sexta-feira, setembro 28, 2012

O MEDO E SUAS MANIFESTAÇÕES

No programa  de Neuróticos  Anônimos, tomamos conhecimento que a causa da doença emocional, é o egoísmo inato que impede a aquisição da capacidade de amar.
Apesar de manifestar o descontrole emocional, para o neurótico é difícil admitir seu egoísmo, principalmente porque a idéia que se tem de egoísta é da pessoa que luta para conseguir que sua própria vontade prevaleça.
Procura pisar sobre os demais na busca da realização de seus próprios desejos e faz aos outros exigências inadmissíveis. Assim, que não se vê neste modelo, pode demorar um pouco mais para se reconhecer egoísta.
Porém em N/A, aprendemos que a preocupação exagerada com a própria pessoa, é o tipo de egoísmo realmente destruidor e que esta preocupação e que esta preocupação é causada pelo medo, pela insegurança.
Concluindo que o egoísmo é o medo que temos de relacionar com as pessoas e de enfrentar a vida, fica mais fácil admitir nossa neurose e combater nossos defeitos de caráter.
Portanto, o que tira a serenidade do neurótico é auto defesa.Por causa dos nossos medos, colocamos máscaras, representamos papeis , prejudicamos nossa comunicação, impedimos que sejamos conhecidos e não conseguimos estabelecer relacionamentos verdadeiros.
Isto explica o isolamento do neurótico, sua solidão, sua imaginação demasiadamente solta, suas fantasias. Sem lidar com a realidade não há chance de crescimento, uma vez que, crescemos na medida em que trocamos experiências através de uma comunicação franca e honesta. Vale lembrar que o aspecto verbal, é uma porcentagem da comunicação e que se faz necessária a correspondência entre o falar e o agir.
O medo é um sentimento natural, faz parte do nosso instinto de auto preservação. Entretanto a imaginação do neurótico agrava o perigo.
Em busca de segurança, a pessoa defensiva nãpo experimenta a  vida. Não são raros os  indivíduos que se queixam da rotina, mas não ousam abandoná-la. Na verdade o problema não esta nos acontecimentos, mas na interpretação, nos sentimentos que temos em relação à eles.

                                               MEDOS BÁSICOS


Na prática, o ser humano só tem um problema emocional que é a insegurança ou medo e que se manifesta em diferentes circunstancias níveis e ocasiões.
Analisando nossas atitudes, podemos afirmar que o ser humano sente três medos básicos:
- O medo da morte
- O medo de não ser amado
- O medo de desperdiçar a vida

O MEDO DA MORTE

A morte é um acontecimento natural, ainda que recusemos a aceitar esta idéia. Toda insegurança tem como causa ultima o medo de morrer. São várias as causas que nos  levam a temer demasiadamente a  morte:
1º.) Nossa sociedade, usa todos os mecanismos possíveis para que as pessoas não se conscientizem do verdadeiro sentido da vida e, portanto, da realidade da morte. Alienados, somos mais consumidores e melhor seguimos as diretrizes que servem a interesses materiais.

2º.) A criança é resguardada, impedida de participar de funerais e, sendo influenciada pela visão trágica de morte transmitida pelos meios de comunicação, não desenvolve uma idéia real sobre o  assunto.
3º.)Uma das razões para o medo da morte, reside nas fantasias de ser enterrado vivo, muitas vezes alimentadas pelo cinema literatura. Este sentimento á agravado pelo fato de morrer ser um ato solitário.

4º.) Enquanto neuróticos, estamos determinados a  depender unicamente de nos mesmos. Ampliamos nossa ilusão de tudo realizar, até que fatos aconteçam a nossa revelia. Diante da morte, lembramos que aqui estamos de passagem e sentimos toda a impotência para mudar o rumo dos acontecimentos. Aí, se instala o sofrimento e a insegurança em seu grau mais elevado.

5º.)A morte é imprevisível. Não é preciso adoecer para morrer. Por um acidente pessoas, saudáveis e jovens podem morrer.

