoma quer chamar minha atenção?
2. O que, em meu psiquismo, não está funcionando bem?
3. Que comportamento em mim necessita ser mudado?
4. De que estratégias devo utilizar para exteriorizar melhor minha emoções, evitando a necessidade de manifestar fisicamente problemas psicológicos?
Pergunte-se sempre: o que ainda não aprendi que me faz passar pelo que estou enfrentando? Que sentimento preciso aprender que ainda não percebi? O que preciso aprender e transmitir para meu próximo? Devemos também considerar que ninguém é causador de nossas doenças. Quando muito são agentes, mas não criadores delas. Nem as bactérias, nem os vírus, nem tampouco as pessoas que nos contaminam com as doenças, são seus causadores em nós. Existe uma predisposição para que a doença se instale em nós e ela é favorecida pelo nosso modo de viver, sentir e pensar. Calma, reflexão, paciência, desejo de se curar, atitude positiva e auxílio médico, e, em certos casos, tratamento espiritual, são os componentes básicos do processo a ser enfrentado em face da doença física.  Diante da doença alheia compete-nos buscar auxiliar o outro no seu processo de cura integral: do corpo e da alma. Ajudar, através do consolo, solicitando-lhe reflexão, sempre que o momento comportar. As doenças nascem no inconsciente, muito embora a vida consciente exerça influência capital em sua origem e manutenção. Pode-se dizer que elas, embora existam, não são o mal em si, pois é a psiquê que está doente. Somos curadores uns dos outros, dentro dos limites de nossa competência, considerando que servimos para que o Self-Curador do outro seja projetado em nós. Nem sempre conseguimos o intento da cura, mas contribuímos para que o processo de sofrimento do outro seja aliviado. O processo de espiritualização requer que encaremos as doenças como subproduto da descompensação psíquica do indivíduo, merecendo cuidado na análise. Sua simples cura física não implica na solução do conflito psicológico gerador.
Prepotência
A prepotência é irmã da arrogância. Nascem ambas do complexo de inferioridade inconsciente. Para compensar esse complexo o indivíduo passa a atuar de forma a demonstrar o que lhe falta, isto é, acreditar em si mesmo. Prefere submeter os outros por não conseguir suportar seu sentimento interno de pequenez. Os prepotentes são pessoas de difícil trato, que conseguem afastar as outras de si mesmo, estabelecendo uma certa distância em relação aos demais. Não são sociáveis, muito embora o desejem, porém não entendem por que não o conseguem. Face à forma de atuar na vida, se prestam facilmente a servir de anteparo às projeções das sombras dos outros. As pessoas fazem questão de lhes apontar os equívocos e a empáfia em suas atitudes. Nesse papel, a psiquê do indivíduo se encontra prisioneira do complexo, visto que expressa-se através do ego, o qual se sente poderoso. Seu aparente poder vem da conexão que estabelece com a fragilidade contida no complexo de inferioridade existente no inconsciente. Para se sair da prepotência pode-se iniciar com a própria capitulação do ego, o qual deve começar a admitir sua própria fragilidade, primeiro a si mesmo e depois a alguém. Esse é o trabalho mais difícil, visto que o ego não deseja perder sua posição, inflado, que se encontra, julgando-se possuidor de um poder que é do Self. É o desafio da humildade. A força aparente de uma pessoa prepotente vem da identificação do ego com o poder dominante ao qual se vincula. Nesse ponto, ele acredita ser o próprio Self, atribuindo-se a falsa idéia de centro do mundo. A quantidade imensa de energia dirigida para a atitude prepotente, poderia ser transformada e colocada a serviço da dissolução do complexo, através de sua conscientização. Liberada a energia constelada pelo complexo, ela poderá ser utilizada para as realizações da própria alma, dentro do processo de individuação. Diante de alguém prepotente, devemos perceber nossa própria sombra, ao invés de projetá-la no outro, que ainda não percebeu a dele. Não é conveniente colocar nossa sombra para fora, reagindo ao outro, pois estaremos agindo com a mesma prepotência dele.
Culpa
Geralmente decorre de uma sanção interna por algo feito em desacordo com princípios pré-estabelecidos. Resulta da inadequação entre o ato e a norma. Nem sempre se trata de uma atitude, idéia ou sentimento em desacordo com as leis de Deus. Algumas vezes se deve à forma como o indivíduo, face as influências da cultura e do meio social, se sente ou se posiciona. Pode-se sentir culpado por alguma coisa que, se vista sob outro ângulo, teria outra conotação. Ao invés da culpa, nesse caso, seria mais adequado a responsabilidade pessoal sobre o ato cometido. A culpa é a impressão da responsabilidade que se assume diante de uma ocorrência passada, sem, no entanto, a coragem de resolvê-la. Muitas vezes a pessoa se sente impotente para solucionar o conflito do qual se atribui a autoria. Liberar-se da culpa é colocar-se diante das conseqüências dos atos com a disposição de resolvê-los corajosamente. Muitas vezes, as conseqüências não são tão drásticas como pensamos, visto que antevemos punições que também estão contaminadas pelos valores morais e sociais de cada época. Todas as atitudes que o ser humano tem, por mais vis que sejam, podem não deixar culpa quando, ato contínuo à realização, advém o trabalho sincero de reparar-lhes as conseqüências danosas a si e aos outros. Não basta o arrependimento nem a realização de outro ato compensatório, pois o trabalho de reparação requer retornarse às causas geradoras do que foi feito. O processo de reparação não é punitivo ou compensatório, mas sempre educativo.  Para a eliminação da culpa é preciso aprender a não fazer mais o que se fez e internalizar a lei de Deus que não se conhecia, antes de se cometer o ato equivocado. Diante da culpa e com consciência plena de ter feito algo inadequado, algumas atitudes psicológicas e práticas são recomendáveis, considerando-se que a mente se autoregula para enfrentar as possíveis conseqüências. Do ponto de vista psicológico, quando cometemos algo que acreditamos em desacordo com alguma norma, instalamos automaticamente o processo de culpa. Abrimos, dessa forma, uma porta para que algum evento externo venha conectar-se a essa “permissão”. Quando a culpa é inconsciente, leia-se, oriunda de vidas passadas, algum evento ocorrerá para que reparemos o equívoco. A psiquê fica vulnerável à ocorrência de um evento externo para que o sistema entre em equilíbrio, e se feche a porta que foi aberta. Esse evento externo não necessita da ação de outra pessoa, que pode, por livre arbítrio, infelizmente, tornar-se o “justiceiro” de nosso destino. Neste caso, estará abrindo alguma porta que exigirá um evento correspondente, para seu próprio equilíbrio. O trabalho de reparação dos equívocos cometidos, conscientemente ou não, pode ser feito sem que o espírito venha a sofrer. Para tanto deve:
1. Formular detalhadamente o equívoco cometido;
2. Enumerar todas as razões pessoais, sejam condenáveis ou não, que levaram ao ato;
3. Enumerar outras maneiras que poderiam ter sido utilizadas para a realização daquele ato;
4. Identificar atitudes, pensamentos e sentimentos que gostaria de evitar fazer de novo;
5. Verificar em que leis espirituais, das constantes nos próximos capítulos, você “tropeçou”;
6. Estabelecer um plano exeqüível em que você agora aja de acordo com cada lei que contrariou por atuação indevida ou desconhecimento;
7. Submeter suas conclusões a outra pessoa.
As culpas são processos que permitem a instalação de obsessões, quando não nos confessamos a nós mesmos, a alguém e a Deus. Tornam-se perigosas companheiras psíquicas na medida que desejamos ser punidos. Às vezes, a culpa é tão forte que chegamos a somatizar processos físicos dolorosos de reparação. Algumas doenças, até mesmo a síndrome de pânico, podem se originar das culpas não trabalhadas. Na culpa, o ego submete-se ao complexo de rejeição e de autoflagelação.
