quinta-feira, maio 31, 2012

A auto‐aceitação


Tradução de literatura aprovada pela Irmandade de NA.
Copyright © 1994 by
Narcotics Anonymous World Services, Inc.
Todos os direitos reservados.




O problema
A falta de auto‐aceitação é um problema para muitos adictos em recuperação. É difícil
de identificar e por vezes passa despercebida. Muitos de nós achavam que o uso de drogas
era o nosso único problema, negando assim que também tínhamos perdido o domínio
sobre as nossas vidas. Esta negação pode continuar mesmo depois de pararmos de usar. É
que muitos dos problemas que surgem em recuperação derivam da nossa incapacidade
para nos aceitarmos a nós mesmos. Podemos até nem compreender que é esta a raíz do
problema. Este por vezes manifesta‐se de outras formas. Podemos sentir‐nos irritáveis,
sentenciosos, descontentes, deprimidos, confusos. Podemos começar a tentar mudar tudo
aquilo que nos rodeia para nos sentirmos melhor. A nossa experiência mostra que nestas
situações o melhor é olharmos para nós próprios na procura da fonte do nosso
descontentamento. Descobrimos muitas vezes que estamos a ser duros na nossa autocrítica
e a rejeitar‐nos a nós mesmos.
Muitos de nós, antes de virmos para Narcóticos Anónimos, passámos a vida toda em
autorejeição. Odiávamo‐nos e tentámos todas as maneiras que podíamos para nos
tornarmos alguém diferente. Queríamos ser tudo excepto aquilo que éramos. Incapazes de
nos aceitarmos, tentávamos obter a aceitação dos outros. Queríamos que as outras pessoas
nos dessem o amor e a aceitação que não conseguíamos dar a nós mesmos. Mas o nosso
amor e a nossa amizade pelos outros eram sempre condicionais. Faríamos por alguém
aquilo que nos desse a sua aceitação e aprovação, mas ficaríamos ressentidos se os outros
não reagissem como queríamos.
Dado que não conseguíamos aceitar‐nos a nós mesmos, esperávamos sempre ser
rejeitados pelos outros. Não deixávamos que alguém se aproximasse, com medo de que,
se nos conhecesse realmente, fosse também odiar‐nos. Assim, e para nos protegermos,
rejeitávamos os outros antes que tivessem oportunidade de nos rejeitarem a nós.


Os Doze Passos são a solução
O primeiro passo, hoje, para a auto‐aceitação é aceitarmos que somos adictos. Temos de
aceitar a nossa doença e todos os problemas que ela nos traz, antes de podermos
aceitar‐nos a nós mesmos como seres humanos.
Precisamos, em seguida, de acreditar num Poder superior a nós mesmos que pode
devolver‐nos à sanidade. Não precisamos de acreditar no conceito que alguém em
particular tenha desse Poder Superior. Precisamos, sim, de acreditar num conceito que
sirva para nós. Uma compreensão espiritual da auto‐aceitação é saber que é natural
sentirmos dor ou errarmos, e que não somos perfeitos.
A aplicação dos Doze Passos de recuperação é a forma mais eficaz para se alcançar a
auto‐aceitação. Agora que viemos a acreditar num Poder superior a nós mesmos, podemos
depender da Sua força para nos dar a coragem para, com honestidade, olharmos para os
nossos defeitos e para as nossas qualidades. Embora por vezes seja doloroso e não pareça
conduzir à auto‐aceitação, é necessário que entremos em contacto com os nossos
sentimentos. O nosso desejo é construir uma base sólida para a recuperação. Por isso
devemos examinar as nossas acções e os nossos motivos a fim de começarmos a modificar
aquilo que nos pareça inaceitável.
Os nossos defeitos fazem parte de nós e só serão removidos a partir do momento em que
começarmos a viver o Programa de NA. As nossas qualidades foram nos dadas pelo nosso
Poder Superior e à medida que aprendermos a utilizá‐las em pleno, a nossa auto‐aceitação
aumentará e as nossas vidas irão melhorar.
Por vezes caímos na ilusão de querermos ser quem julgamos que devemos ser. Podemos
sentir‐nos ultrapassados pela nossa autopiedade e pelo nosso orgulho, mas se renovarmos
a nossa fé num Poder Superior, são‐nos dadas a esperança, a coragem e a força para
crescer.
A auto‐aceitação permite equilíbrio na recuperação. Não mais precisamos de procurar a
aprovação dos outros, pois sentimo‐nos satisfeitos por sermos nós mesmos. Temos assim a
liberdade de, com gratidão, reforçarmos as nossas qualidades e de, com humildade,
afastarmos os nossos defeitos e nos esforçarmos pela melhor recuperação que estiver ao
nosso alcance. Aceitarmo‐nos como somos significa que está tudo bem, que não somos
perfeitos, mas que podemos melhorar.
Sabemos que temos a doença da adicção e que leva algum tempo a alcançar a
auto‐aceitação. Não importa que as nossas vidas tenham descido muito baixo. Somos
sempre aceites em Narcóticos Anónimos.
Aceitarmo‐nos como somos resolve‐nos o problema de procurar a perfeição humana.
Podemos, assim, aceitar também os outros nas nossas vidas, sem condições e
provavelmente pela primeira vez. Aprofundamos as nossas amizades e sentimos o calor e
o carinho que resultam de adictos partilharem a recuperação e uma vida nova.


Concedei‐me, Senhor,
a serenidade para aceitar as coisas
que eu não posso modificar,
a coragem para modificar aquelas que eu posso,
e a sabedoria para distinguir umas das outras.


Fonte: Terapia_DozePassos grupo yahoo

terça-feira, maio 29, 2012

Espiritualidade: a chave para a mudança do mundo

Espiritualidade: a chave para a mudança do mundo

 por Brahma Kumaris - sao.paulo@br.bkwsu.orgpor Jayanti Kirpalani*

Na tradição espiritual da Índia, a história do mundo é retratada como um ciclo contínuo que lentamente passa através das 4 idades, começando com uma idade do ouro, preenchida com paz, felicidade e amor. Essa idade descende de uma idade da prata e do cobre até chegar na idade da escuridão, chamada de idade do ferro. E uma nova idade do ouro surge assim como a primavera vem após o inverno.

A nova era
Não é difícil entender em qual período estamos atualmente. No entanto, a boa notícia é que alcançamos a parte mais interessante deste período, quando uma nova consciência nasce neste mundo de escuridão. Nós realmente estamos no princípio de uma nova era, apesar do encontro de nuvens de guerra, medo, poluição, pobreza.
Uma grande transformação trabalha silenciosamente no mundo ocidental. A tendência em direção à fragmentação, divisão e especialização está sendo substituída por uma abordagem mais global e holística. Mais uma vez os valores afirmam-se na consciência de muitos e o conceito de meditação passa a ser considerado como uma valiosa ferramenta para a melhoria da humanidade e do mundo.
Essa mudança em direção a uma nova e espiritual perspectiva para os problemas do mundo confirmou-se na Conferência de Cúpula das Nações Unidas – Milênio de Paz, realizada em Nova York em 2000, quando líderes religiosos e espirituais foram convidados excepcionalmente a participar e expor suas idéias.
Uma das conclusões da Cúpula foi a de que apesar dos 50 anos de esforços, a situação do mundo estava muito pior, em todos os níveis, e que um mundo melhor só poderia vir através de uma mudança de consciência e uma mudança no coração das pessoas. Houve o entendimento de que a mudança deve começar dentro de cada um, e que um foco interno, ao invés de externo, é o caminho. Esperarmos por circunstâncias ou pelos outros para mudarmos, poderia levar a vida toda, ou simplesmente não acontecer. Só podemos começar por nós mesmos.

