Consideremos esta curiosa frase, do autor Mark Twain: “Mantenha-se afastado de pessoas que tentam desapreciar as suas ambições. As pessoas pequenas fazem sempre isso, mas as realmente grandes fazem-no sentir que você, também, se pode tornar grande.” A partir deste ponto, quantas pessoas – as quais você deixa fazerem parte da sua vida – lhe ocorrem à mente? O seu coração neste momento alegra-se por descobrir que está rodeado de “pessoas grandes” ou, pelo contrário, verifica com ressentimento que tem empregue muito do seu tempo e energia em pessoas que o fazem sentir mal, ou que o devolvem a uma constante sensação de fracasso ou de incompreensão?...
Sente que deveria ter uma voz mais activa na sua família ou relacionamentos? Conseguir estabelecer limites com os colegas de trabalho? Quem sabe conseguir valorizar-se perante um amigo explorador ou enfrentar o ‘bullying’ na internet? Não é tarde, nem é cedo! Perante todos estes problemas reais, hoje propomos-lhe que fique a conhecer algumas estratégias para lidar com pessoas ou situações “tóxicas” na sua vida.
Em primeiro lugar, talvez seja interessante começarmos por definir o que é uma “pessoa tóxica”. Alguém tóxico é alguém que apenas se queixa e lamuria, despejando sobre você o seu lixo emocional (mas que não faz nada para mudar a situação). Noutras palavras, alguém que não lhe é favorável no sentido de, recorrentemente, ter o "condão” de o fazer sentir-se mal. Alguém que o “bota abaixo” sistematicamente, a si e às suas ideias, decisões, projectos ou ambições (sobretudo se os mesmo de alguma forma puderem concorrer para o seu bem-estar e/ou sucesso). E, voltando ao assunto, porque é importante desintoxicar-se de pessoas negativas na sua vida? As pessoas tóxicas ou negativas são pródigas em afastá-lo dos seus objetivos pessoais, ‘adubando’ a sua mente de impossibilidades e fazendo da dúvida um ‘plantio’ na sua cabeça. A energia negativa que trazem interage com o seu próprio campo energético, para não mencionar os contributos que dão ao seu (aumento de) ‘stress’ e ansiedade. Note, porém, que a sua saúde e bem-estar é uma responsabilidade inteiramente sua e não uma “benesse” que algo ou alguém lhe podem conceder ou não. Por isso, você tem um papel activo nisto de saber ou não cuidar-se! E se você busca mudanças positivas na sua vida, necessita de espaço e condições para que as mesmas aconteçam. Manter-se em situações ou relacionamentos tóxicos, permitindo que estes impregnem os seus dias de negativismo, irá impedir que as oportunidades para o sucesso se manifestem. Por outro lado, libertar-se de pessoas tóxicas irá criar espaço para que outras pessoas (de preferência, positivas!) possam entrar, o que promoverá, incentivará, apoiará e ajudará o seu processo e crescimento como pessoa. Vamos a isto:
1. Decida o quanto você (se) vale a pena. Você precisa sentir-se digno e merecedor de alcançar os seus objectivos no sentido de se transformar na pessoa que quer ser. Deixar de parte qualquer fonte de destrutividade na sua vida irá ajudá-lo a chegar lá mais rapidamente. Trata-se de um compromisso consigo mesmo, propondo-se a fazer as mudanças necessárias por e para si, não deixando que a culpa o mantenha no mesmo lugar.
2. Identifique as pessoas ou os factores tóxicos na sua vida. Um truque simples e muito eficaz é perceber com que tipo de pessoas você tende a se sentir pior depois, do que antes de ter começado a falar com elas. Por norma, os seus níveis de energia baixam e você fica frustrado e/ou aborrecido. É que sabe, existe uma grande diferença entre alguém que partilha consigo as suas lutas e desafios vs. alguém que reclama constantemente. Uma das diferenças é esta: alguém que está verdadeiramente em dificuldades está disposto a ouvir um feedback construtivo e está aberto a mudar (e muda). Por outro lado, os chorões e queixosos não querem mudar e, essencialmente, só desejam que você sinta pena deles ou pretendem ‘sugar’ a sua atenção. Para além do espectro tóxico e drenante da sua energia pessoal, frequente e subtilmente denotam algum tipo de hostilidade ou crítica dirigida a si. Não temos de ser “venenosos” ao expressar os nossos pontos de vista uns para com os outros e isso, como é óbvio, afecta-o negativamente.