Medos
São elementos psíquicos que se apresentam à consciência pela falta de segurança e equilíbrio interno. Surgem sempre quando algo está ameaçado de sucumbir. A psiquê interpreta como se houvesse uma descompensação que lhe tira o equilíbrio. Decorre da pressão do inconsciente sobre a consciência, devido aos conteúdos ativados a partir de eventos internos e externos que se conectam aos complexos. Os medos são típicos do ser humano que ainda se encontra no processo de iluminação interior. Eles são muitos e suas causas diversas. Foram, em sua maioria, estruturados desde o período em que éramos seres primitivos e habitávamos as cavernas. São componentes da personalidade e, paradoxalmente, nos preparam para enfrentar o que nos atemoriza. O medo da morte do corpo, parece ser o que mais apavora o ser humano, tal sua identificação com ele. O ego se projeta no corpo físico e acredita tê-lo como sua representação fiel, visto que, quando vem o sono, isto é, quando o corpo dorme, ele perde sua autonomia. O medo da morte é o medo do ego de desaparecer. Por esse motivo o indivíduo, movido pelos desejos egóicos, apega-se ao corpo como se ali estivesse sua própria essência. O processo de iluminação interior possibilita uma redução nesse medo, por transferir o referencial do ego para o Self, que não mais se projeta no corpo físico. O ego, influenciado pelo medo de desaparecer, presente no seu dia-a-dia, contamina suas relações com o inconsciente, trazendo à consciência as lembranças de experiências traumáticas e difíceis vividas ao longo das vidas anteriores, ampliando o leque de receios na vida. O processo é sutil, tornando-se difícil separar os medos da atual existência daqueles oriundos do passado reencarnatório. Eliminar medos requer reflexão e determinação, visto que o mundo social, com seus referenciais egóicos, ampliam sobremaneira nossa dificuldade em lidar com eles. O medo é decorrente do desconhecimento a respeito do objeto que nos causa pavor. Diante do medo, devemos fortalecer nossas convicções espirituais para que não nos deixemos sucumbir às fantasias de extinção oriundas do ego. Somos espíritos imortais, eternos e fadados à perfeição; internalizar isso é suficiente para enfrentarmos qualquer tipo de medo. Quando nos encontramos sob o domínio do medo de que algo nos aconteça, mesmo diante da ameaça real da ocorrência de um fato desagradável que possa se avizinhar, é preciso termos em mente o seguinte:
1. Nada me acontecerá que não seja útil para o meu processo evolutivo;
2. Acredito nas possibilidades favoráveis quando enfrento situações adversas;
3. Enfrento, de forma progressiva o objeto causador do medo;
4. O medo que sinto não vem do objeto, mas de meu mundo interior;
5. Devo ter consciência das influências espirituais favoráveis ao meu sucesso, como também não devo fixar-me nas desfavoráveis;
6. Preciso fortalecer e estruturar melhor meu ego para começar a ultrapassar o medo;
Diante do medo, de qualquer natureza, é preciso calma e segurança a fim de manter a mente em equilíbrio para poder enfrentá-lo. Caso meu medo venha de outras vidas, não permitirei que ele continue na próxima. Envidarei todos os esforços possíveis para solucioná-lo desde já.
Espíritos
Lidar com o espiritual sempre deixou o ser humano, de certa forma, perturbado, face aos fatores que envolvem as crenças a respeito de sua existência. Na maioria das vezes, associa-se os espíritos e tudo que se correlaciona com eles, à morte e ao sobrenatural. Por esse motivo, toda temática envolvendo os espíritos ainda provoca perturbação na maioria das pessoas. Às vezes, permitimos que nossos sentimentos em relação às pessoas que já faleceram, pelas quais nutríamos afeição e amor sinceros, se transforme em medo e pavor, por que não aprendemos a lidar com o assunto. A psiquê se contamina pelas crenças e valores ultrapassados, impedindo que sentimentos de ordem mais elevada sejam expressos. Quando alguém que conhecíamos morre, trazemos de volta os mesmos sentimentos de quando morremos em vidas passadas. Isso permite que aflorem as impressões antigas a respeito de espíritos e de “mortos”. Por mais que se queira negar a influência dos espíritos, não é possível precaver-se de sua presença psicológica forte no psiquismo humano, determinando e alterando nossas atitudes. Mesmo que sejam considerados fantasias, tendem a ocupar o lugar deixado pela ausência de sabedoria em lidar com sua realidade ou com a probabilidade de sua existência. Por vezes, afastamos nossos filhos dos temas que se relacionam com espíritos, por acreditar que eles não têm maturidade para encarar a questão. Afirmamos isso como se tivéssemos o que negamos neles. Projetamos nas crianças nossa dificuldade real em lidar com o assunto. O que se relaciona com espíritos não deve ser tomado como objeto de crença ou de responsabilidade das religiões, mas como uma questão crucial para o ser humano, em face da necessidade da psiquê responder às suas indagações sobre a morte. A questão é crucial ao ego, pois enquanto ele não se satisfaz com uma resposta plausível sobre sua sobrevivência, permanece inquieto, necessitando de alguma  compensação que transforma o que deveria ser simples num problema grave.Temer os espíritos é temer a si mesmo, declinando do dever de resolver uma questão psicológica séria, que, quando satisfeita, liberta a psiquê para mobilizar suas energias a serviço do processo de realização pessoal. A Vida, tomada em seu sentido mais amplo, envolvendo a imortalidade do espírito, requer uma nova definição sobre a existência. Diante da necessidade de lidar com espíritos e suas manifestações mediúnicas, devemos ter consciência de que estaremos enfrentando nossas próprias questões internas e, quando amadurecemos na relação com eles, resolveremos os cruciais problemas da existência humana. O ser humano nunca será o mesmo após internalizar a existência real dos espíritos que, como nós próprios, continuam vivendo após a morte do corpo físico. Do ponto de vista psicológico, devemos estabelecer uma relação com os espíritos de forma madura e equilibrada, sem transformá-la em algo sagrado e do domínio da crença. Os espíritos são seres como nós, aos quais não cabe reverência ou manipulação, pois se assim o fizermos a psiquê inconsciente tenderá a estabelecer uma relação objetiva com os complexos que se vinculam à temática do sobrenatural. O ser humano maduro tratará a relação como outra qualquer que se tem com pessoas, sem desprezá-la, banalizá-la ou sacralizá-la, pois se dessa forma proceder-se estar-se-á permitindo que ela se torne o que conscientemente não se deseja, isto é, mais um problema, ao invés de ser a solução. Mesmo que deixemos a relação com os espíritos no campo da crença, temos que ter o cuidado de trabalhá-la para que não tenha a conotação psicológica de terreno perigoso ou fora da realidade da consciência. O assunto requer percepção da situação do ego e de seus medos e valores.