A chave da transformação
Espiritualidade é a chave que nos capacita a entender e educar nossa força e bondade inata. A experiência nos conta que uma mudança positiva em um indivíduo causa um “efeito onda” em outros, inspirando a transformação pessoal. É assim que uma mudança interna traz mudança no mundo externo. Inicialmente, é um processo lento, porém, uma vez atingido um grande número de pessoas, torna-se muito rápido.
Um exemplo disso é como a água em um pote congela. A princípio são só algumas moléculas que congelam, uma de cada vez, aqui e ali. De repente, toda a água da tigela fica congelada. O mesmo acontece conosco. Mudanças pessoais e sociais são muito lentas e levam um tempo que varia para cada um de nós. Entretanto, quando essa onda atingir muitas pessoas, haverá compreensão de que a espiritualidade é a chave de ouro para mudança. Quase sem ser notada, essa onda já pegou. O novo dia já começou. Um mundo de paz e verdade não está distante.

*Jayanti Kirpalani, indiana, é diretora da Brahma Kumaris na Europa, representante dessa organização nas Nações Unidas em Genebra, conselheira do Conselho para um Parlamento das Religiões do Mundo em Chicago, e membro do Comitê Executivo do Congresso Mundial de Fés.

A Brahma Kumaris www.bkwsu.org/brasil é uma organização não-governamental, sem fins lucrativos, criada na Índia em 1936. Com 8000 escolas em 110 países, há 30 anos oferece cursos de meditação no Brasil. Através da compreensão e aplicação de valores espirituais, proporciona melhoria da qualidade de vida pessoal, familiar e social.

Texto revisado 



por Brahma Kumaris - sao.paulo@br.bkwsu.org  
A Brahma Kumaris é uma organização não-governamental, sem fins lucrativos, criada na Índia em 1936. Com 8000 escolas em 110 países, há 28 anos oferece cursos de meditação no Brasil. Através da compreensão e aplicação de valores espirituais, proporciona melhoria da qualidade de vida pessoal, familiar e social.
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E-mail: sao.paulo@br.bkwsu.org
Visite o Site do autor

 Fonte  http://www.stum.com.br/clube/artigos.asp?id=24088

sábado, maio 26, 2012

Como lidar com pensamentos e sentimentos negativos


 em Psicologia Positiva, por Miguel Lucas

Todos nós, pontualmente temos pensamentos e sentimentos negativos, certamente uns mais que outros, portanto, é importante aprender a lidar com pensamentos e sentimentos que nos perturbam. A chave para que esses pensamentos e sentimentos negativos não nos incapacitem, não nos esmaguem ou não condicionem os nossos estados de humor, é a capacidade que cada um de nós tem para  gerenciá-los corretamente.

A forma como pensamos acerca de nós mesmos, das outras pessoas, e dos acontecimentos pode ter um impacto importante sobre o nosso humor. Por exemplo, digamos que você normalmente tem o pensamento: “Eu estou sempre deprimido.” Sempre que esse pensamento aparece na sua cabeça, você provavelmente começará a sentir-se triste e em baixo. O inverso também é verdadeiro. Se você estiver sentindo-se ansioso e com medo, ficará mais propenso a ter pensamentos que são consistentes com esse estado de humor.

O problema não está nos próprios pensamentos ou sentimentos negativos que invadem a nossa mente. Os pensamentos e sentimentos por vezes podem parecer ter vida própria, mas é pura ilusão. Os nossos pensamentos e sentimentos não têm vida própria, eles vivem em nós, manifestam-se em nós, sem que necessariamente tenhamos que seguir ou agir de acordo com eles. Quantas vezes você não seguiu o que estava a pensar ou a sentir? Provavelmente muitas. Então o que é que o fez reorientar os seus pensamentos e sentimentos? Arrisco a dizer que foi você, foi aquele que tem consciência dos seus próprios pensamentos e sentimentos e que pode ou não segui-los.

Dica: Muito provavelmente reorientou os seus pensamentos com base nos seus valores, nos seus objetivos, desejos e vontades.

Sugestão: Oriente-se por aquilo que é, por aquilo que quer vir a ser, sentir, pensar e agir. Oriente-se conscientemente pelos seus valores e não necessariamente pelo que sente ou pensa. Os pensamentos são palavras na sua cabeça, os sentimentos são sensações físicas no seu corpo, se não lhe servirem não os siga.
Então, quer dizer que nós temos a capacidade de não agirmos de acordo com alguns pensamentos e sentimentos nossos? Completamente! Provavelmente todos nós fazemos isso mais vezes do que temos consciência. No entanto, no que diz respeito aos pensamentos e sentimentos negativos, confundimo-nos com eles, ou seja dá-se um fenómeno de “fusão” entre os nossos pensamentos e sentimentos e a nossa identidade, personalizamos o que pensamos e sentimos colando-nos à nossa experiência interna. A partir daqui, ilusoriamente julgamos ser o que pensamos e sentimos. Pior, julgamos não ser capazes de gerar outros pensamentos e sentimentos mais positivos, construtivos e capacitadores. Perante este cenário, ficamos à mercê de distorções do pensamento, dando origem a comportamentos não desejados podendo contribuir para o desenvolvimento de alguns problemas psicológicos e consequentemente problemas pessoais, constatando-se como um obstáculo ao desenvolvimento pessoal.



ESTRATÉGIAS PARA LIDAR COM PENSAMENTOS E SENTIMENTOS NEGATIVOS
Perante a intrusão inesperada e angustiante de alguns pensamentos e sentimentos negativos e perturbadores, pode ser muito útil pensarmos em nós mesmos como um motorista de um autocarro (ónibus). Como se dirigíssemos o ónibus da nossa vida.  Nos bancos estão sentados vários tipos de passageiros, os quais não controlamos. Os passageiros são os nossos pensamentos e sentimentos. Às vezes eles podem ser um incómodo. Às vezes eles gritam coisas como “Você é um motorista inútil”, ou “Você está indo na direção errada”, ou “Há muito barulho aqui à volta. Você deve parar e vir lidar com isto”, ou toda uma série de outros pensamentos ou sentimentos potencialmente perturbadores ou  distrações da mente. Há pelo menos meia dúzia de lições úteis que podem ser retiradas a partir desta metáfora do motorista do ónibus.

A importância dos valores: É extremamente importante para a nossa saúde e bem-estar que consigamos focarmo-nos na condução do ónibus da nossa vida na direção certa. O “caminho certo” é determinado pelos nossos valores, por aquilo que realmente importa para nós. Os nossos valores são a bússola de orientação que precisamos para guiar-nos. Os valores são coisas como “Eu quero viver com coragem e bondade”, ou “eu quero cuidar da minha saúde”, ou “eu quero priorizar aqueles que amo”, ou “eu quero desenvolver os meus interesses e talentos, tanto quanto eu conseguir “. Siga aquilo que quer, mesmo que por vezes esteja a pensar e a sentir de forma oposta. Oriente-se pela sua consciência. Sempre que os seus pensamentos e sentimentos não estejam em concordância, analise-os, avalie-os à luz dos seus valores.

