por *Alexandre Rivero
A maneira como nossos pais e pessoas importantes nos perceberam na infância é muito significativo na construção do nosso auto-conceito. Famílias que buscam aspectos positivos nos filhos, relacionam-se com qualidades conferem um ambiente propício para o desenvolvimento de um olhar afetivo da pessoa consigo mesma. Nosso auto-conceito pode ser mais rígido ou mais flexível, dependendo de nossas crenças pessoais sobre nós mesmos, gerando segurança ou insegurança diante das situações de vida.
O Auto-conceito se refere a atitudes e o conceito que temos acerca de nós mesmos. A Auto-estima está ligada a auto-aprovação e auto-respeito para consigo próprio. A aceitação que recebemos de pessoas importantes como pai, mãe, professores tem importância significativa para construirmos nossa auto-estima.
A auto-estima produz uma sensação de auto-respeito, eficácia e mérito pessoal. Podemos compreender porque auto-estima e desempenho estão intimamente relacionados. A baixa-estima produz medo, insegurança nas diversas áreas de nossa vida como no relacionamento: homem-mulher, profissional, pessoal e social. Podemos: amar, contribuir, ajudar, quando amamos a nós mesmos.
A auto-estima relaciona-se com processos emocionais e motivacionais. Pessoas que se relacionam com alto grau de crítica, em relação a si próprios aprendem a desvalorizar suas conquistas. Estabelecem padrões perfeccionistas em relação a seu desempenho. Tornam-se muito exigentes em relação a desempenho que apresentam.
As crianças escolares ou os adultos tendem a ver sua conduta atual em termos de causas temporárias próximas e não em relação a influências mais distantes. Distorcem suas percepções levando em consideração apenas a ações do momento atual, que foram mal sucedidas.
A baixa auto-estima está relacionada com distorções cognitivas (Exemplo: crenças de que a perfeição poderia nos levar ao sucesso), déficit de habilidades (Exemplo: inabilidade de perceber suas conquistas, oferecer auto-elogio) e falta de apoio social (Exemplo: modelo familiar que reconheça ações bem sucedidas, pai e mãe que elogiem conquistas).
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Quadro Comparativo sobre Baixa-Estima e Alta-Estima Pessoal:
Sente-se ameaçado X Sente-se livre
Dependência X Autonomia
Rígido/Resiste a mudanças X Flexibilidade
Insatisfeito com o trabalho, não busca melhoria X Aprendizagem contínua
Relaciona-se com posse / destrutividade X Relaciona-se de forma duradoura e sincera
Desrespeito a si mesmo e humilha o outro X Auto-Respeito e ao outro
Desconfiança X Confiança
Percebe-se como cópia e não aceita diferenças X Valoriza diferenças
Baixa percepção de si mesmo X Auto-conhecimento
Outro decide e culpa as pessoas X Toma decisões – responsabiliza-se
Não conhece direitos e deveres X Conhece e defende seus direitos e deveres
Não se envolve, não emite juízos X Compromete-se
Baixo Auto-Controle X Auto-Controle
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Etiologia:
Ambiente com cultura de baixa estima, valorização pelas pessoas critério (pais, educadores, religiosos e formadores de opinião pública) do erro, busca das dificuldades, numa perspectiva reforçadora do negativismo. Educação que enfatize faltas, erros, falhas ao invés de acertos, empenho na busca do sucesso.
Depressão e transtornos associados.
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Comorbidade:
A baixa auto-estima está associada a outros transtornos: déficit de atenção e hiperatividade, de aprendizado, desafiador opositivo, distímico, depressão e bulimia nervosa...
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O que fazer?
A Terapia Cognitiva-Comportamental mostra-se o recurso adequado para a tratamento deste Transtorno.
1. Profissionais Mediarem Apoio compensatório - fortalecendo a auto-valorização (Ajudar o paciente aprender a reconhecer suas qualidades, forças e comportamentos bem sucedidos)
2. Pais necessitam aprender a mudar a relação pais <–> filho (Treinamento de pais para expressarem reconhecimento e elogios)
3. Exercitar-se em técnicas de educação da raiva, ansiedade, medo,.... : identificando os sinais internos (fisiológicos/psicológicos) e externos (gatilhos situacionais/conseqüências) destas emoções, diferenciando níveis de emoções. (aprender habilidades de identificar emoções)
4. Fazer auto-afirmações verbais induzindo estratégias de lido com emoções de maneira adaptativa. (Conversar consigo mesmo através de frases afirmativas positivas. Exemplo: Eu posso aprender a lidar com esta situação de uma maneira melhor.)
5. Praticar técnicas de relaxamento e estratégias de resolução de problemas (Exemplo subdividir o problema em partes e resolver item a item).
6. Criar uma lista de pensamentos automáticos de baixa-estima (Tomar consciência de seus pensamentos negativos).
7. Transferir habilidades para compreender o outro para a habilidade de auto-compreensão. (ser empático consigo mesmo)
8. Quebrar a crença de que precisa ser perfeito para não ser rejeitado. Mesmo com falhas posso ser amado.
9. Valorizar sua história de vida e compreender a formação de suas crenças sobre si mesmo.
10.Construir uma narrativa de sua trajetória de vida mais otimista e positiva, criando palavras positivas sobre passagens de sua vida. Enfatizar nesta narrativa suas realizações e entender que mesmo em situações que fracassou obteve aprendizagem.
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LINK => http://www.alexandrerivero.com.br/auestima.htm
* Rivero é psicólogo clínico, mestrado USP e professor universitário
riveroalexandre@hotmail.com
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