Sexualidade
A palavra sexualidade resume todas as formas de se lidar com a energia do sexo e das motivações ligadas ao prazer do corpo físico. Sexo, no sentido de algo que nos motiva à busca de um prazer, como uma energia que nos impulsiona a um objetivo, não tem conotação diferente de outras motivações que mobilizam a psiquê para diferentes realizações. É também energia criadora a serviço da Vida, não só no campo de realização das formas como na descoberta do corpo como instrumento de prazer. Pela ignorância do ser humano, a sexualidade é geralmente dirigida para a exclusiva obtenção de prazer, sem que se tenha dimensão de suas finalidades superiores. O ser humano, por utilizá-la de forma exacerbada, equivoca-se e aliena-se de outras metas da Vida. Nessa busca incessante pelo prazer sexual, ele se envolve e se vicia, permitindo que se instale psiquicamente padrões de pensamentos e emoções que lhe direcionam o comportamento. Dessa forma, ele utiliza sua sexualidade de uma maneira pueril e inconseqüente, sem se dar conta das implicações psicológicas decorrentes. Surgem os problemas ligados à sexualidade, que, pela dimensão que o próprio ser humano lhes atribui, tornam-se superlativos e complexos. Envolvem as motivações, os  objetivos de vida, os relacionamentos, as escolhas, a visão de mundo, e, principalmente, a relação que tenha com Deus. Os valores sociais, fortalecidos pela mídia que propagandeia a vulgaridade, tornam o uso da sexualidade quase como uma obrigação a que todos têm que se submeter. Não há qualquer preocupação com idade, nível evolutivo, momento de vida, pois têm que usá-la a qualquer preço. A compulsão para o uso passa a ser moda, e motivo de preocupação para quem não tenha a libido à flor da pele, pois se sentirá diferente dos demais. Acostumamo-nos psicologicamente a depender daquela energia como meio de sobrevivência, deslocando nossas motivações para prazeres cada vez mais emocionantes. Torna-se uma doença psíquica, pois o uso do corpo de forma repetitiva promove condicionamentos psicológicos, da mesma forma que certos padrões de pensamento alteram nosso organismo. Para libertar-se da compulsão sexual, tal qual ocorre com o alcoolismo, é necessário que o indivíduo inicie um processo de desintoxicação gradativa buscando o respeito pelo corpo e seus limites, evitando excessos e redirecionando sua motivação para outros ideais. O modismo e os exageros na sexualidade promovem o festival de fetiches ou artefatos para promover o prazer a qualquer custo, sem a preocupação quanto às interferências no psiquismo do próprio indivíduo. O fetiche, enquanto instrumento de ampliação do prazer, passa a se tornar, com o tempo, imprescindível e determinante para que se alcance a liberação do desejo compulsivo, até que, mais tarde se torne também indispensável, levando o indivíduo a novas e cada vez mais alucinantes aventuras. O fetiche funciona como uma ferramenta que pretende substituir a incapacidade de se consertar um defeito, do qual não se  sabe a causa. É uma muleta psicológica que não resolve nem tampouco alivia a ansiedade daquele que deseja o prazer. Será um paliativo, cujas conseqüências se tornarão cada vez piores. Libertar-se dos fetiches requer penetrar no psiquismo do indivíduo a fim de descobrir o que o levou a essa necessidade. Geralmente sua utilização está associada a processos cármicos de uso inadequado da sexualidade. Nesse campo vamos também encontrar as pessoas que, no uso do sexo não conseguem obter o prazer, muitas vezes criando fantasias e enganando o parceiro. Tornam-se frias e frígidas, não conseguindo o que deveria ser natural, pois o corpo físico possibilita a todas as pessoas que alcancem o prazer. É comum ocorrer entre as mulheres, visto que o homem nem sempre consegue fingir seu prazer. Embora negado pelas religiões e por algumas culturas, o prazer sexual não se constitui em empecilho ao processo de desenvolvimento pessoal, mas seu uso desequilibrado e em desarmonia é que o impede. A frigidez de hoje está associada ao uso inadequado da sexualidade, na vida presente ou em vidas passadas, o que provoca um bloqueio, movido pela culpa, na liberdade em sentir prazer. É fundamental um trabalho de análise para desbloquear a mente. Esse trabalho se inicia com a conversa franca com o parceiro e a busca pela reflexão sobre o uso adequado da sexualidade a serviço do amor. Ainda surge a impotência masculina como um dos problemas que cada vez mais vem atingindo o ser humano, sem que ele consiga descobrir suas causas. Às vezes, ele tem buscado meios artificiais, seja através de remédios ou de implantes, para tentar solucionar o problema. Da mesma forma que a frigidez feminina, a questão nem sempre é física, mas  psíquica. Deve o ser humano buscar analisar o que está sendo colocado no lugar de seu desejo sexual de obter prazer. A análise e a conversa franca sempre serão o meio mais eficaz de se iniciar o processo de cura. De qualquer forma os problemas sexuais, quaisquer que sejam, merecem atenção e cuidados, a fim de não se tentar resolvê-los de forma a criar-se novos problemas. O assunto requer sempre diálogo, pois não fomos acostumados a tratar sem culpas do sexo. Em todos os casos, as causas estão associadas a complexos psicológicos que podem ser resolvidos.
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Bibliografia para consulta
1-O despertar de uma nova consciência
Eckhart Tolle
2-Momento de despertar
Shakti Gawain
3-Psicologia da Alma
Dr Joshua David Stone
4-Um Curso em Milagres
Foundation for de Inner Peace
5-Ascenção Cósmica-roteiro para os reinos desconhecidos da luz
Dr Joshua David Stone
6-Sua missão ascencional-O seu papel no Plano Maior
Dr Joshua David Stone
7-Ascenção Cósmica
James Tyberonn
8- O processo da Iluminação Espiritual
Judith Blackstone
9-Modern Physics and Vedanta
 Swami Jitatmananda
10-Vedanta Monthly
 Vedanta Center
11-Manuscritos -acervo pessoal

Nota:Biblioteca VirtualCONSULTE NOSSO CANAL DE VÍDEOS

Divulgação: A Luz é Invencível
Fonte: https://portal2013br.wordpress.com/2016/05/11/chaves-para-o-autoconhecimento-e-a-cura-o-processo-de-auto-iluminacao-final/

terça-feira, julho 26, 2016

sábado, julho 23, 2016

CHAVES PARA O AUTOCONHECIMENTO E A CURA-O Processo de Auto-iluminação-Parte 1

O processo de auto-iluminação nos permite colocar, no lugar mais reservado de nosso ser, a realização do destino pessoal em consonância com os objetivos divinos. Descobrir como encaixar o que fazemos e queremos da Vida com aquilo que acreditamos que sejam os desígnios do Criador, é fundamental na evolução do ser humano. A luz de nossa essência interior deverá brilhar a fim de que se realize em nós a presença de Deus. O ser humano é simultaneamente material e espiritual, pois, se sua origem e raízes estão na Terra, sua destinação e essência se encontram nas estrelas. No processo de auto-iluminação, após vencidas as barreiras dos processos anteriores, deve-se buscar o estado permanente de paz e harmonia interior e exterior. Isso ocorre quando, além de descobrirmos o sentido da Vida, vamos em busca de novos e maiores objetivos. Nesse estado o indivíduo consegue ser feliz como é, visto que se percebe ainda em processo. Nesse processo de auto-iluminação as dificuldades de compreensão do significado do espiritual já não existem. As dúvidas e resistências em aceitar a realidade espiritual já 95 não perseguem a consciência. O indivíduo possui uma vivência espiritual adequada à sua tarefa no mundo, sem os medos e receios característicos de fases anteriores de sua vida. A vivência é verdadeira e positiva, na medida que traz benefícios pessoais e coletivos. O contato com o espiritual é simples e sem os complexos mecanismos de defesa anteriormente utilizados. Torna-se possível estabelecer uma relação madura com o espiritual, sem modismo, sem pieguice, e sem subserviência. O espiritual passa a ser o natural na vida do indivíduo, não existindo distância com o material, pois são faces de uma mesma realidade que se complementam para o aprendizado humano. Nesse processo, o indivíduo percebe a Vida como um fluir constante em que ele é o principal personagem da grande história de sua vida. Ele percebe a Vida como uma melodia permanente, sob o som da qual ele dança a própria Vida, adaptando seu ritmo. A dança da Vida é o viver éticamente buscando realizar o próprio sentido presente nas experiências vividas. O indivíduo durante o processo de auto-iluminação consegue aprender a arte de ser positivo diante de dificuldades, sem o otimismo superficial de quem quer esquecer conflitos sem entender-lhes as causas. Ele consegue entrar em contato direto com o que o incomoda, buscando extrair aspectos das leis de Deus durante a execução de estratégias para sua solução. Questiona-se sempre sobre o que deve aprender com as dificuldades que atravessa, visto que sabe não estar livre de vivenciar dificuldades, tampouco incomoda-se em solucioná-las sob tensão, considerando-as aspectos inerentes ao viver.  Sabe adiar recompensas, buscando sentir a Vida a partir das experiências mais simples, sabendo extrair delas o que de melhor possam oferecer. O processo de auto-iluminação geralmente leva o indivíduo a certo destaque em seu grupo ou segmento social, evidenciando e expondo sua vida e suas atitudes perante seus pares. Neste processo o indivíduo tem consciência de como sua vida influencia a de outros, atentando para a descoberta de como viver a própria vida sem necessariamente atender aos anseios coletivos, nem tampouco desprezá-los. Sua vida pública torna-se extensão de sua vida privada, sem que perca sua autonomia. Sua filosofia de vida é perfeitamente coerente com as normas sociais e com os princípios morais de todas as religiões. Sua vida e seu trabalho, além de atender suas necessidades pessoais, permitem-lhe auxiliar e elevar moral e espiritualmente a sociedade em que vive. Possui uma certeza interna inamovível que o determina a realizar sempre, motivando-o ao trabalho. Essa certeza interna é uma espécie de mito pessoal transcendente, como uma crença íntima. Tal certeza é quase intraduzível, pois se situa além do tempo e do espaço, identificando-se com a presença interna de Deus na alma humana. É uma certeza que vai além das certezas e incertezas, onde nenhuma dúvida penetra. É uma espécie de dogma pessoal. Como exemplo podemos ver a seguinte afirmação: “Sou um ser indestrutível e meu destino me pertence. Vou construí-lo com amor e sabedoria.” É uma simples frase que, se colocada como certeza interna, passa a ter força diante de qualquer desafio externo. Não é uma crença externa, nem uma confissão de fé ou demonstração de  princípios religiosos. É um dínamo interno gerador de movimento para a Vida.