Para aprofundar este assunto, pondere ler o artigo: Que tipo de pessoa você quer ser?
Distinguir os valores dos objetivos: Geralmente é útil distinguir-se os valores dos objetivos. Os valores podem considerar-se como a bússola que usamos para guiar-nos durante toda a vida. Nós normalmente não damos prioridade aqueles que amamos por um tempo limitado, ou cuidamos da nossa saúde por um tempo limitado. Os nossos valores normalmente mantêm-se constantes no tempo, ainda que possam mudar, mudam em espaços de tempo mais alargados. Os nossos objetivos não são tão intemporais pela sua própria natureza. Os objetivos são pontos ou marcos na nossa vida que dão significado aos nossos valores. Os nossos objetivos são as realizações e feitos que reforçam a grandeza dos nossos valores.  Então, nós podemos querer organizar uma festa de aniversário surpresa para o nosso parceiro ou treinar para correr uma maratona porque são uma expressão dos nossos valores. Assim que consigamos alcançar esses objetivos, vamos querer estabelecer outros novos. É como dirigir orientado por uma bússola (valores) e que de alguma forma à nossa frente vamos tentando alcançar um marco (objetivo), talvez uma árvore ou um morro orienta-nos o caminho por um tempo. Os valores são o caminho que percorremos, a direção que tomamos na vida. Os objetivos são pontos de verificação da viagem, são as realizações que efetuamos.

Para aprofundar este assunto, pondere ler o artigo: Como conseguir atingir objetivos na sua vida
Os valores não são sobre o futuro, são sobre o presente, hoje: Esta forma de distinguir os valores dos objetivos de verificação, leva a outra realização. Vivemos ou não vivemos os nossos valores, agora, hoje. Os valores (ao contrário dos objetivos) não são um destino em que estamos viajando na sua direção. Os valores são a forma como nós estamos viajando, a maneira como fazemos o nosso caminho. Se os meus valores fundamentais são viver com determinação e coragem, ou com amor e bondade, esse é o sentido, do jeito que eu quero viajar. É como dizer “eu decidi viajar para o noroeste. Esta é a bússola que vou seguir.” Eu posso começar a seguir a orientação dos meus valores agora. Se eu estou dirigindo bem para noroeste agora, então eu estou fazendo isso. Não é algo que eu tenho que esperar ou trabalhar. É agora.

Auto-definição pelos valores e não por objetivo/realizações: Afortunadamente há uma boa evidência de que uma vida rica, significativa e valorativa promove a resiliência em muitas situações diferentes. Tal como expliquei no artigo: O lado oculto da felicidade.



Mindfulness (Atenção Plena) e lidar com os”passageiros” desordeiros. Como comentei no início, estamos dirigindo o ónibus da nossa vida. Temos vários tipos de passageiros, muitas vezes incontroláveis . Os passageiros são os nossos pensamentos e sentimentos. Às vezes eles podem ser um incómodo. Muitas vezes a nossa melhor estratégia é simplesmente continuar a conduzir na direção dos nossos valores e objetivos. Alguns dos passageiros que todos nós temos, por vezes nas nossas mentes, são ansiedade, medo, depressão, raiva e preocupação. A Mindfulness aborda esses conteúdos mentais como a passagem do fluxo, o ruído do tráfego, ou como folhas flutuantes que ficam para trás à medida que vamos avançando na viagem. A nossa tarefa é escutar o ruído da mente, deixar fluir.  Portanto, a nossa tarefa é perceber que o ruído mental (pensamentos e sentimentos negativos) são uma parte normal da condição humana. Esses pensamentos e sentimentos são os passageiros desordeiros, pejorativos e com diferentes percepções do caminho a tomar. Mesmo com esse barulho atrás de nós, devemos guiar-nos pelo nosso roteiro, pelo percursos que conscientemente traçámos para nós.  Devemos focar a nossa atenção plena no que importa, ou seja, nos nossos valores e nas tarefas que nos propusemos.

Às vezes é útil ouvir um “passageiro do ónibus”: Embora a melhor estratégia geralmente seja simplesmente ignorar as mensagens dos passageiros e continuar  fazendo “conscientemente” a condução do autocarro em direcção aos nossos valores, às vezes pode ser útil ouvir e responder à mensagem de um “passageiro”.

Exemplo 1: quando o “passageiro” (o pensamento ou sentimento) repetidamente, grita na parte de trás do ónibus pode ser devido a um trauma que tenhamos vivido. Nesta situação, é bom manter a condução do autocarro em direcção aos nossos valores, mas quando temos tempo, muitas vezes vale a pena parar para “processar emocionalmente” as memórias incómodas e as imagens e sentimentos inadequadamente associadas.

Exemplo 2: quando o pensamento ou sentimento está levantando uma questão que necessita de ser resolvida. Normalmente os sentimentos negativos alertam-nos para algo que pode estar mal na nossa vida, que necessita da nossa atenção. Se for o caso pode ser importante levar esse sentimento em consideração e esquematizar uma estratégia para melhorar o nosso estado ou situação. Mas se esse sentimento, origina um conjunto de pensamentos de incapacidade ou depreciativos acerca de si mesmo, então, deve ser colocado em causa.

Para aprofundar este assunto, pondere ler o artigo: Aprenda a gerir as sua emoções e a ter controlo na sua vida
METÁFORA COMO UM LEMBRETE
Muitas vezes pode ser útil, como um lembrete, pensar na metáfora do motorista do ónibus quando estamos a tentar seguir em frente com a atividade frenética da vida de cada dia, e deparamo-nos com o incómodo de sentimentos e pensamentos muito difíceis. Se pensarmos nos nossos pensamentos e sentimentos como objetos, conseguimos perceber melhor a forma como estruturamos os nossos pensamentos. Tentar perceber que não necessita ficar alarmado, angustiado e incapacitado só porque alguns pensamentos negativos lhe passam na mente. Você é uma identidade separada dos seus pensamentos e sentimentos e como tal, eles podem e devem passar pelo filtro da sua consciência. Não importa aquilo que pensa, o que importa é a forma como lida com esses pensamentos, a importância, o peso e a orientação que lhes dá. Isso sim, é importante para lidar de forma adequada com os seus pensamentos e sentimentos mais incapacitantes.

Você não é os seus sentimentos, nem o seus pensamentos, tal como não é aquilo que ouve, que vê, que sente, que come. Você é aquele que experiencia tudo aquilo que o seu corpo está preparado para experienciar. Você é aquele que usa as suas experiências internas como informação, mas essa informação deve ser filtrada pela sua consciência, pelos seus valores, objetivos e propósitos de vida. E, se os “passageiros” incómodos da sua mente o perturbarem, foque-se nos seus valores, foque-se na sua rota e nos marcos que quer atingir para levar uma vida significativa.

Fonte: http://www.escolapsicologia.com/como-lidar-com-pensamentos-e-sentimentos-negativos/

quarta-feira, maio 23, 2012

Mude as suas crenças: Evolua a sua mente (Parte II)


 em Desenvolvimento Pessoal, por Miguel Lucas

Dando continuidade à importância de mudarmos algumas das nossas crenças incapacitantes, no sentido de podermos evoluir a mente, apresento a continuação do artigo mude as suas crenças: Evolua a sua mente – parte I. Relembro que as crenças são todas as ideias que você acha que são verdadeiras sobre si mesmo, os outros e o mundo. Clarificar o que você acredita, quem você é, o que você quer, e porque você quer pode funcionar como um farol numa noite escura, orientando-lhe a realização dos seus desejos. Infelizmente, a maioria de nós não está ciente das nossas crenças, muitas das quais adquirimos quando crianças. Você pode viver a sua vida inteira sem saber até que ponto as suas crenças afetam os seus sentimentos, pensamentos e ações. Isso pode impedi-lo de alcançar a felicidade.

