sexta-feira, novembro 02, 2012

Culpa e auto punição

Dentre uma infinidade de sentimentos, a EFT pode também ser utilizada para eliminação de sentimentos de culpa e auto punição. 

Ou seja, é possível para qualquer pessoa, lembrar de algo do passado que tenha feito ou deixado de fazer e que lhe traga um sentimento de culpa, aplicar a técnica em si mesma e sentir um alivio completo do peso desses sentimentos.
Observando o potencial da técnica de trazer esse bem estar, um aluno me perguntou em curso de EFT mais ou menos o seguinte.

“Seu faço alguma coisa que seja imperdoável, como por exemplo, dar uma tapa na cara da minha mãe, como seria possível eu me liberar do sentimento de culpa se fiz algo tão errado, ainda mais trabalhando somente comigo mesmo?

Não seria necessário que a outra pessoa me desculpasse ou me perdoasse para que eu pudesse me livrar da culpa?”

 A pergunta traz reflexões importantes, vamos detalhar cada uma delas.

 Quando fazemos algo que julgamos como sendo errado, um sentimento se abate sobre nós chamado de “culpa”.

Pelo menos é assim para boa parte das pessoas.
A culpa é o peso na consciência. 

É um sentimento que nos provoca sofrimento e portanto já é parte da auto punição que nós nos impomos por termos agido errado.

É também como se fosse um mecanismo que serve para que nós não venhamos a repetir o erro cometido.
A lógica inconsciente por trás desse mecanismo nos diz que se nós não nos sentirmos culpados nos tornaremos irresponsáveis e com grande possibilidade de agir novamente de uma forma que não seja correta.

Por isso muitas vezes passamos anos carregando um sentimento de culpa.
Coisas que aconteceram há 10 anos atrás e ainda sentimos o peso na consciência. Inconscientemente estamos nos punindo com a dor imposta pelo sentimento.

É também como se pensássemos que não seria justo nos sentirmos em paz depois de ter feito algo condenável.
“Como poderia eu ficar em paz comigo depois de ter batido na minha própria mãe? Como poderia ficar em paz se lembro que cometi essa ou aquela injustiça?”
Assim nos tornamos nosso próprio carrasco.
E esse carrasco interior as vezes atua pelo resto da vida sem dar trégua.
Conforme já mencionei, existe ainda a sensação de que a culpa serve para prevenir novos erros e que sua liberação seria perigosa nos tornando pessoas inconseqüentes.
“Se eu me liberar dessa culpa por ter batido na minha mãe vou acabar repetindo esse ato inaceitável, por isso é melhor carregar esse sentimento”.

Há ainda a sensação de que, se eu não me sinto mais culpado, é como se não reconhecesse o erro cometido no passado, ou ainda pior, como se eu aprovasse ou concordasse com o que fiz de errado.

 Muitos buscam o perdão e a compreensão da pessoa que foi prejudicada.
Mas o outro lado pode não estar disposto a perdoar; ou talvez não tenhamos mais contato com a outra pessoa, ou quem sabe ela pode até já ter morrido.

Conseguir o perdão ou compreensão da outra pessoa serviria para que o indivíduo conseguisse a permissão para perdoar a si mesmo.
Ou seja, em outras palavras, é como se você dissesse ao outro “me perdoa para que eu me permita me perdoar”.
E quando não há essa possibilidade a pessoa segue pelo resto da vida sem chance de se libertar do sofrimento.
Há ainda casos que o outro lado perdoa, e nem assim a pessoa consegue se liberar da culpa e continua se punindo.

Todos esses mecanismos em conjunto levam a perpetuação do sentimento de culpa.
Quando nos sentimos culpados acabaremos causando a nós mesmos e a outras pessoas, mais sofrimento, de forma inconsciente. Isso acontece por que, como forma de auto punição, iremos sabotar a nossa vida nas mais diversas áreas: financeira, familiar, relacionamentos e etc...

E quando isso ocorre, pessoas ligadas a nós também acabam sofrendo. Isso é muito claro.
Se você vem sabotando sua vida financeira ou conjugal por não se permitir ser feliz nessas áreas devido a culpas conscientes e inconsciente do seu passado, obviamente que sua família, amigos, também sofrerão.

O que parece então a maneira mais “adequada” ou “correta” de se sentir acaba sendo apenas mais um mecanismo de perpetuação do sofrimento que vem sendo passado de geração em geração há milhares de anos.

Seria possível então se liberar da culpa e mesmo assim não cometer novamente os erros do passado? É claro que sim.
O que faz com a gente cometa erro e os repita não é a ausência da culpa, e sim outros sentimentos negativos que guardamos ligados a insegurança e auto estima baixa.
É saudável que venhamos a reconhecer de forma sincera nossos erros.

Mas podemos fazer isso e ao mesmo tempo liberar o sentimento de culpa.
Não precisamos desse sofrimento para nos tornar melhores.
Pelo contrário, quanto mais culpas guardamos, maiores as chances de fazermos bobagens e afetarmos negativamente a vida das pessoas ao nosso redor.

Por tudo isso, procure observar em você se vem guardando culpa como uma forma se auto punir, ou de prevenir que cometa novos erros.
Veja também se você está aguardando o perdão de outra pessoa (que pode ser que nunca o perdoe) para que você possa então se dar permissão de se perdoar.
Verifique ainda se, inconsciente, você sente que a liberação da culpa o tornaria um inconseqüente que aprova e não reconhece os erros do passado.

Conforme podemos perceber, esses mecanismos são extremamente sabotadores.
É importante esclarecê-los para que sejam identificados, ficando assim mais fácil de não cair nessa armadilha.

Liste os eventos da sua vida que trazem sentimento de culpa, faça bastante EFT para limpar todos eles.

Não espere a liberação ou perdão de outra pessoa para se permitir ficar em paz.

Se o outro vier a perdoar você, ótimo.
Mas também se isso não ocorrer, liberte-se da culpa para que você se possa se tornar um ser humano melhor, par o bem de todos.


 Abraços,
André Lima
www.eftbr.com.br


Nota: Você entenderá melhor esse texto se já tiver lido o manual da EFT.
Para receber o manual criado por mim acesse
(Sem custos. Assim você poderá aprender o básico e começar a se beneficiar da técnica.):
http://www.eftbr.com.br/manual-gratuito.asp

http://saintgermanchamavioleta.blogspot.com.es/2012/10/culpa-e-auto-punicao.html

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