1. Se há reencarnação, por que não nos recordamos de nossas vidas passadas?
A reencarnação é a grande chance que o espírito tem de reparar os erros cometidos em outras vidas, aprender a perdoar aqueles que o prejudicaram , desenvolver suas virtudes Morais e Intelectuais, e, assim, continuar seu caminho evolutivo.
Se nos lembrássemos, por exemplo, de todo o mal que nos fizeram em vidas passadas, com as lembranças viriam junto as mesmas emoções, ódios e ressentimentos do passado, tornando praticamente impossível qualquer reconciliação. Então, nossa vida atual não seria outra vida, mas sim a mesma vida de antes!
O esquecimento temporário permite que um novo relacionamento seja construído e novos sentimentos possam substituir os antigos. Mesmo assim, não é tarefa fácil, pois intuitivamente sentimos atração por quem tínhamos afeto ou repulsa por quem nos prejudicou.
Por outro lado, se nos lembrássemos também de todo o mal que nós mesmos causamos aos outros, isto nos perturbaria de tal forma que faria com que ficássemos remoendo nossos erros passados, ao invés de construirmos um futuro melhor. Portanto, o esquecimento TEMPORÁRIO das nossas vidas anteriores, representa, antes de qualquer coisa, uma verdadeira BENÇÃO a espíritos que, como nós, ainda estão tão longe da perfeição.
No entanto, o esquecimento é apenas temporário pois, ao voltar ao Plano espiritual, o espírito, desde que já tenha evolução para isso, poderá ter uma visão de todo o seu passado, e assim analisar e entender toda sua trajetória evolutiva. Portanto, o esquecimento das nossas vidas anteriores, ao invés de inviabilizar a idéia da Reencarnação, mostra que, sem tal esquecimento, a Reencarnação não teria sentido...
2. Seria justo pagarmos por erros que fizemos em vidas passadas, dos quais não nos recordamos?
Devemos começar a analisar esta questão tendo em mente que o esquecimento é apenas TEMPORÁRIO. Ao voltar ao plano espiritual (dependendo também da evolução em que se encontra o espírito) geralmente podemos nos recordar de nossas vidas anteriores, e fazer um "balanço" dos erros e acertos cometidos em nossa longa jornada evolutiva.
Com relação à JUSTIÇA do esquecimento. Vamos fazer uma analogia:
Imaginemos um criminoso que tenha cometido vários crimes e que, na véspera de seu julgamento, teve uma a "amnésia" temporária, que não mais permitia que se lembrasse temporariamente dos mesmos. Então ele é levado a julgamento.
Perguntamos: Seria justo que o Juiz, levando em consideração sua amnésia temporária, o absolvesse? Evidente que não. Então o criminoso é condenado, e cumpre vários anos de pena, na prisão.
Posteriormente, ele é solto, faz um tratamento e recupera sua memória. Então pôde se lembrar dos erros que cometeu, e vê como foi justa sua pena. Mas se sente também aliviado, pois pagou pelos erros cometidos.
Então, o esquecimento temporário de sua pena foi-lhe até benéfico, pois o peso das recordações do mal cometido o perturbaria, naquele momento difícil em que cumpria a pena. Agora, já tendo pago pelos seus erros, as lembranças não mais o perturbam, pois sabe que já pagou pelos seus erros. É porisso que dizemos que o esquecimento temporário é para nós uma bênção, concedida pela infinita misericórdia Divina.
3. Se um dia o espírito evolui e não precisa mais reencarnar na Terra, por que a população da Terra continua aumentando cada vez mais? Não deveria estar diminuindo?
Este questionamento parte de um pressuposto errôneo: De que Deus criou os espíritos em um determinado tempo e depois parou de criá-los. Com certeza, se assim fosse, à medida que cada espírito fosse atingindo a perfeição, não mais necessitaria reencarnar e, conseqüentemente, a população no Planeta Terra diminuiria.
Porém, segundo informações dos próprios espíritos, Deus jamais deixa de criar. Sendo assim, a criação de espíritos é um processo constante, não somente na Terra, mas também em outros planetas no Universo. É porisso que o número de espíritos que atualmente estão desencarnados, no plano espiritual, esperando uma reencarnação na Terra, é muito maior do que o número de pessoas que estão atualmente encarnadas.. .
Realmente, quando o espírito atinge certo grau de evolução, não precisa mais reencarnar na Terra, e continuará sua jornada evolutiva em outros planos. Porém, assim como uns partem para planos superiores, outros, vindos de planos inferiores, dão início à sua jornada reencarnatória neste Planeta.