Se já leu a primeira parte do artigo, certamente percebeu que existem estratégias que pode implementar para o ajudar a não ficar amarrado ao que não lhe serve.

Nesta segunda parte, ficará ainda mais esclarecido ao perceber que pode construir e aperfeiçoar um padrão mental para o êxito, livrando-se das formas rígidas de raciocínio e reestruturando o pensamento para um abordagem mais funcional e vantajosa para a sua vida.

DEFINA METAS PARA AUMENTAR A SUA ENERGIA E CRIATIVIDADE
Para se sentir mais capacitado é necessário implementar um processo estruturado de definição de objectivos, afirmar a mudança que queremos na nossa vida pessoal ou profissional, e monitorizar o progresso ao longo do caminho. Por outras palavras, você precisa ser intencional, deliberado e afirmativo na definição dos objectivos. Você tem que acreditar que pode conseguir o que deseja. Ter, não tem, é apenas uma forma afirmativa que usei para lhe transmitir que se queremos muito alcançar algo temos de arranjar formas de construir uma crença capacitadora, construtiva e positiva, para que estejamos o melhor preparados para obter o que desejamos.

Todos temos um impulso natural que nos conduz à realização e ao crescimento como seres humanos. Assim, a definição de objectivos é uma parte da natureza humana. Os objetivos fazem libertar a nossa criatividade e energia, e  quanto maior o objetivo, maior será o impulso, energia e criatividade.

Você pode começar a pensar grande, mas esse padrão mental para o êxito virá mais naturalmente quando você se decidir a definir e atingir metas e aumentar a sua criatividade e energia. Utilize este excedente de energia para começar a estabelecer metas maiores. Quando me refiro a metas maiores, estou a apontar para uma forma de melhoria, desenvolvimento, e de desafios que puxem por você no sentido de se sentir mais vivo e mais perto dos seus sonhos e realizações.  Pode ser  a melhoria de uma aptidão, assim como a melhoria do seu bem-estar.

Pensar grande (ser eficaz, funcional, obter êxito) pode significar transcender-se mentalmente no seu dia-a-dia. Certamente irá deparar-se com algumas pessoas que lhe dizem que não conseguirá fazer algo, ou com ideias que  entram em conflito com os seus pensamentos capacitadores, mas não deixe que isso o faça voltar à sua antiga forma de pensar.

Comece a pensar grande sobre você, o que é possível, e para onde está caminhando. Defina as suas metas de forma desafiante e depois espere conseguir alcançá-las. Quanto mais você acreditar que consegue e agir de acordo com essa crença,  mais perto estará de ser bem sucedido.



LIVRE-SE DAS CRENÇAS INCAPACITANTES E PARALISANTES
Albert Ellis (percursor da Terapia Racional-Emotiva) identificou quatro tipos de sistemas de crenças que influenciam significativamente o nosso pensamento e comportamento perante o conflito. Estas dizem respeito às crenças sobre: a ordem cósmica, a hierarquia, os outros e nós mesmos. Frequentemente algumas das nossas crenças tornam-se incapacitantes colocando- nos à mercê do mundo, da hierarquia, dos outros e de nós mesmos, ao invés de nos potenciar. Passamos a vermo-nos como vítimas ou impotentes em vez de nos sentirmos capazes, confiantes e responsáveis pelos nossos actos. Reconhecê-las e libertarmo-nos dessas crenças amplamente difundidas, mas incapacitantes, pode fortalecer-nos e aumentar muito a nossa capacidade de lidar com o conflito de uma forma mais construtiva.

A ordem cósmica.Tente perceber se tem em si algumas crenças consideradas de ordem cósmica, as quais expressamos em declarações como “As coisas são mesmo assim”, “Isto nunca irá funcionar”, “Tudo dará certo no final”.  É um conjunto de pensamentos absolutos, em vez de pensamentos probabilísticos refletido em palavras como “sempre”, “nunca”, e sugerem um fatalismo ou determinismo que nos deixa sem opções alternativas. É uma forma de pensamento que, por implicação nos obriga a respeitar o status quo, como se fosse uma ordem cósmica que está para além do nosso controlo ou influência. Estas crenças incapacitantes fazem que perante um conflito possamos pensar: “Ninguém ganha um conflito”, “Algumas pessoas são simplesmente más/arruaceiras, agressivas, etc”, “As pessoas estão sempre motivadas por interesse próprio”. Desafiando estas crenças tão deterministas e absolutistas pode ajudar-nos a sentirmo-nos mais “em controlo” e responsáveis, em vez de, à mercê dos acontecimentos e ajudar a fortalecer-nos.

A hierarquia. Muitas crenças incapacitante em relação à hierarquia podem levar-nos a pensar que as pessoas em posições superiores são superiores a nós “Quem somos nós para desafiá-los?” A tendência é internalizar numa idade muito precoce a ideia que aqueles em posições de autoridade e poder, são superiores em tudo, e que desafiá-los é inútil e impossível de serem derrotados. Muitas pessoas, especialmente aquelas no poder ou de grau superior, querem fazer-nos acreditar que são superiores em muitas coisas para além da sua posição social. Muitas pessoas fazem-nos acreditar nesse estatuto superior, dado que tais crenças como a hierarquia confere muitos benefícios e privilégios para aqueles em posições superiores. Elevar a consciência e  questionar a hierarquia poderia torná-los vulneráveis ​​à perda de benefícios, privilégios e influência.

Por vezes somos levados a internalizar  pensamentos do género: “O chefe conhece melhor, não é minha responsabilidade”, “É melhor manter a cabeça abaixo do parapeito”, “você não pode lutar contra os tubarões”, “O mais poderoso sempre vence no final, não há como desafiá-los”. Isto reflete as crenças que impedem  a alteração da mentalidade contra a hierarquia, alterações essas que muitas vezes são necessárias, mas que evitamos quando lidamos com os conflitos.

Os outros. As crenças incapacitantes relacionadas com os outros, incluem a noção de que os outros têm crenças semelhantes, valores e princípios, tal como nós temos, mas se não tiverem, eles estão errados ou há algo errado com eles. Por isso, esperamos que os outros se comportem de formas prescritas, ainda que nós só possamos tomar consciência das expetativas que temos quando alguém age de uma forma que contraria as “regras”. Durante um conflito, podemos sentir-nos decepcionados, traídos ou enganados quando alguém não joga pelas regras, mais concretamente, as nossas regras, e tendemos a culpá-los por mau comportamento. Tais crenças e regras muitas vezes são implementadas nas nossa linguagem  na forma de “deveria de…, tenho de…, não consigo”, e assim por diante, e supomos que os outros também têm essas normas e que devem orientar-se por elas para serem boas pessoas e integras. Às vezes, nós tomamos essas crenças por certas e verdadeiras que  ficamos chocados ou achamos difícil aceitar que os outros pensem de forma diferente.

O que fazer?
A descoberta de que os outros operam a partir de um conjunto diferente de crenças ou de regras precisa ser usado como um gatilho para explorar essas crenças diferentes, e não como uma oportunidade para catalogar, culpar ou castigar os outros como tantas vezes acontece na manipulação destrutiva do conflito. O primeiro passo é reconhecer que  existe uma determinada crença  que está ativada (em funcionamento), e o segundo passo é conscientizar-se do sistema de crenças e suspendê-las (não nos guiarmos por elas) para que não se tornem na força motriz do nosso sentimento e comportamento, pelo menos até que possamos verificar a sua validade, as suposições subjacentes e regras. Isso exige competência emocional, que nos pode ajudar a descobrir muitas das expetativas irreais, inadequadas ou simplesmente expetativas não expressas que criam tantos conflitos e desrespeito pelas crenças e direito de escolha dos outros.

