segunda-feira, junho 05, 2006

LUZ AMIGA

LUZ AMIGA
Não conseguia ver através das trevas que me cercavam,
meus olhos sem brilho
tentavam divisar alguma forma perdida na escuridão,
tentavam achar um rumo para meus passos incertos,
buscavam desesperadamente uma réstia de luz.

E naquela terrível noite negra,
vozes chamavam meu nome,
mãos seguravam minhas mãos
e arrastavam-me cada vez mais
para o coração das trevas.
O desespero tomou conta de meu ser e, em vão,
tentei libertar-me das mãos que me dominavam,
das vozes que me atraiam
ao seio da escuridão.

Quanto tempo se passou não sei dizer...
Caminhava, e meus passos cansados,
arrastados,
não me levavam a lugar nenhum.
Meus ombros, curvados ao peso da dor,
mal podiam suportar a responsabilidade da vida.

Foi então que ouvi uma voz me chamar.
Mas esta voz não chamou do meio das trevas,
chamou de dentro de mim.
Sussurrou-me baixinho palavras de amor
e falou-me de um mundo de Luz,
de um mundo onde não existem trevas,
de um mundo onde não existem os limites da matéria,
de um mundo onde o Amor é real.
À medida que a voz falava,
meu coração pulsava com mais vida,
e uma doce alegria inundou minha alma.
Meus ombros se ergueram,
aliviados do peso que os curvava,
e meus olhos que antes vagavam perdidos na noite,
vislumbraram um tênue clarão no horizonte.

Era o dia que chegava...
Nuvens pesadas se afastaram,
deixando passar os primeiros raios
da manhã que começava.
Ergui a cabeça, estendi os braços,
e saudei a aurora que despontava
rasgando as trevas,
colorindo a escuridão.
Saudei o Sol que nascia,
afastando para sempre
a noite negra do meu coração.

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