sábado, maio 18, 2013
Estimulando a Felicidade
Felicidade não é um sentimento. Os sentimentos podem estar presentes na felicidade, principalmente a alegria. Nela cabem até sentimentos como o medo e a tristeza. Porque a felicidade é um “estado de espírito”. Um “estado de espírito” é uma vivência interna que se mantém no tempo e pode persistir mesmo que existam oscilações momentâneas.
Traduzindo: a felicidade se mantém mesmo que a uma pessoa esteja sob a mira de um revolver. Naquele momento ela terá medo, angústia e insegurança. Tão logo passe a situação traumática, o que se impõe em sua mente é o estado de espírito da felicidade.
Esta característica da felicidade existe porque a mente humana consegue produzir sentimentos, sensações e percepções que permanecem e independem da realidade externa.
Para simplificar a explicação peço que você leia os escritos da figura inicial deste artigo.
A pessoa diz: “eu quero felicidade”. Eu é o ego. Quero é desejo. Felicidade é um estado mental.
A felicidade é um estado que sempre existe dentro das pessoas. Em algumas pessoas é grande e em outras, pequeno. Ela pode ser cultivada e estimulada. Mas, que fique claro, é um estado da mente que já existe dentro da pessoa. Por isto, algumas pessoas dizem que você tem que se sintonizar com a felicidade.
O ego pode ajudar a criar condições que facilitem este sintonizar. Através da razão, da lógica, da organização, do planejamento, o ego pode criar condições de vida eficientes que favoreçam a percepção dos conteúdos internos da mente. É “dentro” da mente que são produzidos a felicidade e outros estados mentais. Um exemplo da importância do ego: imagine um agricultor que semeia a terra fora da época correta. Talvez passe fome e desenvolva culpa por ver os filhos sofrendo. Tudo isto conturbará sua mente, dificultando a percepção da sua realidade interna mais básica.
O menino que não sabe ser feliz (desejos criando sofrimentos)
Pessoas que sofrem por causa da mente reativa
Eu estava no paraíso e não sabia
Apesar da felicidade ser um estado interno, é mais fácil de ser estimulada e sintonizada quando existem melhores condições. O ego, portanto, pode ser facilitador desta conquista. Ou pode ser um dificultador. O ego passa a atrapalhar quando se torna tão dominante que as pessoas têm pouco contato com os conteúdos internos que brotam da mente. Neste caso, a vida fica tremendamente limitada e sem rumo. Boa parte do rumo que o ser humano deve dar à sua vida está presente na sua mente, pois foi planejado e organizado no plano espiritual. Este planejamento aparece sob a forma de sensações, interesses, vocações, intuições, sentimentos e outros, que brotam do “fundo da alma”. Não precisam ser estimulados, brotam “sem muito porque e nem motivo” (na realidade há o porquê e o motivo, mas a pessoa o ignora). Observação: se você estimular estes conteúdos e estados mentais, eles ficam mais presentes e firmes.
Resumindo: o ego tem um importante papel, que é ajudar a ter vida eficiente, organizada e planejada.
A função do ego é prática. Ele permite, por exemplo, que a pessoa aprenda matemática muito bem. Ao estudar matemática, a pessoa abre mão de estudar história grega (por exemplo). O ego é um redutor. Para funcionar, ele precisa reduzir. Para reduzir ele gera tensão e exclusão. Pessoas muito ligadas ao ego são pessoas que tendem a ter muito stress e muita tensão. Isto é o oposto da felicidade que é expansão, desapego e fluidez. Um dos segredos para manter a sintonia com a felicidade é tirar a dominância do ego (ele deve ser forte para cumprir seu papel e humilde para se submeter à mente total).
Pode-se aprender e treinar o ego para deixar de ser dominante. Pode-se superar os traumas, as dúvidas e as inseguranças que ajudam a tornar o ego dominante. Há muito que fazer para “colocar o ego em seu devido lugar”.
Na figura existe uma segunda complicação: o desejo – “eu quero”. Para que serve o desejo? O desejo é uma projeção no futuro, uma motivação para a ação. É uma grande conquista humana, quando usado com muita precaução. Um adolescente pode dizer: quero ser advogado. Com este desejo, ele orientará suas ações para atingir este objetivo. O problema começa quando as pessoas tornam-se máquinas que não param de desejar. Isto conturba a mente e dificulta a percepção da realidade interna. Também cria problemas, gera perda de energia, angústia, complicações, desavenças, etc. Outro problema é que o desejo constante desfoca a pessoa do presente. Torna mais difícil dar intensidade à vida e praticamente impossibilita o usufruto do que existe e do que se é. Estas condições, que o desejo constante atrapalha, são grandes facilitadoras da sintonização com a felicidade.
Resumindo: o desejo deve ser pouco, eventual e bem direcionado.
Na figura, após colocar o ego no seu lugar e se desligar do desejo, sobra a felicidade. Na realidade, este é o começo do desenvolvimento pessoal para conquistar uma mente clara que permita manter a felicidade mesmo em situações negativas.
Entrar no estado de espírito de felicidade não depende de fatores externos, apesar de ser muito melhor se os fatores externos forem melhores. Observe esta situação vivida por muitas pessoas: se uma pessoa ama outra e não é correspondida, ela pode não sofrer ou sofrer menos se desenvolveu a serenidade e o desapego. Conquistar estas qualidades é muito mais fácil quando se está longe da dominância do ego e não há desejos múltiplos conturbando a mente. A felicidade é, portanto, uma “plataforma” em cima da qual qualidades nobres podem ser desenvolvidas com mais facilidade. Todos nascem para evoluir.
A evolução pode ser algo simples, como o fluir de um rio em uma planície. Ou um ato muito complexo, como um rio cheio de corredeiras e perigos (sofrimentos). Quem está excessivamente apegado ao ego terá que sofrer para desenvolver as qualidades mais nobres da vida (o sofrimento serve para quebrar momentaneamente a dominância do ego). O ego é fundamental na conquista de algumas habilidades como, por exemplo, a disciplina. Por outro lado, ele é péssimo para gerar desapego ou benevolência. Qualidades mais nobres são melhor desenvolvidas quando são usados outros recursos da mente que vão além do ego. O sofrimento, ao quebrar as barreiras do ego, facilita a emersão (temporária) de conteúdos internos sutis e nobres que a mente produz constantemente.
A felicidade, e não só a felicidade, é produzida dentro da nossa mente. Podemos desenvolvê-la, podemos estimulá-la, podemos aprender a sintonizar com ela. Tirar a dominância do ego e desestimular os desejos são dois recursos muito importantes para atingir este estado de espírito. Além destes recursos existem outros. Aqui no blog Caminho Nobre você encontra dezenas de dicas e técnicas para estimular sua mente.
A vida de cada um pode ser mais bela, saudável e evoluída quando sintonizada com o estado de espírito chamado felicidade. Viver é uma arte, viver com sensibilidade para o que emana do nosso interior é mais importante ainda. Grande parte das pessoas desenvolve sensibilidade para o que é negativo. Enquanto isto, as experiências mais nobres ficam isoladas e desvitalizadas em algum canto da mente.
Por fim, quem tem depressão sabe muito bem que a mente produz estados mentais “sem motivo” externo. Ela também produz felicidade e outros tantos estados mentais.
Fonte: http://caminhonobre.com.br/2013/04/24/estimulando-a-felicidade/
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