6º.)Outra causa bastante freqüente para se temer a morte, é o medo do desconhecido, o medo que vem depois,sentimento que só é superado quando desenvolvemos nossa espiritualidade e a fé em um Poder Superior.

MEDO DE NÃO SER AMADO

Todo ser humano nasce egoísta. A criança é egoísta e isso, naturalmente é necessário para a sua sobrevivência. Preocupa-se com a satisfação de suas necessidades.  No entanto, tendo um desenvolvimento normal, a criança aprende a  amar. Se sentir amado, é condição básica para ter segurança emocional. Não amar e ser amado é a falência total do ser humano. O individuo inseguro, resiste em sair de si e amar, mas quer ser amado.
Quando não aprendemos a reconhecer as atitudes de amor das  pessoas para conosco, sentimos uma enorme carência afetiva. Devido a essa falta de amor fazemos as maiores concessões, usamos as mais diversas técnicas para chamar atenção sobre nos mesmos, mendigamos afeto. Por isso, podemos afirmar que a doença emocional é uma só, os sintomas é que podem variar de pessoa para pessoa.

MEDO DE DESPERDIÇAR A VIDA

Muitas vezes, nosso medo se manifesta de maneira sutil difícil mesmo de ser detectado. O que dizer das vezes que tentamos esconder a idade, sentimos melancolia ou até mesmo depressão por ocasião do Natal e fim de ano que não temos nada para comemorar? Não nos parece um medo, de não estar usando bem nosso tempo ou de estar esperando uma felicidade que buscamos fora de nos? Esta sensação acomete quem se prende ao passado sem viver o momento presente, ou antecipadamente se ocupando do futuro.
Expectativa é uma das causas do nosso sofrimento neurótico. É preciso amar o caminho, lembrando que nada neste mundo é permanente, que temos compromisso com o esforço e não com o sucesso, pois o resultado não depende somente de nos. Admitir essa limitação é de fundamental importância, a menos que desejemos estar constantemente sofrendo com “imaginados” fracassos. Só há fracasso quando rejeitamos o resultado do nosso esforço.
Viver o presente intensamente, buscando verdadeiros valores, lutando por objetivos espirituais é um dos alicerces da serenidade.

                          POSTURA DIANTE DO MEDO

Sentir medo é natural, o importante é ter serenidade para  enfrentá-lo.
Frente as situações de medo reagimos de três formas diversas: negamos nosso medo, nos afastamos dele ou o enfrentamos.
Enquanto negarmos nosso medo, não haverá  como combatê-lo.
 O primeiro passo em n/a, é a admissão de nossa impotência perante nossas emoções. É necessário retirar as máscaras.
Por vezes, nos afastamos das situações que nos causam medo, mas fugir  não vai minimizar a insegurança muito ao contrário.
A melhor maneira de lidar com o medo é vivenciar aquilo que tememos, analisando com honestidade
 nossa vida cotidiana  enfrentando com decisão nossas fraquezas e entregando nossa vontade e nossa vida aos cuidados de um Poder Superior. No plano espiritual, o sucesso é a medida da vitória sobre nossas próprias inseguranças. Como tudo na vida, é necessário esforço para dar o passo inicial e depois, dedicar uma atenção regular ao andamento do processo  de    auto conhecimento e libertação do medo.