Examine as suas crenças
Algumas crenças são contra-produtivos para o que você diz que quer fazer. Não seria bom  identificar essas crenças? Examiná-las para verificar a sua validade? Existirão por certo muitas crenças auto-destrutivas, apresento apenas algumas que identifiquei em mim mesmo e na observação dos outros. Você acredita em algumas das coisas que se seguem?

Crenças auto-sabotadoras:

■Eu não posso mudar. Este é apenas o jeito que eu sou.
■Os meus sentimentos são reações naturais, e não algo que posso controlar/gerir.
■Se eu controlar/gerir os meus sentimentos, eu vou ser um robô.
■Eu tenho que ter (amor, sexo ou dinheiro), a fim de ser feliz.
■Se eu não me sinto culpado, eu vou continuar a fazer coisas “más”.
■Você tem que fazer algumas coisas (mais impróprias) que você não quer fazer nesta vida.
■Sem dor, não há ganho.
■Se eu fosse feliz o tempo todo, eu seria um idiota cheio de energia.
■As pessoas que estão otimistas não são realistas
■Se a felicidade fosse a minha prioridade, eu seria imprudente para com os outros.
■É um mundo cão lá fora.
■Quem nasce na lama, morre na lama
■O mais poderoso sempre vence no final
PORQUE É QUE AS SUAS CRENÇAS SÃO TÃO IMPORTANTES QUANTO OS SEUS GENES?
Entendendo a Biologia da Crença: Bruce Lipton é o autor do livro: The Biology of Belief e apresenta uma visão completamente reveladora do poder que tem acreditarmos em algo.

Temos ouvido muitas vezes a frase: “Bem, você não pode mudar os seus genes” Ou: “Eu sou deste jeito, não posso fazer nada para mudar isto.” Parece ser do conhecimento comum pensar que existem algumas doenças que são causadas por “fatores genéticos”. Como se isso sugeri-se que aqueles que adoecem são pessoas com pouca sorte. Muitas pesquisas e relatórios  (julgo que erradamente) afirmam que a grande maioria do nosso comportamento, saúde e até mesmo a nossa personalidade, é pré-determinada pelos genes que recebemos dos nossos pais. A noção que muitas pessoas têm, como sendo impotentes para mudar os nossos genes leva-os a desenvolver  ressentimento para com os seus pais (e possivelmente também com Deus). Podem perguntar: “Porquê eu?” ou dizer “A vida não é justa.”

Por vezes vai-se criando um tipo de realidade, não necessariamente algo verdadeiro, que nos desencoraja, que nos coloca numa situação de vítima, atribuindo-nos passividade e ausência de controlo nas nossas vidas. De vez em quando, porém, alguém vem e desafia esses paradigmas de longa data. Alguém que faz perguntas como: “E se tudo o que pensávamos que sabíamos estava errado?” ou “E se a nossa composição genética não é gravada na pedra?” Melhor ainda: “E se há realmente algo maior do que os nossos genes, algo que tem o poder de mudá-los?”

No início dos anos 80, um biólogo celular, Bruce Lipton estava fazendo uma pesquisa sobre as células de tecidos humanos na Universidade de Wisconsin. Ele usava células de pessoas e colocava-as em placas de cultura e estudava-as. Durante o seu trabalho, ele deparou-se com algumas realizações surpreendentes que abanou toda a realidade científica, quando ele explicou o funcionamento de uma célula e o papel do ambiente na determinação do comportamento dessa célula.

Revolucionário: Por um lado, ele descobriu que era a percepção que a célula tinha do seu ambiente (e não os genes), que controlava a célula. Assim, por exemplo, quando uma célula percepcionava perigo no seu ambiente, ela podia alterar os seus genes de uma determinada maneira para arranjar um forma de fugir desse perigo.

Descoberta: Embora os genes controlem o comportamento, a percepção que a célula tem do ambiente controla os genes.
Bruce Lipton cunhou isso de “Controlo Epigenético“, que significa “Controlo sobre os genes”. Basicamente, uma célula faz monitorização do ambiente à procura de mudanças e, com base na percepção do ambiente (suas crenças), a célula irá modificar a genética para ter a melhor chance de sobrevivência. Faz sentido. A célula recebe informações sobre o meio ambiente e, em seguida, muda os seus genes de modo a que seja capaz de prosperar nesse ambiente.

Extraordinário: Assim, verificamos que a evolução está ocorrendo a todo o momento.

Olhar o  mundo e sua influência
A velha crença científica defendia que a evolução aconteceu principalmente através do processo de reprodução (em que um organismo transmitia os seus genes aos seus descendentes) ficando esta ideia vincada em conceitos como: seleção natural e da sobrevivência do mais apto. Esta “Nova Biologia” mostra-nos que a qualquer momento no tempo, nós realmente temos a capacidade de mudar os nossos genes para atender/adequar-se melhor ao nosso ambiente. Na verdade, nós não temos somente a capacidade, já estamos fazendo isso. Todos nós já ouvimos falar sobre o processo de cancro (câncer) e como as células sofrem”mutações” tornando-se nocivas e destrutivas para o corpo. Poderá ter algo a ver com a nossa percepção acerca do ambiente (ou seja, das nossas crenças)?

Provavelmente esta é uma resposta difícil de obter-se, não existirá apenas uma razão para o aparecimento dessa doença por vezes fulminante. Mas, se as nossas células estão mudando em resposta ao mundo que vemos lá fora, então o que acontece quando passamos a ver um mundo mau, problemático e sem boas perspetivas?

O que acontece quando vemos as notícias ruins todos os dias, os terrores infligidos à humanidade, ou o crescimento da negatividade?

A reter: Lembre-se, os nossos genes não mudam em resposta ao mundo, mas sim em relação à nossa percepção do mesmo.
Se vemos um mundo que é perigoso e ameaçador, então os nossos genes vão mudar para adaptar-se a esse mundo: O nosso corpo vai concentrar todas as suas energias na sobrevivência a curto prazo, o sangue será direccionado para os músculos, as nossas glândulas supra-renais irão queimar as nossas reservas de energia, o nosso sistema imunológico vai enfraquecer, e teremos menos capacidade de pensar racionalmente e com mais respostas instintivas e reativas.

Por outro lado, se vemos um mundo que seja seguro e pacífico, então os nossos genes vão mudar para adaptar-se a esse mundo: O nosso corpo vai concentrar todas as suas energias na sobrevivência a longo prazo; o sangue será direccionado para os nossos órgãos, o nosso cérebro irá libertar endorfinas, o nosso sistema imunológico será reforçado, e teremos capacidade de pensar de forma mais racional e de maneira menos instintiva e reativa.

Eu gosto desta segunda opção. Ainda assim, as coisas não têm de ser necessariamente boas ou más, perigosas ou seguras. A vida gira em torno de coisas antagónicas, existindo inevitavelmente um pouco de ambas. No entanto, quando percebemos que a nossa percepção, efectivamente, muda-nos a um nível físico, não fará sentido que, conscientemente, façamos a escolha de para quem e para o quê ou para onde é que dirigimos a nossa atenção? Além disso, não é apenas o mundo que vemos diante de nós que devemos levar em consideração, isso inclui o mundo que vemos quando olhamos para o nosso passado. Você sabe qual o papel das emoções para nos manter vivos?