Assim, podemos comparar o planeta Terra a uma grande escola, onde, ao mesmo tempo em que alguns alunos se formam e deixam a escola, outros nela ingressam. E a escola, por sua vez, à medida que amplia suas instalações, pode oferecer mais vagas. Portanto, o aumento do número de pessoas na Terra em nada inviabiliza o conceito da Reencarnação. Pelo contrário, significa que mais espíritos desencarnados terão oportunidades de reencarnar.
4. Como explicar o sofrimento dos espíritos em sua primeira encarnação, se não havia uma vida anterior para justificá-lo?
Segundo ensinamento dos espíritos, a maneira como os espíritos são criados ainda é um mistério, ao qual não temos acesso em nosso atual estágio evolutivo.
Porém, uma coisa podemos dizer com certeza: Em sua primeira encarnação, o espírito não tem nenhum mal a "expiar", nenhuma dívida para "quitar". Portanto, seria um absurdo imaginarmos um espírito, em sua primeira encarnação, nascendo com deformidades ou outros tipos de problemas de formação. Deus jamais criaria espíritos "defeituosos" , ou sofrendo por algo que não fizeram, ou seria injusto.
De acordo com o Espiritismo, todos os Espíritos são criados "simples e ignorantes". A partir de então, seguirão seu caminho evolutivo, guiados pelo seu LIVRE-ARBÍTRIO, e então estarão sujeitos à Lei de AÇÃO E REAÇÃO. Desta forma, em suas próximas vidas, colherão os frutos daquilo que ELES MESMOS plantaram na sua vida anterior.
5. Se não é justo sofrer sem merecer, por que Jesus sofreu, se ele não merecia? Em primeiro lugar, colocar um espírito tão elevado como Jesus no mesmo nível de comparação que o restante dos seres humanos já é uma incoerência.
A reencarnação de Jesus não foi uma reencarnação EXPIATÓRIA como a dos espíritos imperfeitos, como nós e praticamente quase todos os espíritos que reencarnam na Terra, mas sim uma reencarnação MISSIONÁRIA.
Assim se explica a Reencarnação de grandes espíritos na humanidade, tais como Buda, Gandhi, Francisco de Assis, e outros, independente da religião ou crença que representam, que aqui vêm na condição de mestres do amor, e transformam suas vidas em verdadeiros exemplos para nós. Já imaginou como seria a humanidade se eles não tivessem reencarnado? Quantos milhões de pessoas têm sua vida mudada, inspiradas em seus exemplos?
Jesus foi o espírito mais evoluído que já encarnou no planeta Terra. Segundo o espiritismo, ele é o espírito responsável pelo nosso Planeta, é o nosso grande líder espiritual. E ele veio com o propósito de nos dar o grande exemplo da Humildade, da Fé e do Perdão, e sabia, em detalhes, por tudo que iria passar. Portanto, a sua vinda a este mundo e, consequentemente todo o sofrimento por qual passou, somente ocorreu devido ao seu próprio LIVRE ARBÍTRIO. Não foi uma imposição de Deus, tampouco uma expiação. Porém, os espíritos ainda em estágio primário de evolução, como nós, ainda estamos sujeitos ao sofrimento em função dos erros cometidos em vidas passadas.
6. Se não é justo sofrer sem merecer, por que os animais sofrem?
Os animais possuem um princípio inteligente, portanto possuem Espírito, porém, numa fase evolutiva anterior à do homem. Eles também sofrem, mas não no sentido em que normalmente se entende o sofrimento. No homem, o sofrimento funciona como um DEPURADOR de suas imperfeições, estimulando seu desenvolvimento MORAL. O animal não tem vida moral e por isso suas dores são apenas físicas.
Assim, todas essas impressões positivas e negativas fazem parte das experiências que se acumulam para edificar o futuro ser pensante. Certamente não se está afirmando que o animal (a espécie física) de hoje será o homem de amanhã. Não. O Espírito que o anima, sim. Viaja nos caminhos da evolução em busca do reino dos seres que pensam.
No entanto, podemos afirmar que a percepção do sofrimento no animal é diferente da percepção do sofrimento do ser humano. Se não fosse assim, Deus seria igualmente injusto, ao criar aleatoriamente animais simplesmente para sofrerem, sem nenhum motivo que justificasse tal sofrimento.
7. Se as pessoas sofrem para pagar dívidas de vidas passadas, e a caridade atenua o sofrimento, então não é contraditório fazer a caridade, pois assim estaríamos atrasando o progresso daquele que recebe a caridade?
A simples afirmação de que a caridade, que é um bem, possa causar um mal, já é contraditória em si mesma. Em primeiro lugar, é preciso entender que, ao praticar a caridade, o primeiro a ser beneficiado por tal caridade é a própria pessoa que a pratica, pois, pela lei de "causas e efeitos", recebemos de volta tanto o bem quanto o mal que praticamos.