                                               MANIFESTAÇÃO DO MEDO


Fomos convidados a participar da festa da vida e sermos felizes. Assim seria se não tivéssemos desenvolvido tantos sentimentos errados em relação às pessoas e interpretações distorcidas dos acontecimentos.
O homem é o único animal que precisa vitalmente do outro. Desde o nascimento, precisamos do outro para que possamos simplesmente sobrevivem o outro uma das maiores causas de nosso sofrimento,  quando não desenvolvemos a nossa capacidade de amar e passamos a teme-lo . Usamos algumas estratégias com a finalidade de esconder o sofrimento por não possuirmos um sentimento positivo diante da vida,  enquanto  outras tem como objetivo receber amor.
São inúmeras as manifestações do medo. Apenas para dar alguns exemplos:
- Timidez (insegurança no relacionamento com outras pessoas) ;
- Sentimento de inferioridade(insegurança na comparação com os outros)
- Ansiedade(insegurança diante do resultado;pressa em obter um resultado por medo  de que não de certo):
    - Angustia(insegurança diante do desconhecido);
    - Culpa(insegurança diante da própria consciência, da      autoridade do  Poder Superior; medo do castigo);
    - desanimo(medo do fracasso);
    - Ciume (medo de perder o amor do outro);
  - Avareza(medo que falte meios para sobrevivência);
 - Apego(medo da mudança);
 - Depressão( insegurança diante do futuro);
 - Masoquismo (medo de ser feliz);
 - Luxuria (fuga da realidade através do sexo);
 - compulsão (tentativa de preencher o vazio existencial);
 - Solidão (medo de se envolver com outras pessoas);
 - Uso de drogas
 - Agressividade (necessidade de atacar para se proteger);
 - Cinismo (medo de confiar no outro);
 - Docilidade defensiva( medo de desagradar de discordar);
 - etc...


                                               ORIGEM DO MEDO

No Capitulo 12 do Livro Vermelho de N/A, As Leis da Doença Mental e Emocional), aprendemos que explicação não  é cura. Concentrar atenção nas causas da doença emocional, não nos liberta do egoísmo.
Nossa recuperação esta na mudança de sentimento.
O 4º. Passo,  nos sugere que façamos um minucioso e destemido inventário moral de nos mesmos  e desta analise encontraremos medos e magoas que trazemos de nosso passado.
Não se trata desculpa os outros a nos mesmos mas uma tentativa de rever acontecimentos, atitudes e sentimentos através da ótica atual.
Na verdade o passado não pode ser transformado mas podemos entende-lo, aceita-lo e mudar nossos sentimentos em relação à ele.
A)  Inseguranças do ser humano tem basicamente, três origens:
- perturbações sofridas pela mãe no período de gestação.
- a educação;
- os falsos conceitos religiosos e a falta de espiritualidade;
A) Perturbações   sofridas pela mãe no período de gestação
 A ciência afirma os sentimentos positivos ou negativos da gestação da gestante tem reflexos no feto. Se a futura mamãe viveu dificuldades e sentiu-se  insegura no período de gestação, a criança assimilará estes  medos  e os carregará consigo, no subconsciente, podendo ser traduzido na  forma de perspectivas de futuro, ou sentimento de incapacidade de enfrentar a vida.
Por isso, é preciso que o doente emocional crie o ideal da vida, tenha objetivos e lembre-se sempre que as dificuldades que por ventura existiram no passado foram  e continuam sendo maiores que qualquer dificuldade que tenha ocorrido  ou possa ocorrer.
B) Educação
A educação  que recebemos é decisiva na construção de nossa auto imagem e na elaboração de nossos conceitos sobre a vida e sobre os outros.
São várias as interpretações que demos, as atitudes daqueles que conosco se relacionaram na infância e adolescência.Podemos ter nos sentidos super protegidos, desprotegidos, reprimidos, amados.
Estas interpretações, variam de pessoa para pessoa, podendo gerar atitudes e sentimentos opostos.
Se houver falta de dialogo, com certeza ela colaborou para que tenhamos cultivado mais fantasias  do que a visão real das situações.
A criança que se sentiu super protegida, pode ter se tornado um adulto egocêntrico ou alguém incapaz de se conduzir pela vida.
A  desproteção, impede que a criança reconheça seus limites ou se sinta capaz de estabelecer relacionamentos adequados com os outros.
A repressão desenvolve grandes sentimentos de culpa, de necessidade de aprovação pelos outros, dificuldade de lidar com a liberdade impedindo a construção de uma segurança emocional.
Só a pessoa que aprendeu a amar incondicionalmente nutre sentimentos normais  em relação ao  Poder Superior , aos seus semelhantes e a vida.
É importante lembrarmos que  não fomos nós que escolhemos nossa família, nem nossa família nos escolheu,
Há coisas que não nos compete decidir ou modificar, mas com a ajuda da prece e da meditação, podemos entender, perdoar e superar.