As emoções evoluíram como uma forma de nos ajudar a sobreviver. Durante uma experiência em que percebemos o perigo, as nossas emoções marcam uma memória (do acontecimento) na nossa mente. Isto significa que se estivéssemos comendo frutos junto ao rio e um leão nos atacasse, nós emocionalmente lembrar -nos-íamos de tudo que aconteceu nesse momento terrível, o que comíamos, o que nós estávamos fazendo, que hora do dia era, e assim por diante. Dessa forma, a próxima vez que nós voltássemos a estar nessa situação ou noutra situação semelhante, a nossa emoção iria alertar-nos de uma possível recorrência desse perigo.

A saber: Os acontecimentos traumáticas imprimem memórias e emoções na nossa mente, com o objetivo de ajudar-nos a sobreviver.
O problema com as emoções, é que podem ser accionadas em momentos aleatórios e empurrar o nosso sistema para o modo de sobrevivência, mesmo que não estejamos realmente em perigo. O que quer dizer que se nós temos muitos experiências emocionais traumáticas do nosso passado, então, estas memórias podem ser desencadeadas e nós reagirmos como se elas ainda estivessem acontecendo connosco. Quando isto acontece, quando nos começamos a movimentar de acordo com as nossas angústias do passado, ficamos mais vulneráveis em termos psicológicos e emocionais. Ficamos mais propensos a poder desenvolver algum tipo de transtorno psicológico que nos dificulte a vida, tais como: Ansiedade, fobia social, ataques de pânico, depressão, stress pós- traumático, ansiedade generalizada, entre outros. Ou mesmo alguns problemas mais subtis, mas igualmente perturbadores, tais como: mentalidade de vítima, timidez excessiva, baixa auto-estima, baixa auto-confiança, excesso de preocupação, entre outros.

A saber: Vemos um mundo perigoso e/ou problemático, porque temos experiências emocionais que alteram a nossa percepção.
De acordo com o que tenho vindo a apresentar, podemos retirar duas ideias que podem ser-nos muito úteis para a nossa reestruturação mental e consequente evolução da nossa mente. Primeiro, devemos tentar conscientemente e intencionalmente decidir para onde e para o quê queremos dirigir a nossa atenção. Segundo, devemos esforçar-nos para deixar de sermos controlados pelas nossas velhas crenças (inadequadas), ou pelas experiências dolorosas do passado que nos imprimiram formas “pesadas” e incapacitantes de olhar o mundo.

Como fazemos isso? Na verdade já existem algumas formas eficazes que nos podem ajudar. No fundo, tudo se resume à possibilidade e consequente capacidade que todos temos para reprogramar a nossa mente e actualizar as nossas emoções de acordo com aquilo que queremos para a nossa vida. Ao longo do tempo, aqui na Escola Psicologia tenho vindo a abordar vários assuntos relacionados com este bem muito precioso: a mente.

Apresento uma lista que compila os artigos que podem ajudá-lo nesta aventura extraordinária, que é mudar as suas crenças para que possa evoluir a sua mente:

■Sobre consciencialização e intencionalidade: A consciencialização é o primeiro passo para a mudança
■Sobre a mudança de atitude: 5 passos para conseguir uma atitude positiva na vida
■Sobre reestruturação do pensamento: Pense positivo, insista no pensamento positivo
■Sobre reestruturação do diálogo interno: Deixe de dizer, desculpe, eu não sei, eu não consigo
■Sobre libertar-se dos “traumas” do passado: Viva no presente. Não se paralise pelo passado
■Sobre o benefício das emoções: Aumente o seu sucesso entendendo as suas emoções
■Sobre orientação de vida e poder de decisão: Que tipo de pessoa você quer ser?
Quando realmente entendemos que temos o poder de mudar-nos, de evoluirmos e de mudar o nosso mundo, torna-se realmente entusiasmante e capacitador. É ou não é, empolgante e esperançador ?

Assim, proponho que reflita por um momento, em si mesmo:

■O que você gostaria de mudar na sua vida?
■Qual a parte do seu corpo que você gostaria de curar/melhorar?
■Em que tipo de mundo você gostaria de viver?
■Você pode aplicar essas ideias e técnicas para literalmente criar o que quiser.
■Então o que você está esperando? faça alguma coisa!
No meu caso, muitas vezes, aprendo melhor sobre as coisas quando tenho um conhecimento muito profundo da ciência que suporta uma nova descoberta. Tentei tanto quanto me foi possível apresentar e explicar o poder que as crenças têm na nossa vida e, o quanto isso nos deixa margem de manobra para que possamos trabalhar no sentido de ir reestruturando o nosso pensamento e aquilo em que acreditamos ou queremos vir a acreditar.  De acordo com esta abordagem, abre-se uma porta para podermos sonhar com um mundo melhor, pois permite-nos implementar formas e atitudes facilitadoras que nos coloquem em vantagem e mais facilmente alcançarmos aquilo que desejamos. Isto, caso queiramos melhorar-nos e consequentemente desejarmos um mundo melhor para todos…!

E VOCÊ, ESTÁ LUTANDO PARA MUDAR SUAS CRENÇAS?
Quais as crenças limitantes com que você está lutando? O que você fez para as mudar? O que faz que o capacite e se sinta mas confiante? O que você faz quando não consegue mudar o seu pensamento e desejava muito? Adoraria saber a sua opinião! Comente!

Fonte: http://www.escolapsicologia.com/mude-as-suas-crencas-evolua-a-sua-mente-parte-ii/

segunda-feira, maio 21, 2012

25 Mude as suas crenças: Evolua a sua mente (Parte I)

Um dos maiores presentes que podemos ter na vida, e digo isso literalmente, é saber que podemos mudar as nossas crenças. Este conhecimento é revolucionário, extraordinário e muito esperançador, saber que podemos realmente mudar as nossas crenças, principalmente aquelas que foram inúteis e permaneceram inalteráveis dentro de nós durante anos. Nós temos certas crenças dentro de nós, que nos incapacitam, que nos prejudicam e atrapalham  o bom desenvolvimento da vida.  Pretendo mostrar-lhe algumas maneiras de como pode desarmar, enfraquecer e substituir  as crenças incapacitantes que lhe prejudicam a vida. Pretendo esclarecê-lo e elucidá-lo da forma como aquilo que falamos, pensamos e acreditamos, influência todo o nosso organismo e consequentemente o nosso desenvolvimento.

Dica: Desenvolvermo-nos e evoluirmos, é evoluir a nossa mente, e evoluir a mente é desenvolver e melhorar a forma de comunicação connosco mesmo.
As nossas crenças dão forma à nossa realidade, muito provavelmente a sua realidade é totalmente diferente da minha, é também diferente da do seu parceiro, colegas de trabalho, seus filhos, as pessoas ao seu redor. Você é único, e aquilo que faz de você uma pessoa diferente de tantas outras, são as crenças que tem acerca de si mesmo, dos outros e do mundo em geral. Pense nisso por um momento, pense que você “cria” o seu próprio mundo (formas de olhar as coisas, forma de agir e de pensar). Sim, nós compartilhamos um conjunto de construtos, mas efetivamente, você criou o mundo ao seu redor e criou a pessoa que você é hoje. Isto pode parecer-lhe demasiado radical e pragmático, mas se conseguir refletir sobre isso, se conseguir perceber que foi você que foi construindo a vida que tem agora, isso significa que pode alterá-la, pela simples razão que é o seu principal investidor.

Para refletir: Você é o principal accionista da sua própria vida.

