Um dia, você estava diante de um problema que não conseguia resolver.
O problema o afetava intensamente. Você se sentia muito mal por não conseguir resolver o problema.
Estava dominado por alguma emoção negativa, indesejável e insuportável: ansiedade, angústia, desepero, medo, pavor, solidão, tristeza, desesperança, ou qualquer outra desta categoria.
Precisava encontrar uma solução, um alívio.
Aí você encontrou a “solução”: algo que amenizou aquela emoção insuportável e até trouxe um conforto e prazer.
Qual foi a “solução”? Alguma substância (álcool, nicotina, açúcar, algum remédio, droga, etc.) ou alguma atividade (internet, jogos, sexo, etc.).
O problema com essa “solução” é que ela não resolve o problema verdadeiro mas apenas alivia o sintoma.
O álcool não vai trazer emprego para quem está desempregado.
O açúcar não vai trazer dinheiro para quem está endividado.
O sexo não vai melhorar a autoestima de quem se acha inferior.
Mas a pior parte dessa “solução” é que ela se torna um sério problema. Traz prejuízos para você e às pessoas próximas.
Prejuízos na saúde física, mental, financeira, familiar, profissional, etc.
Nesse ponto nós passamos a chamar a “solução” de vício.
E o vício costuma desenvolver vida própria, tornando-se independente do problema original.
Você fica dependente daquele vício e sua falta provoca dor emocional (e física, eventualmente), que é resolvida novamente com o próprio vício.
Você passa a viver em função dele. O vício passa a comandar sua vida.
Em estágios avançados, as pessoas perdem empregos, famílias, dinheiro, saúde e não raramente, até a própria vida.
O tratamento do vício é algo complexo, pois envolve pelo menos dois problemas: o problema original e o próprio vício.
É preciso resolver dos dois problemas, para se ter uma solução consistente, confiável e duradoura.
Provavelmente você já ouviu falar que “parar de fumar engorda”. Isso pode ocorrer (mas nem sempre) quando se trata apenas o vício e se esquece do problema original.
Se o problema original continua a existir, aquela emoção indesejável e insuportável também estará presente.
Sem aquela válvula de escape (o vício), você terá de procurar alguma outra “solução” para camuflar a emoção. Eventualmente essa “solução” pode ser o açúcar, a cafeína, o jogo, etc.
Você sai de um vício e entra num outro…
Essa entrada foi postada em Sexta-Feira, Junho 19th, 2009 às 20:12 sob a(s) categoria(s) Uncategorized. Você pode acompanhar as respostas desse post através do RSS 2.0feed. Você pode responder, ou rastrear de seu próprio site.
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