No processo de auto-iluminação o indivíduo tem um permanente diálogo com Deus, seja através da oração ou de atitudes diretamente concorrentes aos Seus desígnios. Esse diálogo é tão sutil que se confunde com um monólogo psíquico interno. É seu alimento diário e constante, pois tem nessa comunicação sua permanente conexão com Deus, que lhe dá a certeza de Sua existência. Sente-se feliz por existir e por estar realizando a própria vida, independente das circunstâncias aversivas ou não que atravesse, tendo a felicidade como um estado de espírito permanente. O desejo e a vontade se constituem na própria essência do espírito, sendo conseqüência de sua existência. Pertencem à esfera mais íntima da individualidade. Freqüentemente permitimos que eles se contaminem pelas necessidades artificiais do ego. É salutar que não tenhamos desejos contaminados, porém é pouco provável que não possamos tê-los, visto que, embora partam da intimidade do espírito, são influenciados tanto pelo ego quanto pelo inconsciente. O indivíduo no processo de auto-iluminação consegue que seus desejos sejam materializados na medida que os situa acima de interesses pessoais egóicos, portanto suas realizações atendem a seu Self e à coletividade. Estar no processo de auto-iluminação não quer dizer que o indivíduo possua poderes especiais, pois os que os têm, e utilizam para o bem comum, necessitam dessa prática para fazer prevalecer sua mensagem coletiva. Tais poderes especiais, mediúnicos ou não, se tornam valiosos instrumentos de penetração de sua mensagem pessoal para a sociedade dos que precisam ver para crer.
Os dotes especiais, adquiridos ao longo das vidas sucessivas, conseqüência natural do uso adequado que fizeram, são habilidades que serão colocadas a serviço do Self, no seu desejo de realização. Ter tais dotes especiais não implica em evolução, mas muitas vezes em necessidade cármica, sem a qual não haveria possibilidade de sucesso na investida reencarnatória. No processo de auto-iluminação o indivíduo percebe que há leis gerais da Vida, às quais ele aprende a internalizar para seu próprio progresso. A integração do aprendizado dessas leis cada vez mais o capacitam a viver no mundo e a ensinar ao mundo sua utilização. São leis gerais da Vida para que a própria Vida se realize através do ser humano. É nessa fase que as companhias espirituais amigas se tornam mais evidentes e o contato com antepassados favorece o desenvolvimento de mais realizações na vida. O indivíduo descobre como agem seus guias, bem como desenvolve a habilidade de entender seu próprio guia interior, o Self. Algumas pessoas têm como referencial um espírito guia ou uma voz interior. A essa voz ou a esse guia pode-se atribuir características diversas como a uma personalidade. Deve-se procurar atribuir-lhe boas qualidades, como por exemplo: equilibrado, harmônico, amoroso, disciplinado, altruísta, idealista, otimista, entusiasmado, econômico, sincero, humilde, determinado, discreto, despachado, alegre, inteligente, incentivador, criativo, compreensivo, compassivo, etc. Esse procedimento nos auxilia a sintonizar com os bons espíritos. O indivíduo em processo de iluminação não anda buscando gurus ou mestres externos, visto que já percebe os  conteúdos das próprias projeções e das limitações das pessoas que já alcançaram um grau mais elevado de realização e que ainda se encontram vinculados a atividades que exigem atitudes comuns. O guia externo é necessário até certo ponto da caminhada, quando ainda não se percebe espírito. Quando o ego se identifica com os propósitos do Self, o guru externo é dispensável. A adoção de um mestre ou guru não prejudica a ação do Self, pois não há mais projeção, mas respeito pelo outro. No processo de iluminação interior o indivíduo descobre a liberdade como compromisso consigo mesmo e com Deus. Sua liberdade é exercida sem qualquer preocupação com as prisões externas, visto que mantém o coração e a consciência disponíveis para suas próprias escolhas. Nada o prende nem o limita no sentido psicológico, face à sua capacidade de adaptar-se às contingências externas sem alterar seu rumo. Possui a liberdade de ser aquilo que se determinou sem as influências externas, porém respeitando-as. Adquire a consciência de existir a partir da percepção da vontade divina, cuja certeza é alimentada pelas realizações que leva a efeito no campo do bem, do amor e da paz. A consciência da existência não é apenas um dado decorrente da razão, mas sobretudo do sentimento de unidade com o divino. Nesse processo, o indivíduo se sente integrado ao universo como elemento participante dos eventos da Vida. O sentimento de integração lhe permite acreditar no futuro, na transcendência da Vida, na realidade de Deus e nas possibilidades de felicidade. Sente o amor em plenitude, visto que materializa-o através da construção de um mundo melhor. Sua vida é dedicada à realização de si mesmo e de 100 uma sociedade mais harmônica e feliz, onde o ser humano seja reconhecido como espírito imortal.
O iluminado não é o santo, o religioso, mas o consciente de Deus, de si mesmo e de seu destino. É o ser que ama tendo o amor como sentimento que o une ao universo. É o ser que, integrado aos objetivos divinos, manifesta-os em suas realizações sem se ausentar do mundo. O iluminado não é o diferente, mas o que se iguala para realizar sua própria singularidade. Ele nem sempre está nas hostes religiosas, nem nos templos erigidos pelos homens, nem tampouco tem assento garantido nos poderes mundanos, mas se encontra no mundo, servindo a Deus junto aos seres humanos. Seu lugar é ao lado, compartilhando, crescendo junto, implicando-se e envolvendo-se com as pessoas de sua convivência. Onde existir oportunidade de colocar-se a serviço do próximo, aí ele se fará presente. O indivíduo iluminado sabe que sua capacidade de curar o outro não é ilimitada, muito mais que não é ele o curador. Tem consciência de que, no seu mister de auxiliar o próximo é apenas instrumento divino no processo do outro. Compraz-se em se colocar a serviço da Vida no momento em que o outro lhe projetou a capacidade de curá- lo. É cidadão do mundo e vive como todos. Eleva-se acima de todos mantendo-se ao lado. Ilumina a quantos passem no seu caminho por receber a luz de todos. É respeitado pelo respeito que tem a todos. É amado por amar, sem exigir retribuição. A auto-iluminação é o estado interior de paz consciente, de harmonia contagiante, de autodeterminação e integração com o Universo e com Deus. É a consciência de si mesmo como espírito imortal, individualizado e plenamente consciente do sentido da Vida.