Agora, para melhor analisarmos a questão proposta, façamos uma analogia: Imaginemos um aluno que tenha repetido de ano na escola. Então, ele teve que, de certa forma "sofrer", por ter que passar por todo o processo de aprendizado novamente. Teve que estudar novamente todas as matérias já vistas no ano anterior, e então, em novos exames, ele consegue passar.
Então perguntamos:
1. O fato de alguém ter feito uma "caridade", digamos, auxiliando-o com aulas de reforço, tiraria-lhe o mérito de ter sido aprovado no exame?
2. Será que o examinador não o aprovaria porque alguém o ajudou a estudar, mesmo ele tendo feito a prova sozinho e ter passado por seus próprios méritos?
Evidentemente que a resposta para as duas perguntas acima é não! O auxílio recebido pelo repetente foi proveitoso, porém, a pessoa que o ajudou não aprendeu por ele, nem fez a prova por ele. Ele mesmo teve que aprender e ele mesmo passou pela prova novamente. Porque o objetivo de repetir de ano não é puramente "punir" o aluno, mas sim fazer com que ele realmente aprenda.
Então, a afirmação de que a caridade a uma pessoa que sofre "atrasaria" seu progresso demonstra-se de uma fragilidade gritante, pois as dificuldades ou sofrimentos pelos quais uma pessoa precisa passar em uma vida, ela passará, independente das caridades que receba.
Por outro lado, quem pode saber até quando uma pessoa deve sofrer para pagar seus erros de vidas anteriores? Muitas vezes, tal pessoa já pode ter quitado seus débitos, e Deus nos coloca no caminho desta pessoa, para ajudá-la, através da caridade. Então deixaríamos de ajudá-la para que ela sofresse mais? Ilógico! Ora, se Deus nos colocou no caminho daquela pessoa, é porque ela merece ser ajudada!. Do contrário, nós estaríamos fazendo uma coisa contra a vontade de Deus? Será que teríamos este poder?
Na verdade, o que ocorre é o contrário: O exemplo da pessoa que faz a caridade contribui para tocar o coração, muitas vezes orgulhoso, daquele que a está recebendo, fazendo com que o mesmo desperte para a lei do Amor. Portanto, acelerando sua evolução, não atrasando.
8. Como explicar a passagem Bíblica em João 9:1, onde Jesus quando perguntado se um cego de nascença tinha pecado, responde :" Nem ele pecou nem seus pais; mas foi para que nele se manifestem as obras de Deus."?
João, Capítulo 1:
1: E, passando Jesus, viu um homem cego de nascença.
2 E os seus discípulos lhe perguntaram, dizendo: Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?
3 Jesus respondeu: Nem ele pecou, nem seus pais; mas foi assim para que se manifestem nele as obras de Deus.
Quanto a esta passagem, podemos ter duas interpretações:
A) Jesus estaria se referindo a todos os cegos de nascença, genericamente
B) Jesus estaria se referindo apenas à aquele cego, em especial
Ora, se Jesus estivesse se referindo a todos os cegos de nascença (Hipótese A), então teríamos que afirmar que Deus cria algumas pessoas já cegas, de nascença, somente para "manifestar as obras Dele?" Então, Deus, para mostrar suas obras, ou seja, como ele é bom, praticaria uma injustiça? (ILÓGICO!)
A explicação espírita
O espiritismo explica que existem dois tipos diferentes de Reencarnação:
1. Reencarnação EXPIATÓRIA: Ao qual a grande maioria de todos os seres humanos estão submetidos, com o objetivo de redimir os erros cometidos em outras vidas, desenvolver virtudes e eliminar os defeitos
2. Reencarnação MISSIONÁRIA: Situação em que um espírito, geralmente muito mais evoluído, encarna, por sua própria vontade (livre-arbítrio) para a realização de um propósito importante.
Sabendo disso, fica fácil concluir que aquele cego curado por Jesus era um espírito em Reencarnação missionária!
Então, a explicação do espiritismo é muito mais coerente, pois, segundo ela, aquele foi um caso especial. Aquele homem que ali estava, na condição de cego, era um espírito que tinha encarnado em missão, para que "nele se manifestassem as obras de Deus". Nem seus pais nem ele mesmo eram culpados pela sua cegueira, mas ele estava ali com um propósito maior, ou seja, para que Jesus pudesse curá-lo!
Se Jesus estivesse fazendo uma afirmação genérica, ou seja que todas as pessoas que já nascem cegas, são para manifestar "as obras de Deus", então, ao vermos tais pessoas, cegas ou paralíticas, etc, deveríamos exclamar: Como Deus é maravilhoso! Quantas obras belas ele realiza! Aquela pessoa nada fez para merecer tal sofrimento, mas que bela obra ele ter nascido cego! como Deus é belo... Belo ou cruel? (Ilógico!)