O PODER DAS CRENÇAS
No transtorno dissociativo de identidade, originalmente denominado transtorno de múltiplas personalidades, popularmente conhecido como dupla personalidade, é uma condição mental onde um único indivíduo demonstra características de duas ou mais personalidades ou identidades distintas, existem histórias de pacientes que literalmente mudaram a cor dos olhos, porque mudaram de uma personalidade para outra. Eles também desenvolveram sintomas físicos, tais como a diabetes, simplesmente porque mudam de uma personalidade para outra, tendo crenças totalmente diferentes de si mesmo. Talvez, esteja a pensar que este tipo de histórias se encaixam no estilo “fantástico”, provavelmente sim, mas não deixam de ser reveladoras da extraordinária capacidade que o corpo humano tem para se transformar por ação da crença.

O poder das crenças, é realmente avassalador. As crenças estão enraizadas na nossa mente e podem afetar a nossa forma de raciocinar, mas também podem afetar outras partes do nosso corpo, o que prova o extremo poder que elas possuem. É importante aprender o máximo sobre si mesmo, através das suas crenças, e se sentir que é necessário e útil, alterá-las ou implementar uma nova crença.

Na psicologia, tem sido usual  estudar-se o efeito placebo. O que é o efeito placebo? O efeito placebo é quando se associa um determinado benefício a algo inócuo. Dois grupos de pacientes que recebem dois tipos de comprimidos diferentes, uma amostra do grupo recebe uma pílula de açúcar (sem qualquer efeito curativo), mas os pacientes são informados de que a “pílula” vai ajudar a melhorar a sua condição, dor, depressão, ansiedade, etc.  Ao outro grupo são dados medicamentos verdadeiros (com efeito curativo) para tratar a doença ou o problema.

O que se descobriu uma e outra vez, desde 1955, quando foi cunhada a expressão “efeito placebo“, foi que 50% – 60% dos pacientes respondem positivamente aos comprimidos placebo. Significado que 50%-60% das pessoas melhoram positivamente a condição (doença ou problema) tomando um comprimido que não tem efeitos curativos. Esse é o poder da crença, é a capacidade que todos temos para produzir um efeito no nosso corpo, que julgamos poder acontecer. Se dentro dos limites do possível, for possível, a crença que temos nisso faz o resto. Não significa dizer que os seres humanos são estúpidos, significa apenas que estamos enganando a nós mesmos com o poder da mente, quer seja a nosso favor ou contra nós.

Então o que realmente é uma crença? No seu conceito mais básico, é algo que você tem e construiu na sua mente, é um conceito. É algo que você sabe, com toda a certeza, que algo é verdade, é um sentimento profundo dentro de si.

Dica: Uma crença é um sentimento de certeza, sentindo que algo é verdadeiro.
AS SUAS CRENÇAS POTENCIAM O SEU PENSAMENTO?
Nunca lhe aconteceu acordar e sentir-se ótimo, como se não tivesse de fazer nada para se sentir bem? Você sente-se com um estado de espírito positivo, bem sucedido, otimista, pensa em grande e que é capaz de ultrapassar qualquer obstáculo. Eu já me senti assim, é maravilhoso! Mas, outras vezes pode acontecer o oposto, sentimo-nos inseguros e julgamos não conseguir fazer nada, sentimo-nos exaustos e desistimos de ir à luta. Já me aconteceu sentir-me derrotado e a perder o controlo da construção dos meus pensamentos.

Todos temos muitas crenças, e aprender de onde vêm e que elas desempenham um papel importante na nossa vida é fundamental para começar a mudá-las. Elas são uma parte do que somos como pessoa. É difícil modificar aquilo a que temos estado ligados grande parte da nossa vida, mas temos de começar a produzir crenças mais capacitadoras e parar de defender as meias-verdades que nos impedem de ver um conjunto enorme de possibilidades e opções.

As crenças que levam à falta de confiança, medo e preocupação são o que em última análise, nos impede de experimentar o sucesso e conseguir o que se quer da vida.

Você sente-se preparado para mudar algumas crenças no sentido de impulsionar a sua vida?
Como é que as crenças se formam? Serão as suas crenças realmente suas?

Ninguém nasce com determinadas crenças. As crenças são adquiridas a partir de tenra idade e através da nossa experiência de vida. As coisas que lhe foram ditas e a forma como foram tratadas quando jovem, foram-se tornando na maneira que você pensa acerca de si mesmo, dos outros e do mundo, e tornaram-se nas suas crenças, quer o capacitem ou o derrotem.

A grande questão que importa você refletir e saber, é que as crenças pelas quais você orienta a sua vida não têm necessariamente de ser verdadeiras. Ou colocando este assunto numa perspectiva mais factual, as suas crenças não tem necessariamente de ser funcionais. Por outras palavras, podem prejudicá-lo, podem inibi-lo de progredir ou causar-lhe alguns problemas na sua vida. Só porque alguém nos disse que não pode ser alguém (bem sucedidos) ou fazer algo, não significa que temos de acreditar neles. Pare de orientar-se por crenças desanimadoras, incapacitantes, obtusas e demasiado rígidas! Eu sei que é difícil, mas não impossível.

Para facilitar o processo de identificação das sua crenças, questione-se:

■O que é que eu acredito em mim?
■Do que é que acho ser capaz?
■O que é que eu acredito sobre o mundo?
■O que é que eu acredito conseguir alcançar no futuro?
Depois de ter descoberto o que você acredita, é hora de decidir o que você deseja manter e o que você quer deitar fora. Que crenças eu quero mudar? O que eu quero começar a pensar sobre mim e sobre o meu futuro? Você pode decidir o que quer acreditar. Jogue fora as crenças auto-destrutivas para que possa construir uma auto-imagem bem sucedida e capacitadora de si mesmo. Seja um vencedor.

Para o ajudar a clarificar melhor a razão porque é importante fazer o exercício anterior, ou seja, desafiar as suas crenças (por vezes falsas crenças), vou ajudá-lo a responder à seguinte questão:
Porque estamos todos (eu incluído) aparentemente tão predispostos a acreditar em proposições falsas?

A resposta está no reconhecimento crescente da neuropsicologia que aborda a questão do quão irracional o nosso pensamento racional pode ser, de acordo com um artigo publicado na revista Mother Jones por Chris Mooney. Sabemos agora que os nossos juízos de valor intelectual, ou seja, o grau em que acreditamos ou desacreditarmos numa ideia, são fortemente influenciados pela tendência dos nossos cérebros para a “ligação“, aquilo a que eu chamo de “inclinação mental“. Os nossos cérebros são máquinas especializadas em fazer ligações (conjunto de redes neuronais), agregando não só pessoas e lugares, mas também as ideias. E não apenas de uma maneira friamente racional. O nosso cérebro torna-se intimamente  ligado emocionalmente com as ideias que passamos a acreditar que são verdadeiras (no entanto, chegamos a essa conclusão), e é emocionalmente alérgico a ideias que acreditamos serem falsas. Esta dimensão emocional do nosso julgamento racional, explica uma gama de preconceitos mensuráveis ​​que mostram o quão diferente dos computadores (raciocínio lógico) as nossas mentes são.

Dois factores que contribuem para a ligação emocional às nossas crenças:

■Confirmação de viés (desvio). O que nos leva a prestar mais atenção e atribuir maior credibilidade às ideias que sustentam as nossas crenças atuais. Ou seja, nós escolhemos a evidência que suporta uma disputa que já acreditamos e ignorarmos a evidência que está contra ela.
■Desconfirmação de viés (desvio). O que nos faz gastar uma energia tremenda tentando desconfirmar as ideias que contradizem as nossas crenças atuais.
A confirmação da crença não é o nosso único objetivo cognitivo. O outro objetivo é validar as nossas crenças pré-existentes, as crenças que temos vindo a construir, bloco por bloco num todo coeso durante toda a nossa vida. A  confirmação de viés e a desconfirmação de viés, representam duas das mais poderosas armas à nossa disposição para solidificação das nossas crenças, mas, simultaneamente, comprometem a nossa capacidade de julgar os méritos das ideias e as provas a favor ou contra elas. É, na verdade um pau de dois bicos que temos de levar em consideração se quisermos colocar à prova a funcionalidade, adequação e verdade das nossas crenças.