Lidando com nossos problemas
A primeira e grande observação de magna importância para a compreensão e solução de problemas é que eles pertencem e são causados pela própria pessoa que os tem. Isto é fundamental: seu problema é seu e ninguém é diretamente responsável por ele a não ser você mesmo. Essa colocação não retira o papel das influências espirituais na base daqueles problemas e isso iremos tratar adiante. Indiretamente vários fatores concorrem para que eles existam. Mesmo aqueles que são diretamente provocados por outras pessoas ou pela própria vida (pelo destino), têm suas causas em aspectos desconhecidos ou negados de nossa personalidade, aí incluindo causas oriundas de atitudes de outras vidas. Essa compreensão é fundamental para o estabelecimento de estratégias para a saída deles. Em segundo lugar devemos aplicar a regra da resignificação, isto é, nada é totalmente como pensamos que seja. O significado ou a leitura que fazemos de um conflito pode ser completamente diferente da realidade. Um novo significado pode ser de grande ajuda para a solução dele. Para essa nova visão temos que recorrer a alguém que nos possibilite essa outra percepção e que não seja parte do problema. Quando assim procedemos estaremos ampliando nossa própria visão a partir das percepções de alguém. Por estarmos vivendo o problema perdemos, muitas vezes, a visão de conjunto, o que nos impede de estabelecermos cenários alternativos de soluções. Em terceiro lugar devemos aplicar a regra da solucionabilidade, isto é, nada é insolúvel e não há problema algum que já não tenha se passado com alguém. Isso possibilita a certeza de que há algo mais além de se estar atravessando aquele determinado problema que, certamente, tem solução. Aquele problema surgiu em minha vida como uma forma de ensinar-me algo que ainda desconheço. A solução pode estar mais próxima do que imaginamos e ao alcance de nossas possibilidades. Em quarto lugar, é importante que eu o enfrente, e, para isso, é preciso conhecê-lo bem, procurando entender todas as forças que concorrem para que se torne um problema em mim. Devo verificar se suas causas não se encontram em outras vidas, a partir da percepção de mim mesmo, de minha infância, adolescência e vida adulta. Caso constate que se trata de algo que venha de outra vida, devo evitar repetir o equívoco que cometi não me permitindo deixar de resolver o conflito. Em quinto, o tempo está a meu favor e não devo desesperar-me em busca de soluções mágicas e imediatas. Muitos dos problemas se resolvem com paciência e determinação, permitindo-se que o tempo atue junto aos fatores determinantes. Sem pressa, porém sem esquecer de buscar alternativas para a solução do conflito. Em sexto, ter consciência das influências espirituais que atuam na grande maioria dos conflitos humanos. De um lado, as influências obsessivas, negativas, que atrapalham sobremaneira uma solução ou um desfecho favorável, cujos fatores predisponentes se encontram em vínculos cármicos de vidas passadas. Por esse lado devemos recorrer aos mecanismos conscientes de defesa psíquica, tais como, o passe, a leitura edificante, e, sobretudo, a oração. Do outro lado temos as influências positivas que favorecem nossa percepção das alternativas que melhor nos permitam tirar lições por entre os problemas que nos compete resolver. As influências positivas são muito mais abundantes que as negativas, visto que, aliadas aos bons espíritos, as leis de Deus conspiram a favor do ser humano.
Em resumo:
1. O problema é meu e fui eu quem proporcionou sua existência e devo tentar enxergar as ocorrências da Vida como elas são, aprendendo a assumir minhas responsabilidades, não culpando a ninguém nem a mim mesmo;
2. Posso vê-lo de outra forma desde que saia da posição egóica em que me situo, tentando entendê-lo a partir de outro referencial;
3. Ele é solucionável e está a meu alcance a saída, sendo de minha responsabilidade verificar o que me compete fazer no momento;
4. Devo conhecê-lo bem para enfrentá-lo, sem relegá-lo ao esquecimento, nem tampouco reagir imediatamente a ele, movido pela emoção descontrolada;
5. Ao procurar a solução devo buscar agir sem ferir a ninguém nem colocar-me como vítima. Devo 104 procurar não lutar contra as pessoas, mas agir em favor de mim mesmo, sem precisar atacar para defender-me;
6. O tempo está a meu favor, pois a paciência é uma virtude desejável em todos os momentos;
7. Minha determinação, os bons espíritos e Deus são forças que conspiram a meu favor, independente do contrário;
8. Devo sempre perguntar-me por que estou passando por esse problema.
Existem vários conflitos que afligem o ser humano e que, muitas vezes, atrapalham sua marcha evolutiva, muito embora lhe acrescentem algumas lições em sua jornada. São problemas comuns e que vão se modificando a cada época de nossa história, mas que merecem atenção e cuidado na busca de soluções. A grosso modo podem ser vistos sob diferentes ângulos, porém cada pessoa atravessará seu problema de forma particular e, por esse motivo, deve-se buscar formas específicas de resolvê-los, entendendo-se que o mesmo problema em pessoas diferentes terá, necessariamente, soluções distintas. O ser humano é singular e seus problemas são, da mesma forma, singulares e exigem modos distintos de compreensão e solução. Durante muito tempo aprendemos que as atitudes sociais, em respeito à boa educação, deveriam concorrer para que os indivíduos mostrassem sua índole e caráter. Eles deveriam: aparentar segurança, não manifestar emoções e, muito menos, confidenciar seus problemas. O resultado disto é uma sociedade altamente inibida e que manifesta seus problemas íntimos através das doenças do corpo e, principalmente, doenças psíquicas. A alternativa é  desabafar, chorar, pedir ajuda, contar e expressar suas emoções e problemas. Aprender a confessar, buscando ser verdadeiro em suas palavras, sentimentos e atitudes. Diante daquilo que não conseguimos entender devemos tomar algumas atitudes que possam nos retirar do marasmo e da inércia. Vejamos alguns dos problemas humanos e como podemos lidar com eles.
Depressão
Este é um mal que assola o ser humano de forma persistente e que tem levado muitas pessoas à inércia e ao desespero. Ela é fruto da mente que se vicia em pensar em circuito fechado, não conseguindo enxergar além das fronteiras do ego a possibilidade de sair do conflito. Geralmente a doença consegue afastar seu portador das pessoas que mais ama, às vezes, culpando-lhes pelo próprio abandono em que se situou. Ela se inicia muitas vezes com a baixa de auto-estima e com a sensação de rejeição ou de abandono. A solidão é outro fator que colabora para que a depressão possa se instalar. Todo ser humano necessita de outro em seu convívio. Quando isso não ocorre ou se demora a ocorrer, poderemos abrigar a depressão. Ela permite que a energia psíquica, destinada à Vida, seja dirigida para o mundo interior do deprimido que se encontra em circuito fechado. É, na verdade, um suicídio da própria mente, que não vê outra alternativa senão isolar-se em si mesmo. Para sair da depressão é preciso re-significar seu próprio conflito, pois ninguém há que possa enxergar um problema sob todos os ângulos possíveis. É preciso reverter o fluxo de energia para o mundo das realizações e do concreto.  A saída da depressão, na maioria das vezes, requer auxílio especializado, psicológico e, às vezes, espiritual. A energia psíquica que, por alguma razão, regrediu ao inconsciente e ali ficou retida, necessita encontrar escoadouro adequado para voltar à consciência. Para o deprimido, nada há no mundo que lhe desperte o interesse. Toda a sua motivação, sua disposição para viver e alterar o ambiente a sua volta pareceu ter desaparecido e a pessoa se vê prisioneira num enorme vazio, onde nada tem sentido. Esse vazio dá lugar a processos obsessivos de difícil solução. Tratar da depressão passa pela revisão do que causou tal regressão psíquica e pela descoberta de novos valores que possam re-significar tais acontecimentos. É um processo de abrir-se para conhecer, sem preconceitos, o próprio inconsciente, identificando as dores nele represadas e favorecendo uma adequada liberação, para posteriormente reencontrar-se com a motivação perdida. O deprimido é aquele que se dissociou do sentido que fundamenta sua vida. Diante da depressão é importante considerar que sua causa poderá estar bem próxima da consciência do indivíduo e que ninguém mais do que o próprio terá condições de resolver seu conflito sem enfrentá-lo decididamente. Quando assim o fazermos não haverá perdas nem derrotas, mas aquisição de experiência para que se possa enfrentar outros revezes que venham a acontecer.