9. Como sustentar que, na Reencarnação, Deus jamais deixa de perdoar, se a pessoa, em uma nova vida, terá que pagar pelos erros cometidos em vidas passadas? Se a pessoa terá que pagar pelo que fez, Deus não perdoou
Antes de analisarmos esta questão, precisamos entender que existem dois tipos de PERDÃO:
1. Perdão da ofensa:: É o perdão que ocorre dentro do coração. É perdoar o ATO ERRÔNEO cometido pelo ofensor, é NÃO GUARDAR ÓDIO do ofensor e lhe oferecer sempre uma CHANCE para que possa redimir-se de seu erro. É o perdão sincero, INCONDICIONAL, pois independe do ofensor se arrepender ou não. Isso é o que Jesus queria dizer com "dar a outra face".
2. Perdão da dívida:: Significa realmente EXIMIR a pessoa de ter que pagar uma determinada dívida. Perdoar a dívida significa que a pessoa não tem mais que pagar tal dívida
Agora façamos uma rápida analogia para melhor entender os conceitos expostos:
Por exemplo: João empresta dinheiro a Sérgio, que some e não lhe devolve. Então João fica com uma grande mágoa de Sérgio, durante anos. Um belo dia, cansado de carregar tal mágoa em seu coração, decide perdoá-lo (perdão da ofensa) mesmo ele não tendo pago o dinheiro que lhe devia. Decidiu esquecer a ofensa
Então, para surpresa de João, após anos, Sérgio aparece, pede desculpas e se oferece para devolver o dinheiro, com correção monetária e tudo. Mas, João lhe diz que não precisa mais lhe pagar aquela dívida. (perdão da dívida).
Agora vem o ponto mais importante da análise: Mesmo que João aceite que o pagamento da dívida, isso não significa que João deixou de perdoar Sérgio. Pois o verdadeiro perdão, o perdão do erro, este já tinha ocorrido, dentro do coração de João.
Conclusão: O perdão da ofensa independe do perdão da dívida!
Agora uma analogia para entender o perdão de um Pai:
Imaginemos um menino que, brincando com um amiguinho, com ciúmes de um brinquedo novo que o amiguinho ganhou de aniversário, maldosamente, o quebra, de propósito. Então, o pai do menino travesso fica furioso com ele. Em seguida o menino começa a chorar, arrependido, e diz, com medo de apanhar: Pai, me perdoa? Então o pai, embora furioso com a atitude de seu filho, o perdoa (perdão da ofensa), porém, decide lhe aplicar uma lição, para que aquele ato errado lhe sirva de APRENDIZADO. Nos próximos meses, sua mesada será cortada, para que, com tal dinheiro, possa ser comprado um novo brinquedo para o amiguinho, exatamente como aquele que ele quebrou.
Então perguntamos: O pai deixou de perdoar o filho, somente porque o mesmo vai ter que pagar, com o dinheiro da mesada, pelo seu erro? Claro que não! O pai foi mal, cruel, simplesmente porque aplicou uma lição no filho? De forma alguma. Em seu coração, o pai perdoou o ATO do filho. Porém, para que este ato errado LHE SIRVA DE LIÇÃO, fará com que o filho pague do próprio dinheiro da mesada.
Agora, duas atitudes que NÃO SERIAM JUSTAS:
1. Não seria justo se o pai eximisse seu filho de pagar pelo erro, deixando de reparar o prejuízo que ocasionou ao amiguinho. Além disso, seria um péssimo exemplo de moral do pai para o filho.
2. Não seria justo se o pai, por outro lado, tomasse uma atitude "radical", e decidisse mesmo não perdoar o filho e o trancasse num quarto, ardendo em uma fogueira, por toda a eternidade.. .
Vejam bem: As duas opções acima são exatamente as opções defendidas pelos que acreditam no Dogma da "punição eterna":
> Ou Deus é um Pai que não perdoa (não dá novas chances) e pune de forma radical e injusta,
> Ou Deus é um Pai que perdoa mas deixa de punir e, porisso, também é injusto.
Sem a Reencarnação, a Justiça de Deus seria desproporcional (punindo com a eternidade) ou em alguns casos simplesmente não existiria (deixando de punir os que se arrependeram)
Na Lógica da Reencarnação, poderíamos até dizer que Deus não precisa perdoar, pois não se ofende com nossos erros infantis.. Deus criou Leis sábias e justas, e nós mesmos, ao transgredir tais leis, é que nos punimos. Mas ele sempre nos dá uma nova chance para que possamos aprender com nossos próprios erros. Desta forma seu perdão pode realmente ser considerado infinito.
Fonte : br.geocities. com/logica_ reencarnacao/tvp.htm
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