MUDE AS SUAS CRENÇAS E IMPLEMENTE MUDANÇAS NA SUA VIDA
Nem sempre seguimos integralmente tudo aquilo que pensamos, no entanto aquilo em que acreditamos exerce uma grande influência sobre aquilo que pensamos e consequentemente nos nossos comportamentos e ações. De certa forma, as nossas crenças regulam o nosso comportamento e são responsáveis por grande parte das nossas decisões. Ou seja, na grande maioria das vezes nós fazemos aquilo em que acreditamos. Tudo o que pensa e seja suportado por aquilo que acredita tem uma probabilidade elevada de ser seguido por si mesmo. Se eu me sentir bem sobre algo, eu comporto-me de acordo com isso, e se eu me sinto mal com alguma coisa, e acredito que isso me prejudica, então eu vou-me afastar.

Isto é importante, porque aquilo que você pensar e acreditar vai influenciar grandemente o seu futuro. Por outras palavras, se você acha que nunca vai conseguir um novo emprego, começar a escrever um livro, ou ter um ótimo relacionamento, você não irá obter e/ou conseguir isso.

Citação: Se você acha que pode, ou que não pode fazer alguma coisa, você tem sempre razão. – Henry Ford
As suas crenças podem prendê-lo num ciclo de desamparo, incapacidade e desesperança, de tal forma que você nunca vê resultados positivos. Talvez você tenha implementando tantos pensamentos depreciativos na sua mente, que tenha criado um padrão auto-derrotista de encarar a vida. O nosso diálogo interno (auto-verbalizações) até um determinado grau pode determinar a nossa auto-imagem, auto-conceito, auto-estima e auto-confiança, formando uma construção que irá condicionar as crenças que temos. Se você conseguir mudar aquilo que pensa, o que diz e a ideia que tem acerca de si mesmo, ficará certamente mais capacitado para tomar as rédeas da sua vida e daquilo que quer conseguir fazer.

Em que medida estão as suas crenças a influenciar a sua vida?
Considere que:

■Você pensa em cascata tripartida: as palavras ou a linguagem, provocam as imagens, o que por sua vez originam emoções.
■Você constrói a sua auto-imagem através dos seus pensamentos. Seja cuidadoso com o que você pensa.
■O seu subconsciente aceita o que você vai afirmando para si mesmo. Você deve controlar (gerir melhor) o seu diálogo interno.
■A sua auto-imagem surte grande impacto na sua forma de agir. Para se sentir mais capaz, trabalhe (melhore) a sua auto-imagem
Que percepção você tem das suas capacidades? Como é que você age quando não está fingindo, quando você se deixa fluir livremente, sem controlo consciente? É de acordo com essa percepção e forma de estar na vida diária que nos devemos orientar, estando em contacto com o nosso verdadeiro “Eu”, sem restringir o nosso potencial.

Esclarecimento: Não estou a querer dizer que devemos agir sem pensar. Aquilo que quero dizer é que devemos de forma consciente ir implementando e, se necessário mudando algumas das nossas crenças, formas de pensar e agir, até que elas façam parte de nós e possamos movimentarmo-nos livremente e de acordo com aquilo que decidimos para nós, no nosso melhor estado de recursos.
AS CRENÇAS CONTRIBUEM PARA A NOSSA EFICÁCIA: VOCÊ ESTÁ SENDO EFICAZ?
Eu acredito que todos temos um potencial imenso, mas apesar deste enorme potencial, podemos limitar-nos pelas nossas crenças. Só seremos capazes de fazer o que acreditamos ser possível. Se as nossas crenças forem demasiado fixas, o nosso comportamento e atitude seguirá o mesmo princípio. Nós auto-regulamo-nos de acordo com o nosso nível de crença, e assim permanecerá a menos que nos consigamos fortalecer para que possamos passar a agir de forma mais flexível.

Por este motivo é tão importante avançar progressivamente todos os dias para expandir a sua flexibilidade de pensamento e fazer algo que o ajude a crescer e romper com as anteriores crenças limitantes. Agir e propor-se à identificação dessas crenças pode matar o medo da auto-limitação que não o deixa sair do caís. Desamarre essa âncora.

Esteja preparado para um aumento da tensão quando decidir sair da sua zona de conforto. Essa tensão vem da nossa mente subconsciente, que nos quer fazer permanecer no ambiente conhecido, seguindo os mesmos padrões de pensamento e comportamento, e não correr qualquer risco. Isto é o que nos faz sentir que precisamos voltar para “onde pertencemos”, ou porque é muito arriscado tentar algo novo. Não dê atenção a isso. Você pode subir a fasquia da sua zona de conforto, aumentando o seu auto-conceito. Trabalhe na sua auto-confiança e na sua auto-estima através de novas afirmações e visualizações, espere mais de si mesmo, espere conseguir atingir pequenas metas ao longo do caminho. Você pode começar a mudar o seu comportamento se auto-reforçar as alterações pretendidas com auto-afirmações ou auto-declarações, tais como: “Tive bem com esta atitude”, ou “Sim, eu sou bom nisso”, ou “Com esforço, acabei por conseguir”.

Não perca a segunda parte deste artigo, irei apresentar:

■Formas para ajudar a definir metas e aumentar a criatividade
■Estratégias para livra-se de algumas crenças incapacitantes
■Razões porque as crenças são tão importantes como o genes


Fonte: http://www.escolapsicologia.com/mude-as-suas-crencas-evolua-a-sua-mente-parte-i/

sexta-feira, maio 04, 2012

A ALMA


Certa vez, uma alminha no céu decidiu reencarnar. Era uma chama de luz,
muito brilhante, na nuvem, à espera de encarnar. Tinha subido havia algum
tempo, e tinha dedicado um período a analisar o passado, a vida passada.
Aliás, as vidas passadas. Tudo o que tinha cumprido, e o que nem por isso.
Emoções tortuosas que tinha limpo e outras que tinha ganho.

A alminha, na nuvem, preparava-se para uma nova jornada. E preparava
também a missão. O que escolhera desta vez. As tensões a que iria ser
sujeita, para que a sua nova tarefa vingasse. Escolhia o tipo de país, o tipo
de pais, as condições económicas, sociais e atmosféricas. Se iria nascer
com a emoção à flor da pele, ou com um bloqueio desmesurado.

Tudo foi combinado ao pormenor com as outras almas com quem se iria
cruzar no caminho. Quando encarnasse e entrasse no corpo de um bebé,
iria esquecer-se de tudo. O véu do esquecimento é implacável. Só havia
uma única coisa que lhe pediam que nunca esquecesse. Só uma.

«Podes esquecer-te de tudo o que combinámos, podes até falhar na missão,
bloquear as emoções ou não chegar sequer a evoluir. Só te pedimos que
não te esqueças de uma coisa. Não te esqueças que não podes deixar, em
hipótese alguma, apagar a tua luz. Pode acontecer tudo, mas não deixes que
ela se apague.»

Jesus

O LIVRO DA LUZ – Pergunte, O Céu Responde,
de Alexandra Solnado