Separação
As separações matrimoniais são produtos deste século, visto que vieram ter sua legalização, na maioria dos países, a partir da Segunda Guerra Mundial. Seus motivos são vários, sendo que a grande maioria deles se relaciona às  projeções dos parceiros que criaram expectativas quanto ao comportamento de seus pares e não foram correspondidos. Foram uniões parciais, pois que não havia o conhecimento efetivo do outro, face ao desejo, à paixão e às exigências sociais de relacionamento. Muitas foram uniões inconseqüentes, sem o devido preparo prévio, ao sabor da volúpia e da necessidade social de se unir a alguém, em que o planejamento reencarnatório ficara em segundo plano. Diante do rompimento da união matrimonial, deve cada um dos parceiros aproveitar para uma auto-análise a fim de não repetir os equívocos de lado a lado. A responsabilização do outro, embora seja atitude comum, não contribui para a solução ou percepção de si mesmo no processo. Quem quer que passe pelo problema deve buscar, antes de sua ocorrência, analisar a relação a fim de descobrir antecipadamente as causas que poderiam levar àquele desfecho, tentando erradicá-las antecipadamente. Quando esta percepção ocorre no devido tempo e, mesmo assim, é inevitável a separação, ela acontece com menos traumas. Às vezes, consegue-se evitá-la. Sempre que a relação esteja caminhando para esse desfecho não se deve perder a oportunidade para a descoberta da própria personalidade a fim de resolver-se o problema de forma bem amadurecida. Uma separação provoca o sentimento de derrota e perda, cujas conseqüências nos acompanham por muito tempo, o que nos convida a administrar bem esses sentimentos quando eles ocorrem. Ninguém se casa querendo a separação, portanto não nos preparamos para os sentimentos de perda ou derrota. Eles devem ser vistos como decorrentes de um modo de ver as coisas e de vivenciá-las. Às vezes, eles vêm de outras vidas e continuam a nos incomodar na presente. Administre-os considerando que todos estamos sempre fazendo escolhas que nos levam a perdas e derrotas a cada momento. Não nos damos conta por que colocamos valores mais altos que não nos permitem entrar em contato com os sentimentos negativos. Ganhar e perder faz parte da vida, visto que ela própria nos dá e nos tira a todo momento. Muito embora a união a dois seja importante no processo evolutivo da humanidade, ela não deve ser considerada a realização máxima de um espírito, nem tampouco o grande motivo pelo qual se vive. A Vida é maior que a relação entre duas pessoas. Qualquer pessoa pode reconstruir sua vida independente do problema que tenha atravessado, basta que a re-signifique segundo outra ordem de motivações. Muitas vezes, a separação é um bem que vem em auxílio de alguém que pede ajuda para que seus sofrimentos íntimos se acabem. É imprescindível, a fim de não gerar carma negativo, sair de uma separação sem agredir o outro. Isso se constitui no grande problema, visto que a maioria das separações decorre de brigas e desentendimentos entre os cônjuges. Quando conseguem sair de uma união sem inimizade entre os dois, é uma vitória importante para que não necessitem novamente da prova do casamento, entre eles, numa próxima existência.
Amor não correspondido
Geralmente quem ama deseja ser correspondido. Às vezes, por dificuldade de reconhecer as próprias emoções, se invertem os papéis e a pessoa acredita que ama o outro por ter sido colocada na posição de amado(a). Ser o amado ou a amada de alguém pode provocar a falsa sensação de que se ama o outro. O amor é um sentimento que possui muitas nunces e que nos leva a estados íntimos diversos. Enquanto estamos em processo de desenvolvimento espiritual, vivenciamos as várias formas de amor, a fim de aprendermos o verdadeiro amor, o universal. Pensamos que a Vida se resume em encontrar o amor de nossas vidas, como se existissem metades eternas. Existem enquanto dure a atração entre elas. O amor de nossas vidas é Deus. O grande amor eterno que deve fundamentar e servir de sustentação para a vida é aquele decorrente da percepção de Deus em si próprio. É natural a busca de alguém para compartilhar a existência; relacionar-se faz parte da essência humana. A dificuldade em realizar um amor não correspondido e os desequilíbrios correspondentes exigem uma reflexão cautelosa sobre o direcionamento que está sendo dado ao sentimento. Essa forma de amor pode encobrir outras motivações mais profundas: medo de relacionar-se com alguém possível, necessidade inconsciente de permanecer num papel de vítima diante da vida, preferência por viver em seu próprio mundo fantasioso, porém seguro, onde é permitido projetar os desejos livremente, falta de iniciativa diante de possíveis obstáculos, etc. Penetrar com imparcialidade nos domínios deste amor pode esclarecer sua dinâmica psíquica e a que carência anterior ele atende. O amor não correspondido é a energia que se desprende sem objetividade, e que é sugada desnecessáriamente. Mesmo que aquele amor platônico venha a nutrir a vida de alguém, a energia que ele exige poderia ser utilizada a serviço da própria vida da pessoa. Muitas vezes o receio da rejeição impede-nos de declarar nosso amor, principalmente, face à cultura, quando é a mulher que o nutre. Quer como objeto ou sujeito do amor não correspondido, o melhor a fazer é dirigir sua energia para amar àqueles que não o têm, isto é, redirecionando-o para quem sequer pode pedi-lo. Ninguém deve acreditar que temos a obrigação de amar um outro só por causa de seu desejo. O amor é um sentimento espontâneo e ninguém deve obrigar-se a senti-lo por alguém, mas a respeitar quando surja no outro. Caso sintamos forte atração por alguém que não nos pode corresponder ou não sabe de nosso sentimento, devemos procurar dirigir essa energia para o próprio Self. Às vezes, a renúncia a esse amor pode evitar problemas que se prolongariam por várias encarnações.
Disputa profissional
O poder sempre esteve presente nas relações humanas, na maioria das vezes levando o ser humano a esquecer sua própria essência divina. Onde o poder vigora o amor passa longe. É comum nos locais de trabalho encontrarmos desafetos, seja por causa do reencontro de inimigos de outras vidas, seja pela nossa ânsia de poder ou pela ambição de ocupar um lugar de destaque. O fato é que  entramos em disputa com alguém, cujos defeitos teimamos em notar e não enxergamos suas qualidades. Não raro, pessoas amigas nos alertam quanto ao perigo que o outro representa e nos trazem suas maquinações e atitudes prestando um desserviço às relações amistosas. São os fofoqueiros de plantão que servem às “sombras” para o desequilíbrio emocional e para a instabilidade e alienação de pessoas ou grupos. Às vezes sentimos o desejo de manter um clima de paz com alguém que passou a ocupar um cargo que pleiteávamos, mas a vaidade e o orgulho nos impedem de aceitarmos o sucesso do outro. Temos que ter a consciência de que, quem quer que ocupe um cargo importante, estará, independente das atitudes que tome, sujeito às projeções da maioria, que o toma como o chefe, por mais que se torne simpático a todos. Será visto como um deus ou como o mais vil dos seres humanos. Sua imagem irá variar de um extremo a outro, a depender de suas atitudes. Caso incomode ou favoreça alguém, receberá o veredicto implacável de tirano ou, paradoxalmente, de benfeitor. O desejo de querer o cargo será salutar na medida que não intentarmos contra o outro que o ocupa, mas trabalharmos para alcançar uma posição compatível com nossa capacidade profissional. É importante que não se concentre o desejo e as energias na busca por um cargo ou uma posição de destaque. A Vida é muito maior do que nossas ambições. Caso alguém tenha lhe tomado o lugar que você acredita ser seu, por direito, considere que você pode estar diante de uma prova que diga respeito à necessidade de manifestar sua humildade.  Às vezes, no trabalho, vivenciamos papéis que nos levam a atritos, que nos indispõem com colegas e amigos. É preciso que percebamos que o local de trabalho profissional nos serve de campo de testes para a vida. Muitas inimizades de vidas passadas se reencontram no ambiente profissional, exigindo harmonização. Para merecermos um bom ambiente de trabalho é preciso começar a construí-lo agora. Não devemos perder a oportunidade de vencer a prova da disputa profissional. Evitemos que nossa ambição fale mais alto.