A)   Falsos conceitos religiosos e falta de espiritualidade
Observando a perfeição da natureza é fácil perceber e acreditar na existência de um Poder Superior ao homem. No entanto afirmar que existe um Deus é diferente de ter fé, reconhecer e  abandonar-se  em seu amor.
Muitos de nós, chegamos a uma sala de n/a completamente descrentes e dispostos a depender unicamente de nos mesmos .
O 2º. E 3º. Passos de N/A, sugerem a crença e a entrega a um Poder Superior a nós mesmos. Através do conhecimento  e pratica do programa, de N/A., nos reeducamos, desenvolvemos uma verdadeira espiritualidade  e percebemos que estivemos seguindo antigos conceitos religiosos, que nos foram transmitidos de forma equivocada.
 Não  raro, comprovamos que a educação religiosa que nos foi passada, é baseada muito mais na repressão do que na libertação espiritual .
Algumas religiões, reforçam, a idéia de culpa.
Foi-nos  apresentado o Deus que julga, castiga, nos impõe o sofrimento e assim nos afastamos  D’Ele.
Na verdade o homem produz seu próprio sofrimento, distanciando –se de Deus. Mas, como em outros aspectos de nossa vida modernizamos e atualizamos conceitos e comportamentos, concluímos que também no aspecto religioso podemos mudar nosso relacionamento com Deus e nossa pratica religiosa.
Afinal nunca estamos prontos, há  sempre  o que aperfeiçoar: aprender significa, fundamentalmente,
desaprender certas coisas e mudar a visão.
A vida,  tem que ser algo alem de um simples, cumprir programas  do passado e pode vir a ser , se nos dispusermos a analisar nossas emoções e ações, atitudes e pensamentos.

                        ANALISE DAS SITUAÇÕES DO MEDO

Diante da insegurança, devemos nos perguntar:
- Porque vejo perigo nesta situação?
- Qual é o perigo real?
- O que acontece no presente que me causa medo?
- O que aconteceu no passado para eu temer  tal  situação?
- Qual é a relação entre o passado e o presente?
- O que posso fazer para modificar meus sentimentos?
- Meu sentimento de hoje precisa ser o mesmo que tive no passado?

                        ANTIDOTOS PARA O MEDO

Com a    pratica do Programa de N/A, aprendemos a lidar com as nossas inseguranças observando alguns ponto básicos:
- Admitir o medo
- Analisar a situação
- Cuidar dos pensamentos
- Desenvolver o auto-amor e a auto-aceitação
- Sentir-se vitorioso diante da vida
- Sentir-se amado pelo Poder Superior
- Traçar objetivos para curto, médio e longo prazo
- Viver o Lema: “ Só Por Hoje”
- Encarar as  situações como desafios não como ameaças.
- Desenvolver a espiritualidade e a fé
- Aprender a lidar com a frustração.
Uma vez compreendido o programa de n/a através da freqüência as reuniões, do estudo da literatura e nos depoimentos dos companheiros a extensão destes resultados dependerá somente da sinceridade com que eles forem aplicados. Isto é algo, que cada pessoa tem que decidir por  si mesma. Podemos  e devemos ajudar-nos uns aos outros, mas, de modo geral  cada qual tem que  salvar-se da doença emocional.
Se quisermos realmente mudar nossa vida e nossas emoções,  se realmente desejarmos ter paz , Serenidade e desenvolvimento espiritual basta seguir os princípios de n/a. e, todos os setores da nossa vida,  quotidianamente,
Quer  queiramos ou não, e, principalmente, quando não
Tivermos vontade de seguir-lo.

(Judite – Cel.Fabriciano- MG)


 

Grupo yahoo Terapia_DozePassos 
Postado por MiisaSerena




"A serenidade vai além da lógica comum.

Como um analgésico, ela aplica um ponto final em todas as situações

e ultrapassa as barreiras sem qualquer vestígio de revolta ou inconformismo."


Antonio Sequeira

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