3. Deixe-os ir. Sem medos e sem culpas de os evitar. Utilize qualquer método que ache adequado (não atender chamadas, distanciar-se, etc.) mas não tem de se justificar ou dar demasiadas explicações por apenas querer proteger-se e defender-se com as suas acções das interferências nocivas na sua vida. Se lhe parecer o correcto, faça-o com suavidade, graça e… amor! Indirectamente isso até lhes acaba por ser benéfico, pois é uma oportunidade perdida que eles (não) encontram para irradiarem só mal-estar. Mostre-lhes, porém, que permanecerá aberto a eles na possibilidade de os apoiar, a partir do momento em que mostrem querer ou estar prontos para adoptarem uma postura mais construtiva/positiva, retomando eventualmente a relação.
4. Não se culpe. Mais uma vez, voltemos ao tópico 1): você vale a pena. Se não for você mesmo o seu melhor amigo, quem o será? Se não for você a moldar a sua própria vida, há sempre algo ou alguém que o fará. Mas perceba que se você não cuidar de si, ninguém o fará por si. Você não está propriamente a abandonar alguém, mesmo que à primeira vista possa sentir-se assim. Há uma diferença monumental entre abandonar alguém e deixá-las ir para que ambos (você e elas) encontrem o seu espaço, o seu próprio caminho. Se por acaso você até já tentou mostrar-lhe alternativas, ou fazê-las contemplar outros prismas para mesma realidade, encorajando-as nesses sentidos, mas nada, absolutamente nada, parece surtir qualquer efeito nas suas atitudes, então talvez deva concluir que não é você nem o que possa dizer ou fazer que terá o potencial de transformar os pensamentos ou comportamentos das pessoas tóxicas. Em todo o caso, você não tem a obrigação ou mesmo o direito de “mudar” quem quer que seja. E muitas vezes o sentimento por detrás em relação a manter estas pessoas na sua vida, é esse, o de achar que “deve” ou “tem de”, por culpa ou medo. As pessoas crescem e mudam, este, sim, é um direito que a todos assiste. E isto aplica-se a familiares ou “amigos” de infância (em especial, os que mostram não querer crescer… ou mudar), a bem da evolução!
5. Bring in the positivity, baby! Rodeie-se de pessoas positivas e optimistas. Este é o tipo de pessoas através das quais você se sente apoiado, protegido e nutrido emocionalmente quando estão por perto. Escutam-no, valorizam as suas capacidades e incentivam as suas iniciativas por mais arriscadas ou assustadoras que possam parecer (apenas por saberem e respeitarem que isso para si pode ser importante). Normalmente, são estas também as pessoas que você respeita e admira, pois sabe que fizeram alguma coisa por si mesmas ou pelos outros para superar qualquer situação na vida, tendo tido a coragem para vencer ou mudar!
Faça como as árvores que libertam as folhas mortas no Outono, prontas para receber as folhas novas e viçosas da Primavera vindoura. Elas, as folhas, na natureza, sabem que isso é uma condição fundamental para se ter flores e frutos na nova estação… Aproveite então, por estes dias, para fazer uma “limpeza” na sua casa emocional. Plante a planta da felicidade, se quiser colher felicidade… Você colhe o que planta. Não plante tomates para esperar colher alfaces... Parece um conceito tão simples e directo, não é? No entanto, e até culturalmente, temos um péssimo hábito de cultivar a inveja, a culpa e o ressentimento com a expectativa de colher satisfação, respeito e realização. Desintoxique a sua casa física. Desintoxique a sua casa emocional. Desintoxique a sua vida (e sinta-se bem com isso!).
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