Competição
Competir é um ato natural da vida. Todos competimos nos mais diversos campos de atividades, e, desde a vida animal, o ser humano vem desenvolvendo a habilidade de aprender a competir. Disputamos espaço, oxigênio, atenções, mercados, afetos, amigos, amores, bem como a preferência de Deus. Uma competição é uma busca simultânea por pessoas na direção de alguma vantagem ou vitória, que, se feita de forma desenfreada, muitas vezes, levam ao atropelamento de outras pessoas, perdendo-se o sentido da Vida. O ser humano não pode se permitir esquecer os meios dos quais se utiliza para atingir os fins, por mais nobres que sejam. A meta é competir sem agredir. Caso seja obrigatória a competição, devemos atuar com a solidariedade. Nunca diminuir ou humilhar alguém para obter vantagem em qualquer competição. Nunca esquecer do respeito àquele com o qual, pela sobrevivência, se obriga a competir. A renúncia a derrotar o outro pode se tornar a maior vitória do ser humano. Geralmente as provas que a Vida nos oferece passam pela necessidade de nos perceber em competição; como nos  comportamos e quais são nossos sentimentos íntimos diante da competição com alguém ou com grupos. Permitir-se abrigar sentimentos e idéias de superioridade em relação a outra pessoa, o que certamente levará o indivíduo à derrota, visto que ninguém, nenhum ser humano, pode ser superior a outro. Somos filhos do mesmo Pai Criador e portanto descendemos da mesma fonte. Competir sim, porém com equilíbrio e solidariedade, aproveitando as lições que a Vida nos oferece. Há pessoas que já vêm com aptidões formadas de outras vidas, e nascem com a vitória desenhada em sua trajetória, conquistando aquilo a que se determinam. Competem e vencem. Isso provoca em outros que não alcançam o mesmo fim, o sentimento de abandono em relação a Deus. O melhor a fazer é trabalhar para conquistar as mesmas aptidões ou fazer brotar as próprias já conquistadas. Ninguém há que não tenha pelo menos uma aptidão a mostrar e a utilizar em seu benefício ou de outrem. Caso não descubramos alguma aptidão, é o momento de iniciarmos um processo de aquisição de virtudes e capacidades que não se perdem, pois a morte só nos retira aquilo que pertence à terra. As aquisições do espírito são inalienáveis. É preciso saber escolher e saber competir com senso de propósito, sem ferir a ninguém; prevenir-se contra impulsos inferiores oriundos do inconsciente. Alguns questionamentos característicos e que devem ser respondidos por quem entra em competição: O que escolho resulta em felicidade? O que sinto quando estou em competição? Sei perceber quando estou competindo com alguém e uso da solidariedade durante o processo?
Inveja
O sentimento de inveja geralmente decorre da incapacidade de olharmos para nós próprios, preferindo visualizar o outro. Coloca-se em foco o desejo pessoal projetado no outro a quem achamos, às vezes, não merecedor do que cobiçamos. Ela é um sentimento que nasce do complexo de inferioridade, o qual nos obriga à busca de uma posição superior. Na inveja, deseja-se um bem ou a felicidade que alguém possui, provocando o deslocamento da energia não para si mesmo, mas para algo externo. Muitas vezes nos leva a atitudes que tendem a diminuir o outro exatamente pelo complexo inconsciente de se achar inferior. Provoca a fofoca e nos indispõe com as pessoas, obrigando-nos à falsidade. Para fazer face à inveja, quando não resvalamos pela agressividade ao outro, utilizamos mecanismos de compensação, valorizando e, às vezes, supervalorizando aspectos pessoais, minimizando o que cobiçamos. Noutras vezes, desviamos a atenção de quem nos fala para outros assuntos, quando se trata de elogios a alguém a quem invejamos. A inveja pode levar à concorrência, a qual nos faz aperfeiçoar o que fazemos e nos motiva para continuar progredindo. Quando deslocamos a direção de sua energia do complexo de inferioridade para o crescimento espiritual, ela pode nos tirar da inércia e da acomodação profissional e pessoal. Aliada à disposição de crescimento pessoal e coletivo, favorece à união e à cooperatividade. Às vezes, ela tem um caráter positivo, quando nos leva ao aprimoramento e melhoramento da posição que ocupamos em relação ao nosso objeto de desejo. Nesse sentido, pode nos levar a buscar realizar algo melhor do que cobiçamos no outro, e, nisso, elevarmos nossa condição pessoal. Quando o objeto de desejo não é retirado do outro nem se constitui em algo falso ou artificial, galgamos uma posição melhor, graças à energia desencadeada pela inveja. Nesse caso, o indivíduo transformou seu sentido em desejo consciente de aperfeiçoamento, não mais em depreciação da virtude alheia. Quando você se sentir acometido pela inveja, faça-se as seguintes perguntas:
1. O que essa pessoa tem que não tenho?
2. Trata-se de uma qualidade da personalidade, de um adereço estético ou uma condição material?
3. Porque considero isso importante?
4. Esforçar-me para adquirir isso acrescentará algo ao meu caráter?
5. Contribuirá para meu crescimento espiritual a aquisição disso?
Após responder essas perguntas, poderemos redirecionar adequadamente a energia movida pela inveja, desta feita a serviço do Self.
Ciúme
O ciúme nasce da insegurança e promove, também, o deslocamento da energia interna para um objeto externo. Decorre da sensação de rejeição e da idéia de abandono. Ele nos faz sintonizar com nossa sombra inconsciente, favorecendo fantasias e baixa de auto-estima. Conduz, não raro, à desconfiança e ao desentendimento. É alimentado pela falsa imagem que fazemos de nós mesmos e da crença de que o outro é obrigado a nos admirar sempre da mesma maneira. Provoca o surgimento da necessidade de satisfação, da incompletude, reduzindo o bem estar pessoal. Gera dependência e sentimento consciente de inferioridade. Permite a instalação de uma brecha psíquica que condiciona o indivíduo a ter que receber algo como compensação à situação de inferioridade. O ciumento é, em geral, alguém que deseja a atenção maior do outro pela incapacidade de controlá-lo. Geralmente, perdeu o comando sobre seu objeto de atenção, caindo nas armadilhas do ego, que deseja ter tudo sob seu jugo. É uma manifestação do desejo de posse do objeto amado. O ciúme é combatido com o diálogo maduro a respeito da própria insegurança de quem o sente. Quando o ciumento busca, direta ou indiretamente, investigar o motivo de seu sentimento, previamente acusando e questionando o outro, pode provocar a defensiva dele, que assim procederá para não se denunciar, por não estar  preparado para admitir sua atitude. Deve-se ter cuidado em qualquer tipo de investigação ou de acusação. Mesmo que o outro tenha dado motivos para que o ciúme alcance a pessoa, é preciso ter cautela para que o sentimento não tome conta do psiquismo de quem o sente, impedindo uma melhor percepção do processo. Calma e observação são importantes quando o ciúme nos assalta para um melhor redirecionamento da energia mobilizada. Há ciúmes amorosos, profissionais e afetivos, todos eles nos colocando em condição de inferioridade, nem sempre consciente. Qualquer que seja a forma de ciúme, é importante não perder o senso de reconhecimento do próprio valor espiritual.
