quinta-feira, fevereiro 17, 2011

FILTRO

Tu olhas tudo em função dos teus medos. Olhas para a vida, para as pessoas, enfim, para tudo em função da tua própria sobrevivência. Se tens medo de uma determinada coisa, por exemplo, é natural que te protejas dela. Que cries defesas. Que cries o que eu chamo de «camadas de sobrevivência».

As «camadas de sobrevivência» são as defesas que crias para não aceder ao medo, e, em última análise, para não aceder à dor. E essa dor pode vir de vidas anteriores a esta, que não foram curadas. Essas camadas são isso mesmo. Camadas. Uma a uma, vais colocando essas camadas de defesa. Ano após ano, vida após vida, vais criando subterfúgios, para que essa dor fique ali, apagada para sempre. Querias tu.

A verdade é que essas «camadas de sobrevivência» são como uma espécie de filtro distorcido que já não consegue ver a realidade. Vê apenas uma ilusão da realidade, e essa ilusão é criada por esse filtro. Quando duas pessoas com «camadas de sobrevivência» diferentes olham para uma mesma realidade, os seus filtros espelham experiências diferentes. Daí as diferenças de opinião acerca de uma determinada coisa.

E o facto de duas pessoas terem opiniões diferentes não é mau. Na realidade não é mau nem bom. É o que é. O problema é quando cada uma delas quer ter a razão para si. Quer que a sua visão seja a verdadeira, a correcta. Não levam em consideração os filtros. Não levam em consideração o medo. Não levam em consideração a memória. Não levam em consideração a realidade.

O LIVRO DA LUZ – Pergunte, O Céu Responde
de Alexandra Solnado

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