Síndrome de Pânico
Muitas pessoas têm apresentado sintomas diversos, geralmente associados ao medo, pensando ter a chamada síndrome de pânico. Às vezes, se deixam intoxicar por medicamentos antidepressivos e ansiolíticos, inócuos para os sintomas, por desconhecimento e auto-sugestão, sem ter noção precisa de seu problema. A síndrome de pânico é diagnosticada pelos sintomas abaixo descritos. O diagnóstico preciso se dá quando pelos menos metade dos sintomas abaixo são detectados, sendo que isoladamente nenhum deles torna-se suficiente para caracterizá-la.
1. Medo sem causa aparente;
2. Taquicardias inesperadas;
3. Tonturas;
4. Sensação de abandono e rejeição;
5. Receio da solidão;
6. Impossibilidade de sair à rua sozinho;
7. Suor nas extremidades;
8. Delírios persecutórios;
9. Desconfiança de tudo e de todos;
10. Depressão;
11. Ansiedade;
12. Insegurança;
13. Pensamentos mórbidos;
14. Angústia;
15. Sono intranqüilo;
16. Insônia;
17. Idéias autodestrutivas;
18. Complexo consciente de inferioridade;
19. Inapetência;
20. Obsessões espirituais.
Deve-se resolver o problema por partes, não sendo recomendável tratamento de choque para a cura do pânico. O portador dos sintomas da síndrome de pânico deve buscar auxílio psicológico e espiritual, simultaneamente. Às vezes, quando se busca apenas um deles o problema costuma retornar. Cada um dos sintomas requer estratégias específicas, porém todas elas passam pela necessidade de, sistematicamente, ir-se encarando a dificuldade, avançando passo a passo no enfrentamento do sintoma. Recomendo sempre aos meus pacientes que, por apresentarem alguns dos sintomas, acreditam ter a síndrome, que encarem seus problemas como se estivessem diante do desafio de fazer uma caminhada longa. Para isso, devem aprender a dar o primeiro passo. O segundo será sempre mais fácil. A ajuda para o primeiro pode tornar-se  imprescindível, não obstante o perigo de tornar a pessoa dependente, fato comum nos que pensam ter a síndrome. Os fatores que desencadeiam o pânico variam de acordo com cada sintoma. A maioria deles está associada à falta de segurança em si mesma e à carência afetiva. A dificuldade em aceitar suas próprias deficiências e em reconhecer as limitações inerentes ao nível de evolução em que a pessoa se encontra, também são fatores que desencadeiam as sensações do pânico. O fato da pessoa não considerar que suas limitações e dificuldades em resolver seus conflitos são, por si só, um motivo para continuar vivendo, dificulta a saída do processo em que, por falta de estímulos, se envolve. Vive num mundo egóico, esquecendo-se do mundo do Self.
Insegurança
A insegurança é um mal que está na base de outros males, pois decorre da incapacidade de se perceber ligado a Deus, conectado com o Universo. A sensação de não estar vinculado a alguma coisa ou de não ter um referencial em que se possa sentir seguro, promove a insegurança. Quando assim nos sentimos, ativamos outros complexos que possibilitam o surgimento, muitas vezes sutil, dos medos, os quais nos impulsionam a atitudes inadequadas. Ser inseguro é, consciente ou inconscientemente, antever um futuro não muito gratificante, dando lugar ao pensamento pessimista. A insegurança gera a indecisão perante aquilo a que nos achamos incompetentes para realizar. Muitas decisões, por aquele motivo, acabam exigindo uma grande quantidade de energia psíquica por parte do indeciso. Ele se desgasta e continua incapaz de 121 tomar novas decisões, visto que a insegurança permanece latente. O inseguro deve se munir de elementos psicológicos que calcem suas estruturas psíquicas, para que não mais se sinta desligado da grande unidade da Vida. Sentir-se conectado e participante de um macro-processo coletivo de crescimento, possibilita ao indivíduo mais segurança e tranqüilidade para dar seus passos na direção de sua própria evolução espiritual. Estar seguro de si é ter garantias quanto ao seu próprio futuro, de saber que será bem sucedido e que nada lhe acontecerá que não possa suportar ou vencer. É ter confiança na própria capacidade de superar os obstáculos do caminho e da ajuda da própria vida em seu favor, seja através de amigos ou de espíritos desencarnados. Confiar é fiar com, unindo esforços junto a outros que possam contribuir coletivamente com nosso processo e nós com o de cada um deles. Vencer a insegurança é aprender a perder, a lidar com a derrota como uma forma de lição que a Vida nos oferece e a acreditar que amanhã certamente será melhor que hoje. Nesse sentido, o otimismo é desejado ao inseguro, sem que ele perca a percepção da possibilidade de derrota.
Infidelidade conjugal
O problema da infidelidade deve ser colocado na ordem das insatisfações humanas. Quando se é infiel a alguém é por que se está insatisfeito consigo mesmo. Às vezes, pensa-se que a insatisfação é com o outro, porém ela decorre das expectativas criadas, acreditando-se que deveriam ser correspondidas, ou mesmo que o outro é obrigado a atender o que projetamos nele. Em muitos casos, repete-se um padrão de comportamento em face das influências exercidas pela relação que com os pais teve. Às vezes, para atingir o anseio do encontro com uma mulher semelhante à mãe, ou a outra pessoa que lhe tenha atingido o coração, fruto da relação que existiu entre eles no passado reencarnatório, o indivíduo se vê diante de buscá-la a qualquer preço. Semelhante ocorrência pode se dar com a mulher em relação a seu pai ou a alguém que tenha lhe marcado o sentimento em vidas passadas. Assim sendo, mesmo tendo um compromisso, por não se sentir atendido em suas necessidades emocionais, a pessoa vai em busca, muitas vezes de forma insaciável, de outro que lhe atenda. A dificuldade em aceitar o vazio de uma relação ou mesmo a insatisfação com o curso que ela vem tomando, por falta de diálogo, provoca no indivíduo a procura por relações amorosas compensatórias. Muitas vezes a infidelidade não é notada pelo cônjuge face à dificuldade de conhecer realmente quem é o outro com quem convive, e, pela culpa, aquele que é infiel tende a compensar melhorando sua relação marital. O diálogo, e quando efetivamente se ama o outro e se pretende investir na relação, a compreensão do ocorrido, dentre outros fatores, podem fortalecer o relacionamento e evitar a separação. O valor da relação pode superar o trauma da traição e fazer com que ela seja repensada em outras bases. Neste caso, quando há consenso e interesse, a relação continua. Noutros casos, face ao conflito instalado, a separação torna-se inevitável. De qualquer forma, para que não se instale um carma entre ambos, deve-se aprender a diluir as mágoas, permitindo a si próprio e ao outro o refazimento de suas vidas em outras bases relacionais. É fundamental perdoar o outro e seguir a Vida adiante. Quem quer que tenha passado pelo processo de se sentir traído sabe que a primeira coisa em que se pensa é saber quem é o culpado. Porém, o mais adequado a ser feito é olhar para si mesmo e descobrir o que está faltando em sua própria personalidade. Depois, buscar estabelecer um outro tipo de relação com a pessoa com quem convive, autor da infidelidade.
CONTINUA….
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Bibliografia para consulta
1-O despertar de uma nova consciência
Eckhart Tolle
2-Momento de despertar
Shakti Gawain
3-Psicologia da Alma
Dr Joshua David Stone
4-Um Curso em Milagres
Foundation for de Inner Peace
5-Ascenção Cósmica-roteiro para os reinos desconhecidos da luz
Dr Joshua David Stone
6-Sua missão ascencional-O seu papel no Plano Maior
Dr Joshua David Stone
7-Ascenção Cósmica
James Tyberonn
8- O processo da Iluminação Espiritual
Judith Blackstone
9-Modern Physics and Vedanta
 Swami Jitatmananda
10-Vedanta Monthly
 Vedanta Center
11-Manuscritos -acervo pessoal

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Divulgação: A Luz é Invencível
Fonte: https://portal2013br.wordpress.com/2016/05/06/chaves-para-o-autoconhecimento-e-a-cura-o-processo-de-auto-iluminacao-parte-1/